Capítulo 2 EDUARDO

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Porra, mais que saco Ricardo, não estou com a mínima vontade de sair, vá você, agora que cismou com a Ester não para mais em casa, ela é tão gostosa assim cara? As outras meninas até que são legais, mas aquela tal de Regina, pode até ser linda, mas faça-me um favor, é uma puta, está doida para dar para mim, mas, cara, não desce. Nunca gostei de mulher vulgar, você sabe muito bem disso, e aquela mulher está me dando nos nervos com sua insistência.

─ Vamos lá cara, deixa de ser chato, diz Ricardo, vamos, você toma uma dose de whisky, se não pintar ninguém que te interesse, vai embora, mas desencana Edu, você precisa sair, ver gente, comer uma mulher. Virou santo agora? Você nunca dispensou uma foda.

─ Está legal caralho, eu vou, mas já vou avisando, não estou com a menor paciência para aturar papo furado.

Minha vida depois que a perdi sem nunca a ter tido resume-se: eu e meus amigos de infância, Ricardo, Rogerio e Sergio, piranhamos na faculdade até nos fartarmos. Após nossa formatura, abrimos uma Empresa de Engenharia, Arquitetura e Construtora, prosperamos ao longo dos anos, tornamo-nos uma das maiores empresas na área da Engenharia Civil, Arquitetura e Construção do País, temos hoje projetos e obras inclusive no exterior. Com quatro filiais em quatro Estados diferentes. Cada um de nós é responsável por uma das filiais. Nossos filhos hoje já trabalham conosco, para num futuro próximo assumirem os negócios e podermos então descansar. Casei-me, conheci minha mulher na faculdade, nos casamos alguns anos após a nossa formatura, tivemos duas filhas, ficamos trinta anos casados. Posso dizer que vivemos bem na medida do possível.

Tive algumas aventuras extraconjugais, mas nada importante, nada significativo, era apenas sexo. Minha mulher, não gostava de sexo, pelo menos, não comigo, e depois que as crianças nasceram, era muito raro haver sexo em casa, então eu buscava na rua. Sou homem porra! Fiquei viúvo há quase três anos, minha esposa morreu em um acidente de carro, e desde então, tive várias mulheres, mas também era apenas sexo, nunca transei com uma mulher mais de uma vez. Nenhuma mulher até hoje mexeu comigo, nem mesmo minha esposa, exceto aquela menina linda, da minha adolescência. Onde será que ela está? Será que ainda está casada com a mesma pessoa? Como será que ela está? Porra, já faz quarenta anos, a última vez que a vi ela estava grávida, linda, nunca vi uma mulher grávida tão linda. Ela não me viu, pensar que aquele bebê poderia ser meu.

Fiz merda, e quando acordei já era tarde. Sabe aquele otário, que tinha a garota mais linda da cidade que gostava de você e você esnobou? Pois é esse babaca sou eu. Eu também gostava dela, mas acho que no fundo tinha medo dela, ela era altiva, firme, personalidade forte, e ao mesmo tempo, meiga e tímida, sei lá, acho que no fundo, achava que ela era muita areia para o meu caminhãozinho.

Estamos no bar, Martinha, Ester, Clarinha, Regina, Paulo, Ricardo e eu. Martinha é irmã dela. Mordo o interior da minha bochecha, para não perguntar por ela como tenho feito desde que encontrei com Martinha há cerca de uma semana. Dou boa noite a todos, beijo na bochecha das meninas e um abraço de caras no Paulo, que está sentado ao lado de Martinha, Ricardo senta-se ao lado de Ester, Regina vem se sentar ao meu lado, e Clarinha está sozinha. Tomo um gole do meu whisky, e dessa vez não resisto, pergunto para Martinha, por Julia. Regina me olha e pergunta se eu conheço a insuportável, da irmã da Martinha.

─ Insuportável por quê?

Pergunto, já que não tenho notícias suas há tanto tempo, então não sei, ela pode ter mudado. Regina diz que Julia é antipática, metida, esnobe que parece ter um rei na barriga. Todos riem, e Ester diz que despeito agora mudou de nome, chama-se Regina e todos riem. Martinha diz que Julia está muito bem, que mora na Bahia há muitos anos, mas que está na cidade, e talvez apareça para se juntar a nós, pelo menos foi o que Julia lhe disse, embora Martinha não acredite muito, vez que ela chegou hoje está cansada da viagem e também não gosta muito de sair quando vem. Ester por sua vez diz que só quem não conhece Julia acha que ela é antipática.

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