Capítulo 29 - Não desista de mim

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Embora estivesse sol, um vento frio começou a ricochetear, bagunçando o meu cabelo, que já não estava nas melhores condições e os pelos do meu corpo se arrepiaram assim que senti a frente fria.

— Ian — falei, tentando chamar a sua atenção. Eu não sabia por que ele evitava olhar para mim a todo custo, como se esse mero ato pudesse fazê-lo desmoronar.

Coloquei uma das mãos em seu peito, sentindo meus dedos gelados tremerem. Ian tirou a minha mão dali de modo delicado e se despiu do casaco pesado que vestia, colocando em meus ombros e segurando a gola alta em torno do meu pescoço.

— Obrigado — agradeci, com certa dificuldade para enfiar meus braços nos buracos certos e gemi quando vi que a manga do casaco era duas vezes maior do que meus braços curtos. Parecia que eu estava brincando de vestir coisas do meu pai.

Ian riu, a primeira risada sua que ouvi depois de semanas e quando seu sorriso apareceu, tive vontade de pular em cima dele e agarrá-lo com toda a minha força, mas ao invés disso fiquei apenas sorrindo também, como o bobo apaixonado que eu era.

Apaixonado...

Paixão. Uma palavra fraca para descrever o que eu sentia pelo Ian, no entanto era a única que se encaixava mesmo que de forma rasa no que o meu coração dizia.

Então eu estava mesmo apaixonado? Essa era a real sensação?

Não soube responder, só consegui ficar parado assistindo Ian dobrar as mangas do casaco até o meu pulso.

Assim que terminou, me inclinei sobre ele entrelaçando meus dedos em seu cabelo, que possuía a mesma maciez de sempre e na mesma hora, meu coração começou a bater tão forte que por um momento pensei que o mundo inteiro pudesse ouvir.

Ian ficou imóvel, se apoiando nas mãos atrás de si enquanto eu me sentava desajeitadamente em seu colo. Era uma posição estranha porque dessa forma ficaríamos juntos demais, fazendo com que ele pudesse notar cada reação — por menor que fosse — que o meu corpo tinha ao seu lado.

Assim que cheguei perto o bastante, beijei seu pescoço, permitindo que meu corpo inteiro se incendiasse. Parecia que durante aquelas semanas eu não passava de um palito de fósforo inofensivo, frágil e incapaz de ter qualquer vigor e brilho sem ajuda, e Ian fosse uma espécie de isqueiro, que produzia uma chama na qual incendiava o palito, mas ao mesmo tempo não permitia que ele se queimasse.

— Noah — Ele me empurrou, cortando bruscamente a minha linha de pensamento.

— O quê? — gemi, triste por ele ter me forçado a me afastar.

— Acho melhor pararmos com isso, você está comprometido. Isso é errado, príncipe.

— Por que está tão formal? O que houve com o meu príncipe?

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