v i n t e & n o v e

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AMBER

Cambaleio porta a fora daquele escritório como uma vítima desesperada num daqueles filmes de horror em que a protagonista foge sem cessar de algum maníaco. Neste caso, não havia um criminoso em si, talvez um crime passional de roubo de corações, mas... Nada mais que isto.
Eu definitivamente só precisava ficar longe de Antoine Griezmann, pois temia que se a proximidade fosse consumada, tudo estaria acabado.

Do lado de fora, o homem que me arrastou até aquele escritório lança-me um sorriso demoníaco quando ultrapasso a porta. Analisa o meu corpo como se eu fosse um pedaço de carne. Como se o jogador dentro daquela sala tivesse feito de mim uma sobremesa. Uma foda rápida. -sinto nojo e repulsa por pensar em tudo aquilo.

Caminho por entre aquela pista de dança abafada como se o álcool tivesse esvanecido de minhas entranhas em um milésimo de segundo. É quando começo a me dar conta do que acabara de acontecer.

Eu havia perdido o controle.

Durante quase dois anos eu criei uma camada sobre o meu coração afim de me protegerem de qualquer comoção ou mágoa que fizesse mal para mim. Mantive relacionamentos casuais, com diversos caras por períodos suficientes de tempo, mas questiono-me porquê nenhum deles havia despertado em mim a situação que justamente um fuckboy acabou por florescer.
Eu saí de Madri semanas antes por descobrir que sentia amor demais por ele, quando tudo o que aquele sentimento me trazia era dor. Semanas se passaram e eu pensei que havia criado controle daquilo, mas, eu não tinha. Vê-lo me trouxe a tona tudo o que eu mais estava tentando esconder de mim mesma. Eu o amava.

Não encontrando David onde o deixei, mudo a minha rota até os camarotes. - Sou irmã de Ander Herrera. -digo para um dos seguranças que me olha duvidoso enquanto outro some através das pessoas e retorna de imediato me permitindo passar, guiando-me até onde os jogadores do Manchester estavam.
Como eu esperava; De Gea estava lá, sentado, com o telefone. Mas ao invés de ir até o seu caminho para conversarmos sobre aquele beijo, decido ir diretamente em Ander.

- Você pode me levar pra casa? -imploro.

- Para! Nós mau acabamos de chegar, Amber!

Ele responde meio grogue após virar um copo de algo com a coloração parecida com uísque.

- Ander, é sério! Você sabe que eu não o pediria isso se não fosse importante para mim.

Eu não podia sequer pensar em ficar mais um segundo sequer naquele lugar. Pensar nos últimos minutos me causava dor. Não física, mas mentalmente. Estar com Antoine, sentir o seu toque sob minha pele, a voz familiar, o olhar indecifrável... Eu não podia aguentar. Havia perdido o controle do que estava sentindo por Griezmann, e, sentia como se o céu estivesse a despencar sob minha cabeça.

STRIPPER [GRIEZMANN] ✨Onde histórias criam vida. Descubra agora