James
T-Byte voltou para o notebook e como sempre eu não podia fazer nada além de observar. E isso me deixava agoniado. Meu pai tinha nos dado um tempo muito limitado e eu não sabia se conseguiríamos salvá-la antes que a polícia me encontrasse.
- Essas são as imagens que eu tenho de quando você esteve na Chapada. - e virou o monitor para mim.
- São muitas! - falei prendendo meu cabelo num coque enquanto o suor me escorria pela testa.
- Turistas meu amigo! - respondeu digitando rápido como sempre. - Mas vou tentar diminuir isso usando um programa de reconhecimento facial, assim teremos apenas as fotos em que você ou Amanda estão! Prontinho! E são essas!
Na primeira foto que eu vi estávamos no coreto dançando. Eu quase podia sentir o cheiro dela, mas não conseguia ver nenhum suspeito. Olhei junto com a T-Byte uma a uma das dezenas de fotos que ela tinha conseguido.
- Olha esse cara de boné preto! - disse T-Byte apontando na tela. - Ele aparece em várias fotos, mas não da para ver o rosto dele em nenhuma! Muito suspeito não acha?
- Acha que pode ser o tal chefão do FBI que é dono da propriedade em que ela está?
- Tem um porte muito atlético para um cara da idade dele, vê as mãos nessa foto? Ele não deve ter mais de 35 anos. - falou dando zoom em uma das imagens. - E tenho que admitir que ele é muito bom! Não consegui recuperar nenhuma foto depois que a Susan brigou com você no bar.
- Ainda acho que estamos perdendo tempo! Porque mesmo que o cara de boné seja o assassino, não conseguimos provar nada com isso!
- Vamos juntar tudo que temos e tentar descobrir um pouco sobre os agentes responsáveis pelo caso! Talvez o cara de boné esteja entre eles.
- Consegue acessar isso? - perguntei ansioso.
- Não daqui! - respondeu pensativa. - Preciso ir para minha casa!
- Eu vou com você! - respondi a seguindo enquanto pegava o notebook.
- Droga! Seu pai levou o carro!
- Vamos de taxi, fica muito longe daqui? - perguntei.
- Taxi não é seguro, mas podemos ir de moto!
- Estou sendo procurado pelo FBI e você quer roubar uma moto, sério?
- Não vamos roubar! Só pegar emprestado! - falou atravessando a rua enquanto me entregava sua mochila. - O dono não vai chamar a polícia, isso eu garanto!
Não parecia nem de perto a melhor coisa, mas apesar de tudo eu confiava nela.
Ela pilotou até o Central Park, o trânsito estava péssimo, mas não demoramos mais que quinze minutos para chegar. Ela deixou a moto próxima a um túnel de tijolos vermelhos e jogou uma moeda para o saxofonista que tocava algo parecido com jazz. Caminhamos pelo túnel, até que ela parou em frente a uma porta de metal. Esperou até não ter ninguém a vista e a abriu me empurrando para dentro.
- Chegamos! - falou girando pelo pequeno cômodo. - Lar doce lar!
- Você realmente mora aqui?
- Opa! Cadê o cara que não julga nada nem ninguém?
- Só acho que não é um bom lugar para você!
- E olha que eu nem acendi a luz! - E gargalhou.
O lugar parecia um quarto de manutenção. Fios espalhados e quadros de energia por todo lado.
- Caminhamos até um armário enferrujado. Ela o puxou para o lado e entramos em uma fenda na parede. O lugar era um pouco mais organizado com monitores e computadores espalhados por todos os lados e um pequeno colchão no meio como se fosse um ninho em meio a toda aquela tecnologia.
- Como conseguiu tudo isso? - perguntei olhando ao meu redor.
- Digamos que eu herdei! - E sorriu sentando-se de frente para um dos computadores.
- Agora vou invadir o banco de dados do FBI. Quero descobrir um pouco mais sobre Owen Dawson, acho que assim saberemos mais sobre quem está com a Amanda.
- Consegue acessar a localização da Amanda daqui?
- Consigo, mas não posso ativar o localizador de casa! Lembra do que eu disse? É uma via de mão dupla. Acessar daqui seria muito perigoso! Mas posso conseguir imagens da entrada da propriedade!
- Por favor! - falei preocupado e ansioso para ter notícias dela.
- Vou acessar a casa do seu pai também! - falou me direcionando para os monitores a nossa esquerda. - Prontinho! Agora podemos ver se alguém vier atrás de você!
Ainda não conseguia processar tantas informações na velocidade que ela conseguia. Era surreal. Então me afastei o suficiente para ter uma visão geral de tudo e fiquei a observando digitar códigos e mais códigos enquanto tentava invadir o banco de dados do FBI e mais uma vez me senti grato por tê-la ali comigo. Pensei por alguns instantes o quanto deveria ser solitário, estar cercada de tanta informação e de tantas pessoas sem ter nenhum contato real ou físico.
T-Byte tinha estado comigo por tanto tempo e só durante aquele raro momento de silêncio, eu conseguia pensar em como ela estava se arriscando e só então percebi o quanto eu significava para ela e talvez eu nunca conseguisse demostrar o quanto ela tinha se tornado importante para mim.
- Consegui algumas coisas básicas sobre a vida pessoal do general Owen Dowson!
- General?
- E muito bem condecorado! Viúvo e Pai de Clark Dowson. Um dos agentes do caso da Amanda!
- Acha que o filho pode ser o cara de boné das imagens da Chapada?
- Sim eu acho! Olha a foto dele! - falou me mostrando a imagem no computador. - Combina bem com o cara de boné, não acha?
- Mas qual pode ser a ligação? Por que ele estaria fazendo isso comigo? Com a Amanda?
- Eis nosso grande mistério!
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Olá amigos! Eu desapareci por um tempo por motivos pessoais! Nesse meio tempo O Colecionador de Borboletas foi publicado no formato físico! Mas agora estou de volta e a todo vapor!! Espero que ainda queiram saber o final da história 😊
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O Colecionador de Borboletas
Mystery / ThrillerAmanda é uma modelo de sucesso em Nova York, que se vê perdida num mundo em que muitas garotas sonham em viver. Após ler um livro inspirador, ela decide copiar a personagem principal e foge para a Chapada Diamantina, onde ainda no caminho conhece...