q u a r e n t a & s e t e

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Andreas entrega Mia em seus braços e ela dá um pequeno chiado durante a troca de colos. Com o maior cuidado do mundo, Antoine se senta na poltrona para visitantes e apoia ela a sua frente, encarando o pequeno rostinho com uma espécie de fascínio, devoção. Eu me sinto... Devastada.

Poderíamos ter sido perfeitos juntos.
Teríamos sido, se ele não tivesse nos destruído.

- Ela é tão bonita!

Antoine comenta, alto o bastante para ouvirmos.

Depois do comentário, o silêncio predomina naquela sala hospitalar. Antoine sussurra coisas incompreensiveis para o bebê dorminhoco em seu colo; Ele beija sua testa, bochecha, nariz e mãos. Sorri feito um garotinho ao fitar cada pequeno detalhe daquele pedaço de gente que dorme feito um anjo enquanto recebe carícias dele.
Eu me sinto corrompida.

E se tivéssemos juntos? E se no lugar de Érika Choperena naquele altar tivesse sido eu?

Vê-los daquele jeito me traz sensações incompreensíveis. Fecho os olhos por um tempo pensando naquelas suposições e depois os abro. Quando não aguento mais fitar aquela tortura a meu subconsciente, me viro de costas para ele, a tempo apenas de ver Théo e Andreas reverterem olhadas entre as atitudes de Antoine e as minhas.

- Andreas e eu vamos comer algo -Théo diz antes que eu possa falar algo. Eu movo os meus lábios num "Por favor, não faz isso!" sem emitir som. Mas ele dá de ombros, risonho.

Eles não podiam fazer aquilo comigo.
Não era justo.

Andreas segura minha mão por um breve momento quando ultrapassa a porta "Boa sorte!" diz antes de fecha-la atrás de si, quebrando leis obrigatórias do hospital de mantê-las abertas.
Eu quero ir lá abri-la, com medo do que possa acontecer estando a sós, mas sou dominada por uma paralisia que me mantém presa no mesmo lugar.

Pressiono os meus dedos contra os punhos, relutantemente desencorajada.

Acho que vou pedir a ele para ficar com Mia por um tempo enquanto eu vou... Sei lá, andar por aí? -Mas não posso. Não consigo deixá-la sozinha.

Eu não podia mesmo sair, mas ficar ali tão perto de Antoine depois de tudo aquilo e todo aquele sentimento seria difícil para mim. E era inevitável olhar para ele e não pensar em todos os últimos meses. Na parte feliz, nos momentos íntimos, nos toques e beijos, e também no quanto chorei por descobrir sobre aquele casamento e em todas as noites que me senti sozinha e perdida. Por causa dele.

Eu tinha muitas mágoas.
E as feridas ainda não haviam cicatrizado.

- Amber?

Antoine clama por meu nome. Eu penso em correr mas desisto quando me dou conta do motivo.

STRIPPER [GRIEZMANN] ✨Onde histórias criam vida. Descubra agora