Os meses se arrastavam, e eu como sempre tentando amolecer aquele coração duro do Noah. Modéstia à parte, tinha certeza de que estava funcionando.
Nossa relação evoluía cada dia mais, e, quanto mais evoluía, mais íntimos nós ficávamos, tanto que ele desabafou comigo sobre o seu pai, que, apesar de quase quatro meses terem se passado, ainda não tinha voltado da tal viagem de negócios.
Noah tentava ligar para ele quase todos os dias, e acabava em prantos quando desligava o aparelho, porque ele nem atendia a ligação do próprio filho. Geralmente eu o puxava para um abraço e lhe dava um rápido beijo na bochecha enquanto murmurava que ia ficar tudo bem, e que pelo menos ele ainda tinha a mãe dele, mas isso só o fazia chorar ainda mais.
Eu não gostava nem um pouco de vê-lo chorar, algo quebrava dentro de mim sempre que eu via tal cena.
Finalmente ele parou de reclamar dos meus abraços, dos meus beijos, dos toques e aceitou que eu não pararia com isso nunca, nem mesmo sob ameaça, porque era quase impossível para mim ficar com ele sem tocá-lo.
Ainda assim, não tive a oportunidade de pressionar meus lábios nos seus, sempre que estava prestes a acontecer éramos interrompidos e ele automaticamente se afastava, um tanto envergonhado.
Tentei conversar com ele sobre isso, mas nada feito. Meu príncipe insistia em dizer que não tinha nada rolando entre a gente, quando eu sabia muito bem das reações que eu causava nele apenas com um simples toque.
Eu entendia, é claro que entendia. Ele tinha medo do nosso futuro, pois sabia o quanto era incerto, e jamais o culparia por isso.
— Qual é o seu cantor favorito? — perguntei enquanto caminhávamos pelo quintal abarrotado de flores bem cuidadas.
— Ícaro Tramontini — respondeu, com as mãos nos bolsos da calça. — Já te disse isso milhares de vezes.
— Ah, sim — Sacudi a cabeça como se o fato tivesse fugido da minha memória. — Tinha me esquecido.
— Também gosto de Ed Sheeran — completou — Na real, quem não gosta de Ed Sheeran? — Ele riu.
— Nunca ouvi falar — Dei de ombros, com certa timidez.
— O quê? — Noah arregalou os olhos. — Isso é quase impossível, todo mundo já ouviu pelo menos uma música dele.
— Nunca saí da Ilha das Flores — Cocei a cabeça. — Não tem como eu conhecer todos os artistas famosos.
—Thinking out Loud? — tentou, com a testa vincada. — I'm a mess? Photograph?
— Não — Voltei a sacudir a cabeça, me divertindo com a expressão de horror dele.
Ele pegou meu braço e me puxou até a fonte, se recostando ali comigo antes de sacar seu celular e teclar, me deixando um pouco confuso.
Plugou seus fones de ouvido e deu um deles para mim. Cheguei mais perto dele até nossos ombros se esbarrarem e a música de repente começou a tocar.
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Feche a porta quando sair ✅
RomansPLÁGIO É CRIME! É proibida a distribuição e reprodução total ou parcial desta obra sem autorização prévia do autor. Noah Chevalier tinha um plano: iria se casar, ter uma filha e assumiria o posto de rei da Ilha das Flores como sempre sonh...