d e z o i t o

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Quando retornei a Madri, dominada por ódio e raiva e vingança; virava noite após noite em festas e boates e todo tipo de coisa, tentando enlouquecidamente preencher o vazio angustiante que o término com Andreas havia deixado.

Olheiras profundas tomavam conta do meu rosto, meu cabelo era um emaranhado de opacidade, mas ainda assim... Os caras me desejavam.

Beijei pessoas que nunca sequer soube o nome, e fiz coisas que...

Mas nada daquilo importava.

Eu nunca temi me aproximar de todas aquelas pessoas, por que tinha em meu peito a certeza de que no fim de cada uma daquelas noites sujas e tardias, nenhuma delas significaria algo.

Mas enquanto eu descia aquele lance de escadas, a sensação que me tomava o peito era diferente. Meu coração palpitava feito uma britadeira a cada passo incalculado em direção a saída e meu âmago parecia virado do avesso.

Eu sabia o que aquilo significava. Sabia como eu acabaria quando chegasse ao fim. Achei que pudesse controlar, que daria conta; mas estive errada.

Desde o momento em que ele me seguiu até aquele aeroporto disposto a arriscar toda sua vida para salvar a minha, eu sabia que iria me apaixonar.

E isso era desastroso para nós dois.

Em todos os sentidos.

Amberly, espere — cada fiapo de meu corpo arrepia em uma resposta sútil quando suas mãos cálidas tocam minha pele, me parando, me apertando, me puxando.

— É um erro — eu me viro para encará-lo. — Tudo isso... Tudo o que está acontecendo, o que inventamos, o que vivenciamos, é tudo um erro!

— Então por que eu não consigo te deixar ir? — sua voz é como um acordo músical doloroso. — Eu não me importo se é errado, eu quero você, quero que seja minha, que me faça permanecer vivo toda vez que estou dentro de você, quero que me dê seu corpo, seus pecados, seu prazer, sua dor.. Quero muito você, Amber. Não conte para eles, não volte para a Inglaterra, não...

— Antoine, não faça isso, não diga...

Shhh!

Eu sabia que jogadores de futebol jogavam com a bola com a mesma intensidade que jogavam com os corações das night stands, mas naquele momento, bem ali naquela escada, com aqueles olhos azul cinzento me encarando como se pudessem ver minha alma, eu percebia que estava disposta.

Antoine...

— Me deixe mostrar —diz e me vira.

Me encurrala contra a parede repleta de quadros infantis e seu corpo; sem se importar com os hóspedes, desliza as mãos por meu corpo, dos braços para a mão e para a cintura e para a coxa e então para dentro do vestido.

Percebe a umidade ao esfregar.

— Me deixe te foder, por favor — um suspiro escapa contra meu ouvido.

O que fazer?

Seguir a razão ou o emoção?

Nós nos destruiríamos se ficássemos juntos, mas quando éramos um só, tudo parecia tão certo e simples.

No fim, sou movida a tesão.

Me viro para ele com puro fervor.

— Sou sua namorada por alguns dias, então faça o que quiser de mim, Antoine. —dou a ele o que deseja ouvir desde o primeiro dia, e vejo o efeito que as palavras lhe causam. Algo feroz toma seu rosto, seus olhos, cada pequeno traço de esboço. 

STRIPPER [GRIEZMANN] ✨Onde histórias criam vida. Descubra agora