Depois de todas as gargalhadas e brincadeiras bobas eu consegui conter os sorrisos e ligar para o agente Clark.
O telefone tocou apenas duas vezes e ele atendeu com o típico 'Agente Dowson' o que me fez rir baixinho.
As meninas riram alto o que me fez tapar o telefone para ele não ouvir. Assim que o silêncio voltou, eu expliquei rapidamente o que estava pensando em fazer e ele logo se prontificou a ir me ver. Desliguei o telefone e as meninas me encheram de perguntas.
- Ele vai vir aqui hoje? - começou Carol empolgada.
- Ele disse que sim - respondi como se não me importasse.
- Ele deve estar mesmo interessado em você - disse Fábricia com um sorrisinho no canto da boca.
- Vocês estão delirando - disse com desdém. - Ele só está interessado em resolver o caso.
- Ou em ter um caso - disse Francyelli caindo na gargalhada.
Nem mesmo eu resisti a piadinha dela. E se quisesse manter todos os olhos longe do James não poderia me irritar com essas insinuações.
- E não se preocupe, a única fura olho do grupo não está mais entre nós - disse Carol com um sorrisinho irônico.
- Falar dela desse jeito me deu arrepios Carol - disse Francyelli esfregando as mãos nos braços. - É como se ela estivesse morta.
- Foi só jeito de dizer Fran, relaxa - respondeu Carol dando de ombros.
- Meninas está tudo bem, eu não ligo mais pra isso, o Josh é passado - respondi apaziguando o clima.
Elas sorriram ainda sem jeito, mas assim que começamos a preparar o jantar tudo voltou ao normal. Fizemos uma bagunça na cozinha, mas a macarronada das Italianas ficou maravilhosa. Antes que comessassemos a comer, ouvi baterem na porta e corri para atender.
Olhei pelo olho mágico e vi o agente Clark parado lá, mas dessa vez não precisei esperar para abrir. E comparar essa situação com a visita do meu colecionador, fez crescer um sorriso enorme nos meus lábios.
Assim que abri a porta ele sorriu e eu o mandei entrar. As meninas apareceram na sala e ficaram lá, paradas, olhando o que iria acontecer.
Levei o agente Clark até o meu quarto e fechei a porta. Conseguia até imaginar o que aquilo causou nas meninas. Provavelmente estavam do outro lado da porta com um copo tentando ouvir tudo.
- Lembrou de alguma coisa que possa ajudar no caso? - perguntou como se estivesse me interrogando.
- Na verdade eu quero falar com a imprensa e acabar com todos esses boatos maldosos sobre mim - disse olhando no fundo de seus olhos. Era um azul tão claro que quase me distraí.
- Eu imagino que o noticiário seja frustrante, mas é importante que o FBI saiba os detalhes e não a midia - disse tentando me fazer mudar de ideia.
- Eu não vou revelar detalhes, apenas vou esclarecer as coisas, contar a minha versão da história - respondi firmimente.
- Terá que manter um auto controle incrível para não se perder na entrevista - disse com o mesmo tom do agente Drake. - Eles são como urubus, não descansaram até te fazerem revelar mais do que deve.
- Eu vivo no meio de urubus, então não precisa me preparar para isso - disse dando de ombros.
- Vejo que você já se decidiu, mas eu gostaria que fosse acompanhada de policiais, no caso de algum parente ou amigo das vítimas, tentar te abordar com violência - disse indo em direção a porta.
- Eu gostaria que fosse você - disse após um suspiro. - Me sentiria mais segura.
- Eu posso aparecer por lá, mas não posso acompanha-la - disse com um meio sorriso. - Poderiam pensar que estou comprometido de forma pessoal com o caso e isso não seria bom para nenhum de nós.
- Eu entendo - respondi abrindo a porta do quarto.
Quase que as meninas caíram de cara no chão.
O agente Clark fingiu não ter percebido que elas estavam ouvindo e foi cavalheiro o suficiente para se despedir de cada uma com sorriso amistoso.
Assim que fechei a porta, olhei para elas reprovando esse comportamento tão petiz, mas elas me ignoraram e já começaram com as piadinhas.
Fingi ignorá-las e fui para cozinha comer a macarronada, mas assim que me sentei elas vieram e sentaram-se ao meu lado, todas curiosa para saber qual programa eu iria, e é claro, se ofereceram para ir comigo, já que a agência estava nos dando um certo tempo para nos recompormos e elas já estavam sedentas pelos holofotes.
Eu disse sim, e não só porque elas queriam ir, mas porque eu estava feliz com a retomada da nossa amizade e me sentiria melhor sabendo que não haveria apenas urubus ao meu redor.
A presença do agente Clark, por outro lado, seria como a cereja no bolo, para alguns irrelevante, mas extremamente essencial para mim.
Respirei fundo depois de todas as decisões que tinha tomado e fui para o meu quarto. Deitei na cama e fiquei olhando para o teto. Tinha sido um dia exaustivo, mas cheio de esperança.
O sono como imaginei não veio. Estava empolgada demais, porém não com a entrevista, e sim com meu próximo encontro com o James.
Só conseguia pensar em como seria vê-lo de novo.Fechava os olhos e era o rosto dele que surgia na escuridão.
Me sentia segura agora...
Sentia minha vida voltando aos trilhos e em meio a todo esse turbilhão de emoções, isso era suficiente para me fazer dormir me sentindo leve e com um sorriso nos lábios.
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O Colecionador de Borboletas
Mystery / ThrillerAmanda é uma modelo de sucesso em Nova York, que se vê perdida num mundo em que muitas garotas sonham em viver. Após ler um livro inspirador, ela decide copiar a personagem principal e foge para a Chapada Diamantina, onde ainda no caminho conhece...