O Valor de Um Amigo

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James

Depois de algumas horas começamos a ficar sem alternativas. Tínhamos testado várias teorias, mas nenhuma parecia boa o suficiente para salvar a Amanda antes que o FBI me prendesse.  Era estranho que meu nome e minha foto ainda não estivessem passando na TV.

   Enquanto fazíamos suposições vimos um carro parar na porta da casa do meu pai e uma mulher descer e ir em direção a porta.

   – Quem pode ser? – perguntei olhando o monitor.

   – Não sei, mas pode ser alguma agente do FBI. 

   – Temos que voltar! – falei indo em direção a saída.

   – Você não deve ir! – falou parando na minha frente. – Eu vou sozinha e te mantenho informado.

   – Não vou deixar você se arriscar assim!

   – Hum... Percebeu que gosta de mim não foi? – e deu uma gargalhada. – Se tentar me convencer por algo um pouco mais íntimo, eu penso em ficar.

   – T-Byte...

   – Não deveria falar meu nome assim se não quer me dar esperança! – respondeu me dando um beijo rápido. – Agora sendo racionais. – falou escorada na saída. – Não sabem nada sobre mim, então é mais seguro se eu for sozinha e você poderá ver tudo daqui!

   Sabia que entre sorrisos e piadas, que ela estava com medo. T-Byte não era boa em esconder suas emoções, pelo menos era o que ela gostava de transmitir com toda sua irreverência. Conseguia ver que toda aquela leveza e sarcasmo eram sua máscara, um escudo para que ninguém a enxergasse de verdade, mas aquilo não funcionava mais comigo. Eu a via puramente como era e por mais que enxergar além sempre tivesse sido meu trunfo, era impossível negar o quão estranho era olhar para ela e imaginar que poderia haver temores ou dúvidas. 

   Não queria tê-la deixado ir sozinha e me odiava por ser tão egoísta. Tinha prometido que não deixaria nada de ruim acontecer com a Amanda e talvez estivesse indo longe demais com tudo aquilo, porém quando fechava meus olhos eu conseguia enxergá-la pedindo minha ajuda, e por mais que ninguém estivesse disposto a confiar nela, eu sempre estaria. 

   Se aquilo era amor, eu ainda não sabia dizer, não era um conhecedor desse sentimento. Tinha me enganado com a minha mãe e com o meu pai. O mais perto que tinha chegado dele era em sua forma fraternal com a minha pequena Lucy. O que eu sabia do amor romântico estava agora condicionado a Amanda, ao que ela me fazia sentir e eu não poderia perdê-la, não aceitaria e por isso eu deixei T-Byte ir, fiz isso na certeza e na esperança de que ela voltaria em segurança. Ela era mais forte que todos nós juntos.

   Me sentei na cadeira onde T-Byte fazia toda a mágica acontecer. Nem ousei tocar naquele teclado. Me limitei a observar e nisso modestamente eu era muito bom. Me concentrei nas telas em que eu poderia ver a propriedade dos Dowson. Queria conseguir ver alguém chegar, ou ver a Amanda conseguindo escapar. Olhei para o relógio para cronometrar o tempo. Não queria perder a chegada da T-Byte. A qualquer sinal de perigo eu correria para ajudá-la.

   Olhei tudo que consegui sobre a propriedade e nada além de uma casa velha, um galpão com um portão enferrujado e mato pareciam existir ali. Desviei meus olhos para a casa do meu pai e vi a mulher na porta parecer desesperada. Não conseguia acreditar que ela era do FBI, tentei acreditar que ela tinha sido enviada pelo meu pai em busca de informação, afinal nosso tempo estava se esgotando.

O Colecionador de BorboletasOnde histórias criam vida. Descubra agora