STRIPPER [GRIEZMANN] ✨

t r ê s

   Ao deixarem a boate, Fernando Torres pediu o meu contato, Mia no entanto, estendeu seu celular.

Talvez ele fosse seu alvo, tanto faz.

Em meus pensamentos, torcia para que ela não conseguisse arrastar nenhum deles á seus lençóis;
Mia era linda, mas era uma víbora.
Bastasse a oportunidade de ficar com um famoso e ela se divulgaria a imprensa com todo seu ego.

E só de pensar em mídia...

Me vem à mente todas as tentativas de meu irmão em se tornar um profissional do esporte — até ir parar no time mais rico do mundo — onde conheci Andreas, aquele que eu achei ser o grande amor da minha vida, e no fim fora apenas minha destruição.

Eu realmente não me importei durante todo este tempo de passar noite após noite me esfregando para caras desconhecidos, desde que nenhum vivesse de mídia.

Mas eu estava amedontrada e não podia buscar assistência médica, pois além de não pôder gastar uma quantia absurda de dinheiro que já não tinha, sabia que a psicóloga só iria me mandar recorrer à polícia — algo que eu já havia feito, inutilmente.

Então decidi deixar o striptease.

Há algumas semanas, comuniquei Stevie sobre minha decisão; que à princípio relutou mas aceitou no fim.

Eu não podia viver com medo; mas trabalhar com algo cercada por homens com tesão não me ajudaria a superar meus traumas.

Dez mil euros viera num bom momento, no entanto.

Seria fácil, seria rápido, seria tranquilo.

Se minha concentração se mantivesse em ir até lá e dançar de maneira pervertida — algo que já havia virado um costume — isto acabaria rápido.

Na manhã seguinte ao privê, terei uma entrevista de emprego. Se tudo correr bem, logo tudo isto não passará de uma mancha em um passado esquecido.

★ ★ ★

     No domingo, quando chega o horário marcado para encontrarmos com os jogadores que vieram a boate, somos surpreendidas com uma nova figura.

Diego Godin é a celebridade que nos busca numa rua afastada e nos leva à o que imaginamos ser sua casa — uma puta casa, por sinal— ; e casado ou não, o lugar não abrigava esposas ou crianças.

Ainda nervosa, ao sermos deixadas em um espaço que suponho ser uma tentativa de toalete (que parece ter o tamanho do meu quarto), encaro as garotas pelo gigantesco espelho.

Megan, que apesar de dividir apartamento comigo, não estava lá quando saí, e agora descubro que talvez deveria ter ido às compras com elas.

Ao retirar o vestido, mostra uma lingerie caprichada em rendas.

— Você está perfeita   — me viro para ela.

— Jura?  — ela cora e olha para o lado, procurando pela outra garota que sumiu — Quando estávamos na loja, Mia disse que a cor era horrível.

Reviro os olhos.

— Como pode ligar para o quê Mia diz?

— Eu não ligo.

Ela mente mal. No fundo, sei que ligou para a opinião da loura. Megan sempre foi insegura consigo mesma e Mia aproveitava disso para joga-la de escanteio na maioria das vezes.

Em toda a minha vida — mesmo a fora do stripper — nunca vi atitudes tão sujas e inescrupulosas como as de Mia quando está sentindo inveja de algo.