Capítulo 36 Eduardo

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  Como tenho feito todos os dias nos últimos seis meses, saí do escritório, passei no bar, e lá fiquei sentado no balcão tomando meu whisky, até quase dez da noite. Todas as noites é a mesma coisa. Bebo, e só vou pra casa depois de já estar bem bêbado. Não suporto mais essa dor, e o álcool me entorpece, me anestesia, quando chego em casa, caio e durmo, e sonho com Julia, e acordo de pau duro, e me masturbo, lembrando de como é estar dentro dela, aí eu gozo e choro.

Estava em casa apagado no sofá, e acordei com o meu celular tocando. Mas que porra!

─Edu? Onde você está? Perguntou Sergio.

─Em casa porra.

─Então abre a porta, estou subindo.

Caralho! Olhei no relógio, e só faziam quinze minutos que eu havia chegado. Mas que porra o Sergio quer a essa hora? A campainha tocou, e quando abri a porta estavam Sergio e Ricardo. Para estarem os dois juntos, aqui em casa a essa hora, boa coisa não é. Mas foda-se.

─ Edu, vai tomar um banho que eu vou fazer um café, que nós precisamos conversar e o assunto é sério. Disse Sergio.

─ Mas que porra é essa? Não vou tomar banho porra nenhuma. Se quiser fazer café esteja a vontade, eu vou tomar um whisky.

─ Caralho Edu! Qual a parte de assunto sério você não entendeu? Gritou Sergio.

─ Vem Edu, vamos tomar um banho, você precisa estar pelo menos um pouco sóbrio para ouvir o que Sergio tem para dizer. Falou Ricardo.

─ Já falei que não vou tomar banho nenhum, caralho. Desembucha logo Sergio. Que merda!

─ Me dá essa garrafa aqui. Hoje você não vai beber mais nada de álcool. Esbravejou Ricardo, pegando a garrafa de whisky da minha mão.

Sentei no sofá, e fiquei esperando que eles falassem logo. Sergio veio da cozinha com uma caneca com café e me entregou.

─ Beba.

─ Está amargo, porra!

─ Beba logo Edu, e pare de drama. Disse Ricardo.

Ricardo sentou-se do meu lado no sofá, e Sergio na mesa de centro de frente para mim. Olhando muito sério disse:

─ Julia voltou.

─ O que?

─ Julia voltou Edu.

─ E como você sabe disso?

─ Ela ligou para o Nando hoje à noite.

─ Nando que falou?

─ Não. Eu cheguei em casa e eles estavam conversando em vídeo chamada, como sempre fizeram. E eu falei com ela também.

─ E onde ela está?

─ Na casa dela.

─ Vou para lá.

Levantei em um pulo, cambaleando, querendo pegar minhas chaves, carteira e celular para ir para o aeroporto pegar um voo para ir ao encontro da minha Vida. Sergio e Ricardo me seguraram.

─ Edu, são quase de onze horas da noite, não tem como você chegar ao aeroporto e ainda pegar um voo para hoje. Tome um banho, durma, cure esse porre e vá amanhã de manhã. Nós compramos a passagem para o primeiro voo, e você chega lá quando ela estiver acordando, eu e Nando vamos com você. Falou Sergio, com toda paciência.

─ Não Sergio. Você não entende? Eu preciso ver minha Vida hoje, eu preciso olhar para ela, ouvir a voz dela, tocá-la. Eu não vou aguentar esperar Sergio. Eu tenho de ir. Falei já chorando, me descabelando.

UM AMOR MADUROOnde histórias criam vida. Descubra agora