Rubí
Falar que segunda-feira é um dia turbulento e estressante é ser totalmente redundante, mas essa segunda em especial estava sendo uma das piores. Primeiro acordei com uma cólica tão forte que por um momento pensei que estava parindo um demônio, depois tivemos um chamado no distrito de Central Tower, um dos distritos mais perigosos de Mewtown City, se localiza a norte do centro da cidade e o bairro onde recebemos o chamado era nos confins do distrito, a ocorrência foi de um morador que ligou para a central informando que sentia um mau cheiro vindo da casa vizinha, os policiais que chegaram ao local tiveram que arrombar a casa e se depararam com dois corpos aparentemente esfaqueados na sala, uma delas sendo de uma criança de aproximadamente 4 anos.
Ter uma visão tão brutal às 08:30min da manhã deixa qualquer um de péssimo humor, como Gonzáles e Enzi estavam em outra ocorrência tive que ir sozinha, o cheiro era forte dentro da casa e se eu não tivesse um estômago forte estaria vomitando minha alma, a mulher estava no chão de costas por cima da criança, provavelmente morreu tentando o proteger, Michelle chegou pouco depois de mim e já se mobilizou a trabalhar me cumprimentando amigavelmente, eu preferi vasculhar a casa em busca de pistas, depois fui falar com os vizinhos que pareciam não saber de nada e aquela falta de vontade em ajudar me deixou ainda mais aborrecida. Depois de uma manhã cercada de odor pútrido e depoimentos infundados resolvi voltar para a DP e ainda fui repreendida pelo meu chefe por ter atendido a ocorrência sozinha o que foi ridículo, eu quase lhe disse o quanto ele estava sendo desnecessário ao me repreender por fazer o meu trabalho. Não fazia sentido! O que ele queria? Que eu ignorasse uma ocorrência por estar sozinha no caso? Não satisfeito ele gritou para todo o DP que aquele que descumprisse suas ordens levaria suspensão imediata, o cara estava surtando de uns tempos para cá e é claro que para completar meu dia meu computador queimou no meio de minhas pesquisas sobre o marido da vítima e todo meu trabalho tinha sido em vão, precisei começar tudo de novo no computador de Lisa. No meio do dia decidi ligar para Juan, ele era um dos melhores advogados que conheci e mesmo que nossa história tivesse sido terrível em questão amorosa ele sempre fora um bom amigo e eu torcia para que ele levasse isso em consideração para me ajudar, passado o seu choque com minha ligação Juan concordou em marcar um horário para Carolina para averiguar como poderia ajudar, sua secretária iria retornar a ligação assim que conseguisse um horário e ele prometera que seria ainda na mesma semana, desligamos ainda sem jeito, ele era um bom homem e só agora eu entendi o porquê de não ter dado certo com ele, na verdade com nenhum dos poucos que tive.
A melhor parte do dia foi falar com Carolina, ela estava radiante por seu primeiro dia na empresa de publicidade e logo combinamos de eu ir buscá-la, mas quando reclamamos de um dia ruim ele entende como desafio e piora, tive que lidar com Mônica e só Deus sabe como eu me segurei para não perder a cabeça ao vê-la segurar o braço de Carolina como se ela fosse sua propriedade, a cena me fez ferver por dentro, busquei todo meu autocontrole, muito a contragosto usei o pouco de bom senso que ainda me restava apenas para intimidá-la, para o bem dos dentes dela a mesma recuou, porque eu juro por Deus que se ela dissesse um "ai" torto ela perderia algum, Carolina me respondeu que estava bem pela segunda vez mesmo sua expressão me dizendo outra coisa e achei melhor só a conduzir para o carro e deixá-la longe daquele encosto.
_Está calada mais que o normal o que houve?- Disse Carolina me encarando.
_Não foi nada, só tive um dia cheio, mas me conta o seu dia, como foi com a toda poderosa? - falei desviando o assunto enquanto prestava atenção na direção e no trânsito obsceno que estávamos.
_Foi incrível, eu nunca estive tão empolgada e você não vai acreditar quem é a minha chefe. - disse ela empolgada.
_Quem? - Falei lhe encarando sorrindo.
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A Detetive
Lãng mạnSe me perguntassem qual era meu sonho quando eu tinha 12 anos eu diria que seria ser psicóloga como meu pai, porém aos 13 anos eu desisti de entender as pessoas, quando meu pai morreu na minha frente em um assalto esse sonho mudou. A partir de então...