Saí de meu gabinete com as pernas bambas, passei por Léia, despedi-me, peguei uma linha reta e me dirigi para o elevador, quase correndo. Tremia, minhas mãos suavam, meu coração disparado, meu estomago gelado. Entrei no elevador sem olhar para traz. O que Eduardo veio fazer aqui? O que ele quer? Perdi até a vontade de sair. Na garagem Pedro já me esperava. Quando cheguei ao restaurante onde os outros já estavam. Antônio Carlos me disse:
─ Julia, você precisa parar com esse negócio de ficar atendendo advogados até tarde. Tudo bem que eles estão fazendo seu trabalho e é nosso dever atendê-los, mas tudo tem um limite.
─ Não adianta Toni, Julia sempre foi assim, mesmo quando Marcio era vivo, ele também dizia que Julia deveria ser menos acessível. Falou Carmem.
─ Estipule um número de advogados para atender por dia Julia. Completou Marco Aurélio.
─ Acabaram? Entendam de uma vez por todas. Tenho prazer no que faço. Do jeito que vocês falam, até parece que nunca advogaram que nunca dependeram da boa vontade de um juiz para despachar, concedendo ou não um pedido para seu cliente. Nós não estamos acima do bem e do mal, não somos mais que esses profissionais que nos procuram. Já estivemos no mesmo lugar que eles, e eles só não estão no mesmo lugar que nós, ou porque não querem. Sejamos razoáveis. Sejamos justos.
─ Você não existe Julia! Disse Marco Aurélio, dando um beijo em minha bochecha.
─ Tomamos alguns drinks, jogamos conversa fora, rimos, mas cerca de uma hora depois, e antes de pedirmos o jantar, disse que precisava ir embora.
─ Mas já? Perguntou Toni.
─ Ainda é cedo! Falou Carmem
─ Marco Aurélio, não sabendo se conter, falou em meu ouvido: pensei que poderíamos dar uma esticada, só nós dois.
─ Não sou mulher de esticada, Marco.
Levantei-me, despedi-me e fui embora. Queria chegar em casa e ligar para Martinha. Ela não tinha o direito de dar meu endereço para Eduardo, e, eu disse isso a ela. Não queria ligar do celular, porque não queria que Pedro ouvisse, por mais discreto e confiável que ele seja. Prezo muito minha privacidade e intimidade. Quando cheguei em casa, fui direto para o meu escritório para ligar para Martinha, quando ia pegando o telefone, Rose chegou e disse que Meg, havia ligado e pediu para que eu retornasse assim que chegasse. Agradeci, e liguei para Meg.
─ Diga lá meu coração. Que queres tu de mim?
─ Nossa! Está inspirada hoje em Ju?
─ Nem tanto. Mas o que aconteceu?
─ Fechei o negócio. O apartamento já é seu. As chaves estão comigo. Dei uma de brasileira e pechinchei, com isso, fiz uma economia para você de U$20.000. Com essa grana, você pode trocar alguns móveis, cortinas, tapetes, sei lá mais o que.
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UM AMOR MADURO
RomansaAlma gêmea existe? Você acredita em alma gêmea? Para Julia, alma gêmea não existe. Julia e Eduardo, conheceram-se na adolescência, tiveram uma paquera por três anos e depois se perderam. Quarenta anos se passaram até que quando menos se esperava v...