q u a r e n t a & d o i s

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Eu chorei por noites depois daquilo.

De certa forma, eu me sentia imprudente, triste e cabisbaixa. Estava emocionalmente devastada mesmo quando não deveria estar me sentindo daquele jeito por alguém que não merecia o meu amor.
Em sí, o problema é que no fundo, bem lá no fundo, eu mantinha comigo a esperança de que num futuro quase recente tudo iria se resolver e nós ficaríamos juntos mais uma vez. Como antes.

Pensei erronêamente.

Tentando nos encaixar num daqueles exemplos em que o amor sempre supera tudo, com aquilo apenas piorei a situação. Iludi o meu coração com a expectativa de que Antoine me amou como eu o amei, mas, percebo que tudo não passou de blefe de sua parte.
Se tivesse sido real, ele teria me escolhido. Teria lutado por mim. Teria me procurado. Mas buscando a facilidade, foi com ela que ele subiu naquele altar e entregou a sua vida. Não a mim.












NO FIM DO OITAVO MÊS DE GESTAÇÃO, faltando pouco mais de uma semana para os nove meses, eu estava mais nervosa que tudo. Com a superação de um amor não sadio, comecei finalmente a me aceitar naquela situação e banhei toda a minha frustração com otimismo e felicidade por saber que faltava muito menos que antes para tocar e ver o rostinho de meu pequeno anjo.

Com tamanha expectativa, eu já não conseguia ficar parada dentro da casa de Andreas. Comecei a passear mais por Valencia nas vezes que Andreas estava treinando, e passei até mesmo a acompanhar Lindsay, a governanta, nas idas ao supermercado.
Numa das vezes em que fui ao centro comercial com ela, pela primeira vez, tomei coragem para usar o cartão de Théo para comprar alguns vestidos para mim vez que minha barriga estava estufando.
No mesmo dia ele me ligou extremamente empolgado para falar sobre a fatura anunciada em sua conta e sobre como estava feliz por eu finalmente estar me sentindo bem novamente.

No meio desse tempo, vivi monótonamente até o dia em que meu pai me visitou. Para minha surpresa, conseguiu enrolar mamãe com uma conversa esfarrapada de que teria uma viajem de negócios demasiado irritante. Como empresário, tinha de realmente fazer viagens. Ela, na temporada perfeita de Manchester, recusou acompanhá-lo e ficou lá. Fazendo sabe lá o quê.
Á princípio, foi um choque para ele chegar em Madrid e me encontrar quase duas horas de distância da cidade turística.
Apesar de sempre ter mantido contato com ele e meu irmão através de mensagens por um aplicativo apropriado, ocultei coisas demais da qual percebo que não deveria ter feito. Uma delas foi a surpresa de estar morando com um ex namorado.

Um ex namorado do qual meses atrás meu pai fez questão de replicar que eu não o amava e que ele deveria me deixar em paz. Havia constrangimento.

Felizmente, aos poucos ele foi superando, e, durante os três dias que passou do meu lado na casa de Andreas, percebi finalmente que não era só por mim que essa criança estava sendo aguardada; todos ao meu redor estavam loucos e eufóricos com a chegada do pequeno frutinho em meu ventre. E eu me sentia grata. E feliz pois ele não podia ter escolhido data melhor para vir ao mundo do que na Copa do Mundo, que estava muito próxima.

STRIPPER [GRIEZMANN] ✨Onde histórias criam vida. Descubra agora