Noah
— Ian — afastei seu rosto de meu ombro para que eu pudesse encará-lo. — Não precisa chorar — continuei, limpando suas lágrimas com o polegar.
Ele fungou e fechou os olhos, se afastando de mim.
— Vai em frente — Nunca o vi tão agoniado na minha vida.
— Do que está falando? — questionei, sem entender bulhufas.
— Você veio me bater, não veio? — Ian abriu os olhos, as pálpebras tremiam como se eu fosse estapear seu rosto a qualquer momento.
— É claro que não, de onde você tirou isso?
— Eu menti para você, mereço apanhar, Noah — Ele voltou a fechar os olhos. — Vá em frente, não vou revidar.
Cheguei perto dele e dei um rápido beijo em sua bochecha e Ian logo recuou, assustado por não ter sido exatamente aquilo que esperava.
— Você não merece apanhar, Ian — segurei a sua mão, que estava apoiada em seu joelho e meu corpo inteiro se incendiou. Era inexplicável como meu corpo reagia ao contato direto com a sua pele, pareciam pequenas ondas elétricas misturadas com o vigor do fogo, era bom e perigoso ao mesmo tempo, e eu melhor do que ninguém sabia o quanto eu sentia falta daquela sensação, de me sentir completo. — Eu nunca bateria em você.
— Então por que está aqui? — Ele me encarou, sem entender, a testa vincada exaltando a sua incompreensão.
— Você sempre esteve ao meu lado quando precisei — discursei, tomando o mesmo cuidado que Theo tinha ao pronunciar as palavras, queria que elas saíssem do meu coração. — É a minha vez de fazer o mesmo.
Pude vê-lo esboçar um sorriso — o meu sorriso —, e ficou difícil de respirar, difícil de não agarrá-lo.
— Sei que você não me ama, Ian — continuei, ainda me deliciando com o seu sorriso. — Mas a gente ainda pode ser amigo, entende? Claro que isso não vai mudar o que sinto por você, mas vou tentar não deixar muito evidente para você não se sentir desconfortável e...
Ian me calou com um beijo, um beijo avassalador, o melhor beijo que já ganhei na minha vida. Era ardente, poderoso, era como gelo e fogo se colidindo, uma mistura de sensações indescritíveis, beijar Ian era indescritível.
A imagem daquela garota na foto não me remetia em nada ao Ian, não ao meu Ian. Pensei que eu não conseguiria beijá-lo e nem tocá-lo sem sentir nojo ou repulsa, mas eu estava redondamente enganado porque cada célula do meu corpo ansiava por ele e não por ela. Não era Jasmim que eu estava beijando, era Ian e aquilo foi uma espécie de revelação para mim, mas nem esse clique mudo na minha cabeça fez com o que o melhor beijo da minha vida fosse interrompido.
Meu corpo relaxou assim que seus braços me envolveram delicadamente, só que eu não estava com vontade alguma de ser delicado, eu estava eufórico e logo o fiz deitar na cama usando a minha força — que graças às aulas de taekwondo era mais evidente — e afastei-me dele apenas o suficiente para poder encará-lo.
Ian acariciou meu rosto e logo riu, uma risada inesperada devido ao grau de tesão no qual eu me encontrava.
— Do que está rindo? — eu quis saber, enquanto seu polegar passeava pelo meu rosto.
— Nada não, é que você tá com barba — disse voltando a rir enquanto eu sentia meu rosto queimar. — Faz cócegas quando me beija.
— Você também tá — Foi a minha vez de tocar seu rosto. — Sempre teve na verdade.
— Nem sempre — Ele sacudiu a cabeça, o sorriso se desmanchando diante dos meus olhos.
— Quer falar sobre isso?
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Feche a porta quando sair ✅
RomancePLÁGIO É CRIME! É proibida a distribuição e reprodução total ou parcial desta obra sem autorização prévia do autor. Noah Chevalier tinha um plano: iria se casar, ter uma filha e assumiria o posto de rei da Ilha das Flores como sempre sonh...