Invadindo

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Peguei o carro e dirigi até o centro de polícia e fiquei lá parado decidindo se me entregar seria a melhor forma de fazer ela sair livre de tudo aquilo.

_ James para agora com isso! _ ouvi uma voz sair do rádio.

_ T-Byte? Mas como você...

_ Eu disse que era boa! _ me interrompeu com aquele ar de deboche próprio dela. _ Sai já daí! Se entregar vai só atestar sua culpa.

_ Não me importo se isso fizer a Amanda sair livre!

_ Sério? Acha que isso aqui é um filme? Ou um romance? Na vida real as coisas não funcionam assim. Eles vão te prender e a Amanda continuará presa até que nenhuma evidência a aponte como sua cúmplice.

_ E o que eu devo fazer então, senhorita sabe tudo? _ perguntei me sentindo um maluco por falar com o rádio.

_ Além de perceber que sou muito melhor que a criminosa ai?

_ T-Byte!

_ Vai que cola neh? _ e deu outra gargalhada. _ Volta pra casa e aqui conversamos melhor! Estou me expondo muito invadindo essa frequência. _ e derepente o rádio voltou a tocar música.

Como ela poderia ser tão inteligente e tão relapsa ao mesmo tempo?

Entender as mulheres era difícil, mas acompanhar a linha de raciocínio da T-Byte era uma missão impossível.

Arranquei o carro e voltei para casa. Fui durante todo o trajeto tentando pensar em algo que pudesse ajudar. Tentando pensar em alguém que pudesse ter feito tudo aquilo. Alguém que se beneficiasse em me separar da Amanda, mas nada vinha em minha mente.

Quando entrei em casa vi a T-Byte no meu quarto com as aquele coturno em cima da cama. Os olhos vidrados no computador e bati a porta para chamar a tenção dela.

_ Vem ver o que eu consegui! _ disse abrindo espaço para que eu me sentasse ao lado dela.

Ela tinha invadido as câmaras do centro de polícia.

_ Fez isso durante os 39 minutos que gastei para chegar aqui? _ perguntei surpreso.

_ Acho que mereço mais que um obrigado! _ e disse a centímetros da minha boca.

_ T-Byte!

_ Não custava nada tentar. _ e me deu um beijo no rosto. _ Agora podemos monitorar as visitas e os interrogatórios!

_ Quero vê-la!

_ Só um minuto ... E voilà!

Vi a Amanda sentada em sua sela com a cabeça entre os joelhos. Eu sabia o que ela estava sentindo. Eu sabia como era estar enjaulado por um crime que não tinha cometido.

_ Temos que tirá-la de lá _ disse sem conseguir tirar os olhos do monitor.

_ Tirar quem de onde? _ perguntou meu pai entrando no quarto.

_ Ela é inocente pai e mesmo podendo ter me entregado a policia ela não o fez.

_ Não acredito que você ainda está falando sobre aquela garota _ gritou ele.

_ Eu a amo pai! E vou tirá-la de lá! _ afirmei.

_ Não! Você não vai! _ disse olhando nos meus olhos como se minha opinião não contasse.

_ Senhor Pedro, nos dê alguns dias para resolvermos isso e aí eu mesma convenço ele a ir embora daqui! _ disse T-Byte tomando posição a minha frente.

_ Não se meta nisso T-Byte! _ esbravejou. _ Porque se continuar ajudando meu filho nessa loucura, pode se considerar fora dos negócios!

_ Sério! _ E ela sorriu ironicamente. _ Se o senhor continuar com isso eu me retiro dos negócios e pode apostar que não sou tão legal trabalhando para a concorrência!

_ Está me ameaçando? _ perguntou ele.

_ É... _ e abriu um sorriso contido. _ Considere como uma Cyber ameaça. _ e ficou séria como nunca tinha visto antes.

_ Vocês tem 3 dias para resolver isso, e se não consiguerem, os dois irão embora comigo para fora do país! Estamos entendidos? _ finalizou tentando parecer no controle da situação e saiu batendo a porta.

_ Ahhhh _ gritou T-Byte pulando no meu colo. _ Me senti a própria Victoria Grayson de Revenge. _ e caiu na gargalhada.

_ Ganhamos três dias graças a você _ disse a fazendo parar de rir. _ Obrigada.

_ Não olha assim pra mim porque ai vai ficar difícil respeitar a Psicomanda! _ disse colocando meu cabelo atrás da orelha. _ Vou acabar te beijando de novo. _ e sorriu com aquele jeito único.

_ Psicomanda? _ perguntei sorrindo de volta para ela. _ Você é ótima!

_ E você nem imagina o quanto! _ respondeu erguendo a sobrancelha, enquanto voltava sua atenção para as telas.

Fiquei olhando para ela e me sentindo grato por tudo que tinha feito por mim. T-Byte era única e sabia que ninguém melhor que ela poderia me ajudar a tirar a Amanda daquele lugar.

E torcia para que um dia pudesse retribuir a altura.

O Colecionador de BorboletasOnde histórias criam vida. Descubra agora