Capítulo 12

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Primeira vez

_ Não vai me convidar para entrar? - Disse Carolina sorridente.

_ Ah claro...

Dei espaço para que adentrasse o apartamento e só então fechei a porta, ela estava simples apenas de calça jeans escura, e camiseta de um tom azul claro e eu só consegui pensar em como ela era linda, pedi que se sentisse a vontade e afiz me seguir até a cozinha onde eu havia posto a mesa para duas pessoas no balcão.

_ Nossa o cheiro ta ótimo. - Disse Carolina se sentando.

_ Bom não sou boa cozinheira então apenas comprei uma massa fresca de que gosto, espero que não se importe... Gostaria de vinho? - Disse sem graça pela minha falta de dom culinário.

_ Sim, por favor, não se preocupe eu amo lasanha. - Disse Carolina com as mãos no queixo.

Assim que começamos a comer, perguntei algumas coisas sobre a vida de Carolina que respondeu sem muitos rodeios, descobri que ela se descobriu aos 14 anos, mas só contou para os pais aos 16 e os mesmos a fizeram  ir a vários psicólogos, pois não achava normal, quando conseguiu ir para a faculdade se sentiu livre para viver de seu jeito então escolheu a instituição o mais longe que pode para cursar publicidade e nos anos seguintes se dedicou a fazer bicos e se manter nas notas altas para não perder sua bolsa, apesar de pouco antes de concluir o curso ter precisado trancá-la e quando perguntei o motivo ela simplesmente disse que contaria em outro momento então me perguntou como decidi ser detetive e me surpreendi como foi fácil contá-la sobre meu passado.

_ Bom, na verdade eu primeiro quis ser policial... Aos 13 anos vi meu pai ser baleado na minha frente em um assalto, ele infelizmente não resistiu ao ferimento e morreu no hospital pouco depois. Então depois disso eu coloquei na cabeça que iria prender todos os bandidos para que ninguém sentisse a dor que eu senti. - Disse com algumas lágrimas nos olhos, Carolina esticou sua mão e tocou a minha em solidariedade, seu toque era quente e me senti confortada e continuei a falar.

_ Assim que me tornei policial fiz de tudo para prender o cara que matou meu pai... - Disse olhando em seus olhos.

_ E você conseguiu prendê-lo? - Disse ela curiosa.

_ Bom... - Respirei fundo e me levantei para recolher os pratos e levar a pia e só então voltei a falar ainda de costas para ela. - Teve um dia em que eu estava em uma ronda e recebi um chamado, era um assalto a uma joalheria e eu e mais duas viaturas fomos acionados, houve ume perseguição a uma mini van e quando pareamos a viatura ao lado do motorista eu o reconheci... Ele estava mais velho claro, na época da morte de meu pai ele era um adolescente acredito eu, mas eu nunca esqueceria aquele rosto... Enfim, ouve troca de tiros e eles pararam em um bairro da periferia onde tivemos que persegui-los a pé, eu fiz questão de ir atrás do homem que atirou em meu pai e quando enfim ele acabou em um beco sem saída começou a trocar tiros comigo, chegou um momento em que ele parou de atirar e eu me aproximei pedindo que ele largasse a arma e colocasse as mãos na cabeça e ele não obedeceu e atirou contra mim, eu lhe acertei com dois tiros, foi a primeira pessoa que matei. - Disse encostada na pia de cabeça baixa.

_ Você não teve escolha, ele atirou em você. - Carolina disse se aproximando e me fez lhe encarar.

_ Ele me acertou um tiro no ombro, mas na hora eu mal senti, minha única vontade era matá-lo e só não atirei na cabeça porque eu sabia que iriam questionar... Eu não sou uma pessoa muito boa não é? - Disse indo até a mesa e enchendo minha taça novamente.

_ É difícil ser boa quando se tem raiva e todos nós temos nossos demônios, você não é um monstro por isso. - Disse ela suavemente.

_ Você acha mesmo que eu sou uma pessoa boa depois disso tudo que lhe contei? - Disse me virando para ela com um sorriso triste e encarando o azul profundo de seus olhos.

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