Capítulo 6 EDUARDO

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                                                                      Oi gente bonita.

                                                Vamos conhecer um pouco mais de Julia e Eduardo?


Depois da conversa com Sergio e Nando, fiquei pensando em tudo que eles disseram e comecei a me perguntar: Fato inegável que Julia continua linda e gostosa, mas será que o que quero com ela é realmente só sexo? Provavelmente. Julia de fato é a minha frustração adolescente, é a garota que nunca sequer beijei, por esse motivo, provavelmente quando e se eu vier a leva-la para cama, eu a tire do meu sistema assim como qualquer outra.

Porém outro fato também sou obrigado a concordar, eu não conheço Julia, não sei de seus gostos, suas preferencias, suas empatias e antipatias, enfim, não sei nada. Apenas agora fiquei sabendo no que trabalha que canta e toca alguns instrumentos, e está viúva. Talvez depois de conhecê-la melhor eu chegue à conclusão de que Julia é apenas um rosto e um corpo bonito. Você deve estar me achando maluco por achar que uma mulher com cinquenta e sete anos tenha um corpo bonito? Mas tem, Julia tem. Pelo menos vestida tem. Mas vamos descobrir. Certo?

Dormi pouco e no pouco que consegui sonhei com Julia. Acordei suado e com uma ereção que chegava a doer só de encostar em minha calça de pijama, se Julia for tão quente e gostosa na cama quanto foi no sonho, acho que me vicio. Depois de correr fomos ao Centro para almoçarmos por lá mesmo. À tarde Ricardo ligou dizendo que havia combinado com o grupo de nos encontrarmos à noite para uma pizza. Perguntei se Julia ia, ele disse-me que Martinha iria falar com ela. 

Chegamos à pizzaria, Sergio, Nando e eu, o pessoal já estava lá, mas Julia não fiquei decepcionado, mas ainda assim, não resisti e perguntei para Martinha por Julia, ela então disse:

─ Não sei, deve estar em casa Edu, ela disse que talvez viesse, mas, vindo de Julia, nunca se sabe. Como eu já havia dito, minha irmã é muito reservada e não gosta muito de sair de casa. Para não ser deselegante, e grosseiro com o pessoal, pedi um shopp e fingi prestar atenção à conversa. Sergio, Ricardo e Nando, perceberam logo minha cara de poucos amigos e sacaram logo também, que não demoraria em eu dar uma desculpa e ir embora.

─ Meu Deus! Se eu gostasse de mulher, aquela ali não me escapava! Disse Nando. Todos riram e olharam na direção que Nando olhava.

─ Realmente Edu, você tinha razão. Ela continua linda. Disse Sergio.

Virei-me para ver do que eles falavam, pois estava de costa para a entrada e lá estava Julia, entrando com um lindo vestido vermelho, justo, moldando seu corpo, mas sem estar chamativo, digamos que era um clássico. Sapatos de salto, do tipo "foda-me", evidenciando suas pernas, os cabelos presos em uma trança, pouca maquiagem. Só posso dizer: ─ Extremamente linda, gostosa, apetitosa.

Julia deu boa noite a todos, com beijos na bochecha das meninas, do Paulo e do Ricardo, menos em mim, claro, não sei por quê. Ou melhor, sei. Para Julia, é como se eu não existisse. Porém, para minha sorte ou meu azar, não sei, mas o único lugar disponível era ao meu lado. Quando Julia se sentou, me embriaguei com seu perfume, podia sentir o calor que emanava de seu corpo, assim tão perto e tão longe ao mesmo tempo, podia sentir seu hálito quando falava. Não preciso nem dizer que fiquei em uma situação bastante embaraçosa. Se me levantasse passaria vexame, o volume em minha calça jeans era visível. Está espantada por quê? Tenho cinquenta e nove anos, mais ainda funciono e muito bem, e sem precisar de viagara se quer saber.

A noite corria bem, pizza, shopp e conversa fiada, Julia limitava-se a responder perguntas que lhe eram dirigidas, até que Nando trocou de lugar quando Clarinha levantou para ir ao banheiro com Regina, e foi se sentar no lugar antes ocupado pela Regina e puxou assunto com Julia.

─ Você é sempre calada assim Julia? Disse Nando

─ Prefiro ouvir, às vezes é preferível ficar calada a ser desagradável.

─ Por que você seria desagradável?

─ Porque às vezes, ou na maioria das vezes, as pessoas se acham donas da verdade, e se sua opinião for diferente, você acaba criando uma discussão ou polemizando um assunto que não vai acrescentar nada ao conhecimento, e ainda assim, continuará tendo de engolir abobrinhas, ou sendo deselegante e como via de consequência, sendo grosseiro.

─ Você tem razão. Disse Nando.

─ Por exemplo, uns gostam de música sertaneja, mas se você não gosta, já lhe consideram intransigente e sem gosto musical, além de criticarem o fato de você gostar de rock, clássico ou pop. Disse Julia.

─ E falando em música, qual o seu tipo de música preferido? Dessa vez, foi Sergio quem perguntou.

─ Meu gosto é eclético, gosto do clássico ao rock. Só não gosto de funk e sertanejo. Depende do meu estado de espírito, do meu humor.

─ E de dançar? Você gosta? Perguntou Nando.

─ Amo

─ Poderíamos então sair para dançar, o que acha?

─ Vamos ver. Mas, agora, se me dão licença eu preciso ir.

─ Já? Mas ainda é cedo! Disse Sergio

─ Sim, eu disse para Martinha que apenas daria uma passada aqui. Foi um prazer conhecê-lo Nando, e revê-lo Sergio. Vocês formam um lindo casal.

─ Como você sabe que somos um casal? Perguntou Sergio todo sem graça.

─ Basta olhar para vocês e ver o amor em seus olhos. Tenham todos uma boa noite.

─Espere Julia, eu levo você em casa, eu disse já me levantando. Tudo que eu queria era estar com ela a sós.

─ Não é necessário Eduardo, estou de carro, mas obrigado assim mesmo. Boa noite.

─ Então, vou acompanha-la até o carro.

─ Novamente, não é necessário.

─ Faço questão.

Julia se despediu de todos, e seguiu em direção à entrada, e eu a segui, coloquei uma mão em suas costas, e cara, me arrepiou todo, pude sentir também que ela se empertigou, mas ficou calada. E, calados fomos até o estacionamento. Quando paramos ao lado de seu carro, disse-lhe:

─ Julia, gostaria de conversar com você.

─ Sobre? Disse ela.

─ Tudo

─ Tudo o que?

─ Creio que depois de quarenta anos, temos bastante coisa para conversar.

─ Pois eu creio Eduardo, que depois de quarenta anos, não temos nada para conversar. O tempo de conversar passou, ou melhor, você deixou passar.

─ Vamos sair para jantar? Dê-me uma chance para que eu possa explicar?

─ Explicar o que? Não há nada a ser explicado.

─ Por favor Julia?

─ Boa noite Eduardo.

E assim, ela entrou no carro e se foi. Mas eu não voudesistir.    

                                                               Obrigado pelo carinho.

                                                                          beijo no coração


UM AMOR MADUROOnde histórias criam vida. Descubra agora