Capítulo 40

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Dália 

Fazia uma semana que eu frequentava as palestras que o grande prodígio artístico Pierre Olivier organizava na universidade, meu professor de história da arte dizia que ele poderia ser um novo ar para arte contemporânea se focasse menos em sua tendência ao realismo, já eu adorava suas pinturas e me sentia ligadas a elas de alguma forma que nunca vou conseguir explicar. Observava entretida um de seus quadros expostos na ala cultural da universidade já fazia uns bons vinte minutos, era um quadro lindo, porém sombrio que retratava a morte, como sempre estava fascinada por cada traço e tom de cor ali composta quando um rapaz puxou assunto sobre a obra.

_Ele poderia ter usado menos cinza no fundo não acha?- Disse o rapaz suavemente.

_Creio que não, as cores como estão compostas e sobrepostas estão na minha opinião dando o ar fúnebre que o quadro passa... Junto com as expressões precisas de cada pessoa... É como se cada um já soubesse que não tem como escapar do que tem por vir... – Disse sem encarar o rapaz, ainda fascinada com a expressão de uma das crianças do quadro.

_Eu esperava que passasse a ideia de que mesmo que a morte seja o único destino, sua vida ainda não acabou, mas creio que eu estava um pouco melancólico quando o pintei. – Disse Pierre sorrindo.

Ao ouvir a frase eu congelei imediatamente, só poderia ser brincadeira e queria que fosse uma piada idiota quando me virei para o rapaz parado atrás de mim, mas não era, tive que ter muita força de vontade para não sair correndo ou desmaiar na frente de Pierre. Ele conseguia ser ainda mais bonito assim tão de perto, não sabia o que mais era atraente nele, se seus cabelos castanhos bagunçados ou a barba por fazer, talvez os olhos diabolicamente azuis ou a postura despojada, definitivamente eu havia perdido a fala e estava me odiando por isso.

_Você já deve saber, mas sou Pierre prazer em conhecê-la. – Disse estendendo a mão para me cumprimentar.

_Me chamo Dália, mas pode me chamar de Lia se preferir e o prazer é todo meu, eu sou uma grande admiradora... Dos quadros obviamente, não que você não seja bonito porque você é... E eu acho que já estou falando demais então eu vou indo enquanto ainda tenho dignidade, até mais. – Disse apertando a alça da mochila e saindo da sala de exposição da universidade quase que voando, mas Pierre me alcançou no meio do caminho até a saída da instituição.

_Ei espera, você esqueceu seus desenhos desculpa na foi minha intenção te assustar. – Disse me entregando a pasta portfólio.

_Eu só não esqueço a cabeça por estar grudada no corpo, obrigada e você não assustou eu que fiquei sem jeito, toda vez que estou nervosa eu falo sem parar e acabo falando besteira, então não se preocupe... E eu estou fazendo de novo! – Disse fechando os olhos querendo desaparecer enquanto ele apenas sorria e para minha morte o sorriso era lindo também.

_Não se preocupe, gosto de gente que fala o que pensa e se você não estiver com pressa gostaria de tomar um café comigo? Adoraria ouvir o que achou da exposição é claro se você quiser. – Disse ele ficando levemente vermelho e pondo as mãos nos bolsos.

_Eu não sei, eu tenho que ir para casa ficar com meu sobrinho... –Disse olhando à hora no relógio de pulso e percebendo que eu já estava atrasada.

_Tudo bem, vou ficar com a exposição aqui até depois do feriado de ação de Graças espero te ver de novo então, se importa de trocarmos telefone... – Disse olhando fixamente dentro dos meus olhos e como resultado tirando toda a circulação de oxigênio do meu cérebro.

_Seria... Seria ótimo, claro... - Disse o mais serena que consegui enquanto anotava meu numero no celular dele. _ Eu realmente tenho que ir, nos vemos depois então... – Falei sabiamente sem consegui tirar meus olhos dos dele antes de virar as costas e ir embora.

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