Capítulo 36 - Imagem deturpada do amor

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Batidas insistentes me acordaram na mesma hora e me arrastei preguiçosamente até a porta

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Batidas insistentes me acordaram na mesma hora e me arrastei preguiçosamente até a porta. Abri apenas um pouco, para que o intruso não visse o Ian dormindo atrás de mim.

Sem disfarçar a minha sonolência, fitei a visita indesejada um pouco incomodado com a luz forte do corredor, que parecia queimar minhas retinas.

— O que foi? — resmunguei, coçando os olhos.

Quando levantei o olhar e vi Catarina me encarando foi que tive vontade de fechar a porta na cara dela e ela deve ter notado essa minha vontade, pois segurou a porta na mesma hora antes de falar em tom de urgência:

— Príncipe! — choramingou, sem esconder o desespero. — Preciso que o senhor venha comigo.

— Para onde? — perguntei, desanimado. Eu ainda estava meio grogue devido à sonolência. Prometi a mim mesmo que quando Ian inventasse de nadar às três horas da manhã de novo ele ouviria poucas e boas.

— Algo horrível aconteceu, o senhor tem que vir comigo — Ela fez menção em encostar em mim e me afastei, enojado. Sério, eu não evoluí tanto ao ponto de deixar Catarina me tocar daquele jeito.

— Para onde? — repeti. Eu não iria sair dali até que ela me respondesse. Pessoas que faziam suspense demais me dava vontade de bater.

— Eu sinto muito... — Ela começou a chorar e arregalei os olhos, temendo o que tivesse a dizer.

— O que foi, Catarina? Para de enrolar!

— O senhor Otávio... — soltou entre um soluço e outro.

Ela não precisava continuar, eu não queria que ela continuasse...

Mas Catarina e o seu incrível dom de me irritar conseguiu soltar aquelas palavras, conseguiu destruir tudo com apenas uma frase.

— Ele está morto — continuou, um pouco engasgada.

E foi ali que meu mundo despencou de vez.

*********

Bati a porta com força e na cara da Catarina enquanto acordava Ian aos gritos, jogando tudo o que eu podia no chão. Eu parecia mesmo uma criança transtornada, um verdadeiro furação Katrina.

Ian se levantou e correu até mim quando comecei a chorar alto.

Tudo destruído...

Eu me lembrava perfeitamente daquela pele enrugada, daquela voz sábia que sempre sabia o que dizer, que não suportava me ver infeliz...

A única pessoa que me aceitou de verdade, que nunca me julgou, que sempre me amou...

Essa pessoa não existe mais.

— Meu príncipe, o que foi? — Ian tentou, mas comecei a empurrá-lo, não queria falar com ele agora. Queria ficar sozinho, lidar com tudo sozinho. Sempre foi assim, por que daquela vez seria diferente?

Feche a porta quando sair ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora