12. Um dia

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Jimin acordou com o barulho de algo caindo e se quebrando. Assustado, agarrou a sacolinha de biscoitos e olhou ao redor.

Já era manhã.

Outra coisa caiu do teto, dessa vez acima de sua cabeça. Pegou de raspão em sua orelha, mas mesmo assim doeu. Com dificuldade, colocou-se para fora da loja abandonada e caindo aos pedaços.

Como não tinha notado?

Sua barriga roncou baixo, e ele decidiu esperar quando a fome piorasse. Estava acostumado a comer pouco, sua antiga casa tinha regras bem rígidas quanto a isso.

"- oh, querido, muito bem! Meia colher de arroz e uma de verde. É assim que se faz! Vai ficar magrinho!"

Dae Hee costumava elogiá-lo quando o via comer como as regras mandavam. Alguns outros de seus amigos apanhavam por não ter auto controle e colocar mais de uma colher de arroz. Outros apanhavam por roubar comida.

Ele roubou coca-cola uma vez, mas ninguém ficou sabendo. Confiavam nele.

Suas lembranças foram interrompidas por um casal que passou por ali, andando de mãos dadas e passeando pelo centro. Respirando profundamente, Jimin percebeu que a rua estava lotada, na verdade.

- amor, um híbrido! Que gracinha!

- Do que será? - O rapaz se perguntou, dando de ombros em seguida. - Vamos ter um, um dia. Um gatinho, ok?

O loirinho nem percebeu que segurava o ar, até soltá-lo ruidosamente. Estava gelado, mas o agasalho o protegia bastante.

Deu as costas para aquela rua e voltou a andar.

Jimin desejou ter uma touca. As pessoas o olhavam esquisito, sempre sussurrando sobre um híbrido sozinho, um híbrido sujo e um híbrido "não identificado". Aquela frase em especial o lembrou de um momento curioso da infância.

"- uau. Ele é mesmo uma graça. - a dona sorriu amarelo, fazendo o híbrido aos seus pés sorrir também.

Park Jimin estava envolto em seus brinquedos de carrinho, e o fato de usar fraldas aos sete anos não o incomodava, mesmo percebendo que nenhum dos seus amiguinhos usava mais.

- Mas eu procuro um gatinho, você tem algum? Veja, ele é lindo, mas não tem rabinho...

Distraído com seu carro e caminhãozinho colidindo, o garoto não deu atenção àquelas palavras, nem era capaz de entendê-las com clareza."

Hoje, porém, ele sabia o que significavam. Significavam que as pessoas sempre queriam os gatinhos e cachorrinhos, e ele... Bem, ele não era tão híbrido assim.

Decidindo por procurar um parque, Jimin resolveu não andar mais em linha reta e finalmente sair do comércio. Talvez na rua ele tivesse mais sorte para achar algum abrigo.

(Perspectiva: Yoongi)

Ele não dormiu direito. Na manhã seguinte, sua cabeça doía como o inferno e a lembrança do híbrido orgulhoso e tímido o fez jogar o edredom longe.

Yoongi calçou as pantufas brancas e foi direto tomar café preto, rezando para que um gole já cuidasse daquela dor de cabeça horrível. Enquanto olhava o relógio vez ou outra para se situar, o moreno lembrou-se da presença do híbrido naquele mesmo balcão.

A memória do menor sozinho no parque, chorando e encolhido, fez seus ombros caírem. Ele estava perdido, por Deus! E se não tivesse achado sua casa ainda?!

Por que eu fiz isso? Podia tê-lo levado!
Pensou, colocando a xícara de porcelana na pia.
Café idiota. Você funcionava antes.

Arrastou-se para o quarto, fez sua higiene vagarosamente na suíte e saiu para o trabalho avoado.

Em cada esquina até a gravadora, o Min procurou por Jimin.

My lost hybrid ▪ pjm+mygOnde histórias criam vida. Descubra agora