Capítulo 10 EDUARDO

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Cheguei à casa de Julia, e só então vi que era uma senhora casa. Martinha disse que a casa era fruto da venda da casa que ela tinha a que Julia tinha desde a época de seu casamento e a que o pai delas deixou. Que elas venderam as três casas, compraram o terreno e um amigo de Julia fez o projeto. Então a casa é dela e de Julia, e que ela mora com a mãe delas. Não vi a casa por dentro, mas como engenheiro, digo que é um projeto excelente.

Estava ansioso, querendo saber de Julia, que não aparecia. Martinha pediu licença e foi chamar Julia, voltou pisando duro, bufando, dizendo que Julia disse para esquecer que ela estava em casa. Já me preparei para ir embora, fui lá para ver e estar com Julia, se ela não iria dar o ar da graça, então eu iria embora. Iria apenas terminar minha cerveja. Nando ouviu o que Martinha disse e chegou perto de mim e disse que iria falar com Julia, quem sabe ele conseguiria convencê-la a descer. Falou com Martinha e se mandou para dentro da casa.

Uns vinte minutos depois, Nando voltou sorrindo, chegou perto de mim e disse:

─ De nada.

─ O que?

─ Daqui a pouco Julia vai descer. Mas eu prometi a ela que ninguém vai encher o saco, ela me disse que ao primeiro aborrecimento, ela vai embora.

─ O que importa é que ela vem.

Estávamos perto da piscina, quando ela apareceu. Meus Deuses dos homens famintos por mulher gostosa! Essa mulher é capaz de levantar até um defunto do túmulo. Ela estava totalmente informal, parecia que estava de maiô, com uma saia longa por cima, lembra que falei que Julia tem um corpo lindo? Pois tem, de chapel e óculos escuros, sem nenhuma maquiagem, parecia que estava apenas com um brilho nos lábios para hidratar. Tive de me segurar para não avançar nela. Peguei uma cadeira e lógico, fui me sentar ao seu lado.

Sergio por saber que eu queria descobrir coisas sobre ela, começou a lhe fazer uma série de perguntas, que ela não se opôs a responder, parece até que respondia de boa vontade, como disse Martinha, nada a esconder. E assim, fiquei sabendo que seu filho é médico, mora em Boston, tem dois filhos, gêmeos e que sua filha mora em Londres, é professora e tem um casal de filhos. Mas o mais importante foi que tive certeza do quão babaca eu fui.

Ela gostava de mim, e só começou a namorar o cara depois de eu estar namorando a Gloria há algum tempo. Porra, o cara deu o primeiro beijo nela, beijo que era para ser meu. Ele teve tudo dela em primeira mão. Ele foi o primeiro em tudo, mas, não foi apenas o primeiro, foi também o único. Ou seja, até hoje ela não sabe se ele beijava bem, se fodia bem, isso quer dizer, que ela é quase virgem. Agora mais do que nunca ela tem de ser minha, nem que seja uma vez só. Se já estava cheio de vontade de foder Julia, agora então nem se fala.

Quando ela disse que ia entrar, segurei seu braço, ela olhou para minha mão e de minha mão para dentro dos meus olhos e disse para eu soltá-la. Gente, que olhar é esse? A mulher tinha ao mesmo tempo, fogo, raiva, decepção, indiferença, um misto de sentimentos, que chegou a me dar calafrios. Mas ao invés de soltá-la, segurei seu rosto com as duas mãos, mantive o olhar e disse que ia beijá-la. Novamente um misto de sentimentos, era como se ao mesmo tempo em que ela quisesse tanto quanto eu aquele beijo, ela sentisse nojo da minha boca. Sem desviar o olhar ela segurou minhas mãos, afastou-as e disse: "não, não vai não", virou as costas e se foi. Pela segunda vez, ela se foi.

Passei as mãos nos cabelos, e, quando levantei os olhos, estavam todos me olhando, alguns com crítica, ou melhor, todos com crítica.

─ Que merda é essa Edu? Disse Sergio.

─ Onde você estava com a cabeça Edu? Esse foi Ricardo.

─ Você esqueceu que era Julia Edu? Foi a vez de Nando.

─ Que merda gente, era só um beijo! Não é à toa que digo que Julia é puritana. Falou Regina em minha defesa.

Eu não conseguia falar nada. Tinha apenas o olhar de repulsa de Julia, mas, não era bem repulsa, era mais alguma coisa, como se ela estivesse vendo alguma coisa, tinha tristeza em seu olhar, tinha mágoa. Será que a magoei tanto assim? Preciso falar com ela, preciso saber, preciso me desculpar. Preciso que Julia me perdoe.

A voz de Martinha me chamou atenção.

─ É apenas um beijo para você Regina, seria para qualquer uma de nós e dos milhões de mulheres esparramadas pelo mundo, mas não para Julia. Minha irmã é mulher de um homem só, ela nunca esteve com outro homem que não fosse o marido dela. Se você tivesse prestado atenção ao que ela falou sobre sexo casual, amizade com benefício e principalmente, respeito por si mesmo, você entenderia, que para ela, um beijo tem que ter um significado, beijo, é demonstração de afeto, é ligação, mas também é troca, é doação de sentimentos, de emoções. Pode até ser que amanhã, isso é, no futuro, ela venha a mudar de ideia, mas hoje é assim que ela pensa que ela vê e que ela sente.

Depois de ouvir o que Martinha disse não me restou outra saída senão ir embora, mas com a certeza de que vou desfazer esse mal-entendido com Julia. Preciso pensar. Estou confuso. Meu corpo clama por Julia, mas será que vale a pena? Uma foda é uma foda, mulher bonita e gostosa por aí não falta, e pegar Julia apenas para foder e depois largar, é muita sacanagem. Sou um filho da puta bastardo, mas não tenho o direito de foder com a cabeça de Julia. Tenho obrigação de respeitar seus valores.

É isso que vou fazer, amanhã procuro Julia para me desculpar, e a tiro do meu sistema. Quem diria eu Eduardo Soares Lemos, iria ter princípios e abrir mão de foder uma mulher gostosa? Ainda mais, quando essa mulher é a mesma que não fiz nada nem agora, nem quando era jovem? Porra é a segunda vez na minha vida que descarto Julia. Mas é melhor assim. Julia seria do tipo de mulher chiclete.

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Oi gente bonita.

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Um beijo no coração.

Amanhã tem mais.

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