Capítulo 13 JULIA

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Após quase doze horas de voo, finalmente cheguei a Londres, Marcita está com Josh e as crianças me esperando

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Após quase doze horas de voo, finalmente cheguei a Londres, Marcita está com Josh e as crianças me esperando. Nossa como é bom abraçar minha filha, ver uma parte de minha família é sempre muito bom. Peter e Nancy estão lindos. Josh continua sério como todo bom inglês, mas educado e um verdadeiro gentleman. Tenho férias duas vezes por ano, e é nesse período que visito meus filhos e netos. Como odeio frio, viajo para cá e para os Estados Unidos, em março e agosto, ou seja, pego primavera e verão. Em dezembro, é a vez de eles irem para o Brasil. Passamos as festas de final de ano juntos.

Geralmente, em minhas férias, passo a primeira semana com minha mãe, as duas seguintes passo uma em Londres com Marcita e uma em Boston com Junior. A última semana, quando Márcio era vivo, íamos a algum lugar que queríamos conhecer, ou que tivesse sido importante para nós.

Mas, sempre dávamos uma passada por Nova York ou San Diego, amamos esses lugares. E setembro, era a vez de Paris. Mas, essas viagens, apenas começaram a partir do nosso décimo quinto ano de casados, exceto para visitarmos nossos pais e nossos filhos.

Quando nos conhecemos, disse para Marcio, que meu sonho de consumo, e minha fantasia de adolescente, era passar a lua mel em Paris. Lógico que isso não foi possível. Passamos os primeiros quinze anos de casados, trabalhando muito e juntando dinheiro, compramos nossa casa quando nos casamos, e depois nosso apartamento em Salvador, e ainda nossa casa de praia em Itacimirim. Nos anos que moramos em São Paulo, morávamos em um apartamento que Marcio recebeu de herança. Durante anos, todo dinheiro que ganhávamos, tirávamos apenas as despesas, o restante, guardávamos, viagem para nós era apenas, uma semana para visitarmos meus pais no interior, no máximo passávamos um final de semana na praia com a crianças. Quando completamos quinze anos de casados, Márcio me fez a surpresa de me levar em Paris. Foi sem dúvida uma segunda lua mel, mágica, e, a partir de então passamos a ir todos os anos durante dez anos.

Boston entrou no nosso roteiro, quando Junior foi aceito para fazer Mestrado em Harvard, acabou que conheceu Judith, minha nora, conseguiu emprego em um hospital, foi convidado para dar aula na Universidade, e acabou ficando por lá. Londres foi quando Marcita foi aceita no Royal Ballet e acabou sendo aceita na Universidade de Greenwich. Conheceu Josh, foi convidada para dar aulas de balé para crianças e acabou montando sua própria academia.

Os últimos seis anos do meu casamento, éramos apenas Marcio e eu, e posso dizer que foram anos difíceis para nós. Tornamo-nos amigos, mais amigos ainda do que sempre fomos, mas embora quiséssemos negar para nós mesmos, faltava alguma coisa. Que coisa é essa? Não sei. Marcio também não sabia responder, mas ele também sentia. Se ele teve algum caso extraconjugal, não sei dizer, pois ele nunca foi, ou agiu diferente comigo. Mas, não sei ao certo, até pode ter acontecido, mas se houve ele foi discreto o bastante para que eu sequer desconfiasse.

Foi também nessa época que Marcio começou a ter as fortes dores de cabeça. Talvez, se tivéssemos procurado um médico, já tivesse havido o diagnóstico e Marcio, poderia ter sido operado e hoje estaria vivo. Mas será que se ele estivesse vivo teríamos continuado casados? Será que não teríamos ido buscar o que faltava para nós em outro lugar ou ainda em outros braços? Quem sabe? Essas são respostas que nunca terei.

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