Foi o que bastou para que ele levantasse e me tomasse em seus braços a fim de conter as minhas lágrimas que se mostraram incontroláveis.
— Ah, meu príncipe... — arfou, tomando cuidado ao me abraçar. — Se eu soubesse, jamais teria deixado isso ir a adiante, mas você não conversa comigo sobre isso.
— Sobre o que? — levantei o olhar com uma fungada.
— Sobre o que sente por mim.
— Como posso explicar algo que eu nem ao menos sei? — questionei. Eu sabia que eu sentia alguma coisa por ele, mas ainda não tinha uma palavra que pudesse descrever aquilo. — Sei que gosto de te ter por perto, mas me sinto confuso com as coisas que você provoca em mim.
— Tipo o que? — Ele parecia mesmo disposto a me entender, não havia malícia no tom de voz, apenas a boa e velha curiosidade que eu conhecia muito bem.
— É complicado — Senti meu rosto ficar vermelho e isso o fez soltar uma risadinha. Ian tocou de leve meu rosto, que ardeu por conta dos hematomas que ainda estavam ali e limpou uma lágrima intrometida.
— Sinto muito pelo que aconteceu com você, fui muito idiota em te deixar sozinho com Igor.
— Não sinta, não foi sua culpa. Se eu fosse mais forte talvez...
— Ah, pare com isso — Ian sacudiu a cabeça. — Igor tem vinte e cinco anos, embora a mentalidade não chegue nem aos pés disso e você ainda está crescendo, não tem a obrigação de ser mais forte do que ninguém, sem falar que o errado da história é ele por descontar em você algo que só diz respeito a mim.
— Foi humilhante — declarei. — Muito humilhante, era como se eles duvidassem da minha masculinidade e ao invés de falarem o que tinha de errado, descontavam com violência.
— Não tem nada de errado com você, meu príncipe — Ian segurou meu queixo e gemi em resposta devido a pontada de dor que senti. — Onde dói?
— Tudo — Fechei os olhos. — Mal consigo andar direito, meu rosto está horrível e...
Voltei a chorar antes de conseguir terminar a minha reclamação e Ian me guiou até a cama. Nunca fui muito de chorar, ainda mais na frente das pessoas. Sentia-me vulnerável e fraco. Era muito infantil de minha parte continuar chorando daquela forma exagerada, porém, por mais que eu tentasse, não conseguia parar.
Ele se afastou enquanto eu me encolhia e fitava o chão, incapaz de encará-lo por estar com vergonha. Ian foi em direção a um de seus armários pegar alguma coisa.
Para de chorar, Noah. Deixa de ser criança...
No entanto era mais forte do que eu, a enxurrada de lágrimas parecia querer expelir toda a água contida em meu corpo, me deixando ainda mais fraco.
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Feche a porta quando sair ✅
RomancePLÁGIO É CRIME! É proibida a distribuição e reprodução total ou parcial desta obra sem autorização prévia do autor. Noah Chevalier tinha um plano: iria se casar, ter uma filha e assumiria o posto de rei da Ilha das Flores como sempre sonh...