Capítulo 12 - Ótimo jeito de convencer alguém!

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Acordar ao lado de Ian era uma sensação estranha, visto que a única pessoa com a qual eu tinha dormido em toda a minha vida era o meu avô. Quando levantei o olhar para encarar Ian, vi que ele retribuía o gesto, como se estivesse acordado há um bom tempo esperando que eu fizesse o mesmo.

— Bom dia — sussurrou, abrindo aquele sorriso que automaticamente fez meu coração bater mais forte. — Dormiu bem?

— Na medida do possível — respondi, tentando parecer indiferente. — Sua cama é bem desconfortável.

— Você mal dormiu nela — protestou. — Dormiu praticamente em cima de mim, queria levantar, mas não consegui sair do seu abraço.

— Que seja — Evitei encará-lo, sentindo uma onda de constrangimento vir à tona. — Vou providenciar uma cama maior para você.

— Não tem necessidade, gosto desta — disse Ian enquanto eu me apoiava na cama com os cotovelos, tentando vencer a sonolência.

— Dá próxima vez vou te arrastar para o meu quarto.

— Não vou dormir no seu quarto, Noah.

— E por que não?

Ian não respondeu, apenas sacudiu a cabeça e se sentou, coçando os olhos antes de bocejar. Tirou a camisa vermelha sem se anunciar, e senti minhas bochechas arderem enquanto encarava aflito as suas costas nuas.

Senti uma estranha vontade de tocá-lo, e cheguei até mesmo a erguer uma das mãos, mas logo recuei, sacudindo a cabeça tentando voltar à minha sanidade mental. Não me lembrava de sentir atração por meninos, mas ao mesmo tempo não me recordava de sentir por meninas também. Gostava de vê-las me admirando e desejando, apenas. Claro que já fiquei com algumas, mas não foi algo memorável, tanto que não lembrava do nome de nenhuma delas e nem do rosto, e isso era um pouco preocupante se pensasse bem.

Sempre fui imparcial, e ter aquelas sensações ao mesmo tempo sendo provocadas por uma só pessoa, me confundiam completamente.

A camisa ainda estava com as mangas em seus braços, cobrindo-os, embora eu mal notasse, estava muito ocupado acompanhando com o olhar a linha de sua coluna e o brilho de sua pele.

— Acho melhor você subir e trocar de roupa — declarou se virando para me encarar, com as mangas da camisa ainda em seus braços. Infelizmente eu não estava prestando atenção em suas palavras, estava analisando atentamente seu corpo, ou parte dele. — Noah?

Ele correu até a cama, com a testa franzida, e tentou buscar meu olhar, que aparentemente continuava inerte e fora do ar.

— Noah! — tentou novamente, dessa vez mais alto.

Pisquei como se eu tivesse acabado de acordar de um sonho.

— Ahm?

— Você tá legal?

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