Capítulo 33 JULIA

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Já faz quatro dias que cheguei à casa de minha mãe. Desde que cheguei estou em meu quarto, desço apenas para fazer as refeições. No dia que cheguei Martinha quis saber o que tinha acontecido comigo e Eduardo, não quis falar, limitei-me a dizer que não deu certo. Meg ligou dizendo que como sabia que eu estava aqui, tinha vindo com Rogerio, que ficariam na casa de Ricardo e que passaria aqui para batermos um papo.

─ Ju?

─ Entra.

─ Será que podemos conversar, ou até de mim você vai fugir? Disse Meg, ao entrar em meu quarto e vir me abraçar.

─ Não estou fugindo de ninguém. Só não ando a fim de papo furado.

─ Ju, nós somos amigas há mais de vinte anos, nunca tivemos segredos uma com a outra. Você deixou de me considerar sua amiga? Deixou de confiar em mim?

─ Claro que não Meg. Que coisa mais estapafúrdia!

─ Então me conta. O que aconteceu de fato entre você e Edu? E não adianta vir com essa desculpa esfarrapada de que não deu certo. Isso você pode falar para os outros, não para mim. Eu conheço você e sei que foi alguma coisa grave. Vocês estavam super bem quando saímos de Vegas. Então desembucha de uma vez.

─ Ok. Você venceu. Mas antes, onde está a Martinha? Não quero que ela ou qualquer outra pessoa fique sabendo.

─ Martinha saiu. Mas você acha justo esconder de sua irmã? Ela sempre foi sua amiga, sempre esteve do seu lado.

─ Exatamente por isso. Mas vamos em frente. Quando voltamos de Vegas Eduardo ficou estranho, distante, pensativo, calado, eu sabia que estava acontecendo alguma coisa, pensei que fosse alguma coisa relacionada com o trabalho. Até que duas semanas depois, eu perguntei para ele o que estava acontecendo, e ele veio com aquela velha história, de que se eu sentisse alguma coisa por ele que eu deveria demostrar indo para a cama com ele. Quando eu disse que sexo é consequência de respeito e confiança, e não prova de afeto, de amor, ele ficou puto. Chamou-me de fria, de puritana de merda, que eu devo ter sido mal comida, e que Marcio deveria ter tido um monte de mulher na rua, porque eu deveria apenas transar aos sábados, vestida, no escuro e só fazer papai e mamãe. ─ respirei fundo e continuei ─ Que eu não devo sequer saber o que é gozar. Que ele estava perdendo tempo comigo e que tem um monte de mulher gostosa que quer dar pra ele. Virou as costas e foi embora. Isso dentre outras coisas, mas em resumo, é isso.

Meg estava com os olhos arregalados, examinando minha expressão. Soltou o ar, que acho estava prendendo e perguntou.

─ Ju, você está me dizendo que durante os mais de seis meses que você ficou com Edu, você não transou com ele?

─ Sim.

─ Eu não acredito!

─ Quando aceitei o pedido de namoro dele, eu disse a ele, que não haveria intimidade entre nós que ultrapassasse beijos. Que seria um namoro como antigamente, e que eu só faria sexo com ele...

─ Se casasse e depois de casada.

─ Não. Se e quando confiasse nele. E ele aceitou. Disse que iria conquistar minha confiança. Que iriamos no meu tempo, que respeitaria meus limites e meus valores.

─ Mas vocês dormiam juntos!

─ Lembra do meu aniversário?

─ Claro. Eu e Martinha fomos ao seu quarto como todos os anos para te acordar, Nando dessa vez foi junto também. Quando entramos no seu quarto, você estava dormindo de conchinha com Edu, achamos que vocês tinham transado, e por isso Edu não quis sair com a gente. Tiramos foto de vocês e mostramos para Sergio, Ricardo e Rogerio, por isso que quando você chegou, estávamos olhando os nossos celulares e rindo.

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