Na trilha

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Voltei para casa e destravei a janela do quarto para T-byte entrar sem que meu pai a visse.

Ela deitou na minha cama ainda com seu coturno nos pés,  como se estivesse em sua própria casa. Tirou três notebooks da mochila e começou a entrar no sistema do FBI.

_ Conseguiii _ disse com um sorriso de orelha a orelha

Mas antes que pudesse ver o que ela tinha encontrado, ouvi baterem na porta.

Me surpreendi com Amanda vestida de Eleven.   Sai com ela para não correr o risco da T-Byte fazer uma apresentação espalhafatosa. Ainda não queria que Amanda descobrisse a verdade. Eu tinha percebido que para que ela acreditasse em mim, eu teria que terminar de montar aquele quebra cabeças.

Ela estava tão abalada, e vê-la assim me deixava ainda mais desesperado para descobrir a verdade.

Quando ela contou o quão perto ele tinha chegado,  eu senti tanta raiva. Como alguém poderia fazer algo assim?

Ele poderia tê-la matado. E só de pensar nisso, sentia faltar-me o ar.
E depois disso como poderia deixa-la ir?

A levei até em casa. E não pude ficar com ela nem protegê-la como gostaria e a sensação de que algo poderia acontecer quando eu fosse embora estava me consumindo.

Voltei para casa ainda mais concentrado em descobrir toda verdade.

T-Byte continuava lá hiper concentrada.

_ Você demorou hem? _ disse abrindo espaço para que eu me sentasse. _ Ela é até bonitinha para uma punk by Stranger Things.

_ Descobriu alguma coisa?_ Perguntei ignorando o ar de deboche dela ao falar da Amanda.

_ Bem... O FBI criou meio que uma teia de aranha mantendo a Amanda no centro, temos aqui as fotos das garotas assassinadas e todos os detalhes em volta das mortes. Foi exatamente o mesmo método.  Rosas vermelhas formando uma trilha até a janela. Todas usavam roupas confortáveis e se notar além do sangue, verá que nenhuma usava maquiagem. Tudo leva crer que foi o mesmo assassino.

_ A Amanda me disse uma vez que ela já tinha pensado em se matar, e o assassino reproduziu exatamente o que ela faria _ disse tentando estabelecer uma conexão.

_ Quem mais sabia disso?

_ Eu não sei... As amigas?

_ Vou pesquisar sobre elas e sobre a Amanda principalmente _ disse sem parar de digitar.

_ Achou alguma coisa?

_ Opa! Achei sim... Amanda fazia terapia com a doutora Gabriella Dunan. _ disse virando o monitor para mim.

Olhei a foto da mulher e a reconheci. Era a mesma que tinha encontrado conversando com meu pai no dia anterior.

_ Eu a conheço!

_ Não só você querido, ela é a piscicanalista do FBI e atende estrelas em Boston.

_ Não,  eu não conheço por isso! Eu a vi aqui nessa casa com meu pai!

_ Com seu pai? _ disse como se tentasse entender também.

_ Meu pai poderia ter alguma ligação com tudo isso?

_ Tem certeza que quer continuar?

Engoli em seco. Estaria sob o mesmo teto do assassino. Eu conseguia ver as ligações mesmo sem nenhuma pesquisa elaborada.

Foi depois de tudo acontecer que nós nos reencontramos e restabelecemos nossa relação de pai e filho, mas não conseguia acreditar que ele poderia ter feito todas essas coisas.

_ Tenho! Preciso saber a verdade! _ Não poderia viver na dúvida.

E ainda não conseguia ver um motivo para ele ter levado Fran.  Haveria outra explicação? Outra ligação? O que essa doutora Dunan poderia ter haver com tudo isso?

Perguntas, perguntas e mais perguntas. Sem as respostas tinha que dar a ele o beneficio da dúvida assim como ele havia feito comigo.

O Colecionador de BorboletasOnde histórias criam vida. Descubra agora