Em Choque

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Ainda deitada na minha cama fiquei pensando no que poderia fazer para descobrir a verdade.

Sabia que não poderia contar com as meninas, já que com toda certeza Fabricia tinha as contaminado com as duvidas sobre meu real envolvimento com tudo aquilo.

Peguei meu celular e liguei para a única amiga que tinha me restado.

_ Cris, você pode falar agora? _ perguntei com medo de estar sendo encoveniente.

_ Claro Amanda! O que eu estaria fazendo de importante a essa hora? _ E gargalhou daquele jeito de sempre. _ A modelo dessa amizade é você, esqueceu?

_ Só você mesma para me fazer rir _ respondi tentando parecer menos triste.

_ Iiii! Já percebi que as coisas não melhoraram neh?

_ Estão cada vez piores, e eu estou perdendo as forças _ engoli a saliva e travei os dentes até todos os músculos do meu rosto doerem. _ Mas não liguei para chorar, liguei porque preciso de você!

_ Sabe que pode contar comigo neh? Eu sou meio desajeitada, mas farei o que estiver ao meu alcance, é só falar!

_ Eu estou presa nesse apartamento com policiais vigiando todos os meus passos e eu queria tentar fazer alguma coisa para descobrir quem está fazendo isso com todas nós!

_ Eu posso tentar conseguir ajuda com algum amigo daqui, alguém mais esperto que eu para essas coisas _ e suspirou fundo como se tentasse sorrir.

Sabia que ela estava preocupada e que tentava disfarçar para que eu me sentisse melhor.

_ Obrigada Cris, eu amo você! _ disse e desliguei para poder chorar sem que ela me escutasse.

Queria parecer forte, mas a realidade era tão diferente. Eu estava apavorada! Cada batida do vento na janela me fazia suprimir um grito de pavor. Era como se pudesse ser atacada a qualquer momento.

Passei a noite em claro, mas batidas na porta me fizeram levantar da cama. Era um dos policiais dizendo que o agente Clark estava me esperando.

Troquei rapidamente de roupa e desci ainda prendendo a respiração. Estava ansiosa. Queria que ele tivesse trazendo boas noticias. Desci escoltada por um dos policiais até a garagem, mas os repórteres eram como urubus, queriam falar comigo de todas as maneiras. Entrei com dificuldade no carro.

_ Senhorita _ disse com um aceno de cabeça.

_ Espero que tenha trazido boas noticias _ respondi me ajeitando no banco.

_ Você que irá decidir se são boas.

Ele arrancou o carro e me deixou preocupada. Estariam pensando o mesmo que as meninas? Que eu era a culpada de tudo?

Descemos do carro discretamente pelos fundos. Fui levada para a sala de interrogatório!

Fiquei la sentada naquela cadeira fria. Estava com náuseas de tanta ansiedade.

O agente Clark e o agente Drake entraram juntos, mas apenas o agente Clark se sentou.

Engoli seco enquanto meu coração disparava e me deixava com as mãos suadas.

_ Reconhece esse homem? _ perguntou o agente Drake colocando fotos do James na mesa.

Fechei meus olhos, agora não mais por mim, mas pelo remorso de tê-lo envolvido em algo tão sério!

_ Não respondeu a pergunta Amanda _ disse o agente Clark como se tentasse me ajudar.

_ Isso é realmente uma pergunta? _ sabia que eles a conheciam nosso envolvimento, ou nao teriam me trazido para um interrogatório. Eu nao era tão burra quanto imaginavam.

_ Eu o conheço, mas garanto com toda certeza que ele não tem nada haver com isso.

_ Garante? _ e gargalhou o agente Drake. _ Então já que o conhece tão bem, ele deve ter contado que assassinou Susan Meireles do mesmo jeito que assassinou as modelos aqui!

Fui atingida por uma bomba e seus estilhaços me deixaram atordoada. Meu cérebro nao conseguia assimilar o que estavam dizendo.

Não... Não e não! Aquilo era um teste, meu James nunca faria algo assim... Não, não... Não... Ele não...

Quando recobrei os sentidos estavam me entregando um copo com água, mas não conseguia segura-lo, assim como nao podia acreditar que aquilo era real.

O Colecionador de BorboletasOnde histórias criam vida. Descubra agora