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  Cinco anos depois

    O despertador começou a produzir seu som- Triiiim ouvi o barulho, extremamente barulhento e irritante. Apesar de ouvir aquele barulho todos os dias, sempre no mesmo horário- às 05h30min dá madrugada, levantando-me dá cama calço minhas pantufas e vou até a cozinha beber um copo d'água. Moro sozinha, em um AP ele é pequeno, só pra mim mesmo, está bom.

- Ei, amigão- faço carinho em meu cachorrinho, ele se chama Jack somos só nós dois, ganhei ele de um amigo, ele me deu quando estava indo viajar morar em outro país, disse-me que era para lembrar dele quando olhasse para o cachorro, sei que existe vários meios para nós comunicar, só que ele quis deixar um pedacinho dele. Éramos melhores amigos, desde crianças.

Vou para o banheiro e ligo o chuveiro, a água está um gelo, o meu chuveiro elétrico quebrou então não tem água quente, é na gelada mesmo. Acabo meu banho e vou para o quarto me arrumar, visto minha saia preta cintura alta- saia secretária- uma blusa vermelha e pego meu blazer. Trabalho como recepcionista numa empresa de tecnologia, esse é meu uniforme, minha vida é tão agitada que quando paro, penso: tem alguma coisa errada.

  Já faz cinco anos desde o acontecido, evito me relacionar, apaixonar-me ou qualquer coisa que envolva amor minha mãe enche o saco dizendo que tenho que arranjar um namorado, a voz dela já está presa na minha cabeça "menina você já tem 25 anos e não tem um namorado, quero netos, vai querer arranjar um quando eu estiver morta?" Não quero me apaixonar, isso faz a gente sofrer e ela não entende.

Chego na empresa, coloco minhas coisas no armário e vou assinar meu ponto, sento na minha cadeira e arrumo o balcão. Minhas manhãs são quase todas assim.

- Bom dia Bárbara- cumprimenta minha amiga que trabalha comigo, sua maquiagem está tão forte que parece um sinal de trânsito, ela sempre foi extravagante, mas é uma boa pessoa.

- Bom dia Lorena- dou um meio sorriso e volto ao que estava fazendo, ouço alguma coisa cair, olho para chão e vejo minha carteira ela abriu no meio e a foto do meu pai apareceu.

Lembro-me de quando eu era pequena, papai sempre levava-me para cavalgar na Noite- Noite era a égua em que eu cavalgava- ela era minha, papai deu-me no meu aniversário de dez anos, saudades do meu velho, não o vejo faz meses, a última vez que o vi foi na noite de ação de Graças, não vou até ele por causa do trabalho e, dá distância ele mora em outra cidade, aí fica difícil!

****

Está na hora do almoço saiu do meu lugar e vou para o refeitório da empresa, minha amiga e eu revezamos enquanto uma almoça a outra fica na recepção. Escolho um lugar perto da janela coloco a bandeja de plástico na mesa similar a madeira e sento-me, a comida está do meu agrado: filé de frango, salada crua, arroz e farofa de acompanhamento o suco de caju. Hoje irei ver minha mãe, não ela não mora com meu pai, eles estão separados há um ano, o tempo que estou morando só. Eles se separaram por coisas bestas- meu pai adicionou no Facebook uma ex-amiga dá minha mãe e ela não gostou e brigou com ele até apagar, mas ele não apagou e foi isso-mais sei que no fundo se amam.

Volto ao meu lugar, Lorena olha-me e dá um sorrisinho, aí tem, ela chega perto de mim e sussura "nem te conto" mas ela foi interrompida pelo Sr. Dickinson que pede para acompanha-lo até sua sala.

Digo para Lorena que ela podia ser do FBI, ela sabe de tudo dá empresa ela é uma verdadeira fofoqueira!

Chegou ao fim do meu expediente vou no meu armário e pego minhas coisas.

- Você ainda vai na sua mãe?- Lorena pergunta.

- Sim, tenho que ir mas vou primeiro comprar um café!- o inverno chegou e nada melhor que um café no frio.

- Hum... Você nem sabe quem está namorando a bruxa dá Anna- chamamos de bruxa porque realmente Anna é uma bruxa, ela quase fez Lorena e eu perder o emprego. Ela afirmou que tínhamos entrado em sua sala para pegar seu anel de diamante, mais se deu mal viram na câmera que não tiramos o pé dá recepção, dois dias depois ela veio com a cara cínica pedir desculpas para nós duas, disse que o anel estava na sua bolsa, estranho não?

- Quem iria querer ela? Chata do jeito que é!- digo.

- O senhor Johnson!- fico com a boca entreaberta.

- O velho Johnson?

- Sim, ele que deu o anel de diamante pra ela!

- Anna fez alguma coisa pra ele ficar com ela.

- Também acho.- chegamos na entrada dá cafeteira.- Tchau Bárbara dê lembranças para sua mãe.

- OK, beijos.

Adentro a cafeteria e vou no balcão escolher meu pedido, não demoro muito para decidir, até porque já vim decidida do que quero.

- Boa noite, o que gostaria?- pergunta o funcionário.

- Vou querer o número 1.- ele me dá o papelzinho com meu pedido e vou para o outro balcão de pedidos.

Pego meu café e sento-me em uma das cadeiras altas que tem na cafeteria, tomo aquele liquido meio marrom mas preto ao mesmo tempo, bebo com cuidado para não queimar minha língua ele escorre pela minha garganta até chegar no meu estômago sinto aquele liquido quente dentro de mim, isso me aquece e o frio parece sumir.

Termino de beber e vou ao banheiro lavar minha mão, pego minha pasta e vou para a saída sinto um baque no meu corpo minha pasta cai no chão e os papéis se espalham por todos os lados.

- Droga!- xingo.

- Desculpa, eu ajudo você.

- Os papéis se espalharam todinho!- choramingo.

O homem que tombou em mim ajuda e rápido a pasta estava em ordem.

- Eu não vi você, Desculpa- olho para ele e uau que homem é esse, acho que deve ser cafajeste, desses homens que usa a beleza para atrair mulheres e depois fazer ela sofrer.

- Tudo bem...

- Me chamo Stephan- ele estende a mão, olho para mão dele e não seguro então ela abaixa- e você?

- Tenho que ir...- sai dali sem falar meu nome.

Tenho preconceito com homens bonitos, para mim são todos iguais.
Só fazem mulheres sofrerem!

Continua...

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