N/A Já aviso que o cap é tenso... kisses
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Lisa
Dores do passado
Quando acho que minha vida vai começar a andar ela estaciona e ainda traz fantasmas que eu queria esquecer, ela me pediu para encontrá-la antes de ir trabalhar parecia desesperada e por mais que eu quisesse ignorá-la ela não me deixaria em paz, não que ela fosse me deixar de qualquer forma. Fazia quatro anos que eu não a via, me lembro como se fosse ontem, ela se despedindo de mim para ser internada tinha tido uma overdose e quase morreu e só por isso aceitou a internação e eu acreditei que dessa vez ela se curaria e voltaria ser aquela que eu vagamente lembrava, mas não, duas semanas depois fomos informados que ela havia fugido e eu não quis procurá-la, estava farta de tudo que a envolvia e só queria seguir com meus estudos e meu novo objetivo, e eu simplesmente segui adiante, mas ela sempre arruma uma forma de me encontrar e tornar minha vida um inferno.
Observei ela atravessar a rua, marcamos em um lugar na periferia do distrito da Zona Norte em Central Tower, era longe o suficiente para que ela não se envolvesse na minha rotina, estava magra e mais velha do que sua idade deveria mostrar, roupas puídas, cabelos que um dia foram lindos e que agora aparentavam fios brancos e aspecto quebradiço e opaco. Ao chegar perto vi suas olheiras fundas e sua pele ressecada provavelmente estava desidratada, vê-la me doía tanto, saber que eu não podia fazer nada para tê-la de volta da forma que me lembrava, da época boa é claro, como dizer a ela o quanto eu sentia sua falta e o quanto eu a amava se ela mesma mal conseguia organizar as próprias ideias?
_Você está linda! - Disse ela ao se aproximar mais, não havia mais aquele cheiro almiscarado do seu perfume que se misturava em sua pele e que eu adorava, agora fora substituído por algo próximo a suor seco e urina que denunciavam a falta de higiene.
_Não posso dizer o mesmo de você... Já disse para não procurar meus pais para me encontrar Mercedes, diga o que quer de uma vez. -Disse friamente, falar com ela me fazia mal de várias formas e eu só queria acabar logo com isso.
_Elisabeth minha querida, pensei que sendo criada por uma família tão rica você fosse melhorar esse seu gênio. - Disse Mercedes acendendo um cigarro de forma distraída.
_ Esse não é mais meu nome e você sabe disso. - Falei me sentando no banco da praça sem querer encará-la.
_Mas foi esse o nome que eu te dei quando te coloquei no mundo e vou chamá-la assim, você no mínimo deveria tratar melhor su madre mi hija. - Disse Mercedes de forma sentida.
_ Mi madre murió cuando yo tenía ocho años
*_ Minha mãe morreu quando eu tinha oito anos - Disse sentindo meus olhos arderem com uma das lembranças mais doloridas de minha infância. _ Você é apenas um fantasma do que ela foi um dia e que voltou para tirar minha paz! Se não disser o que quer em vinte minutos eu vou embora e vou me assegurar de que você não irá me encontrar! - Disse em um único fôlego para não dar chance de nenhuma lágrima cair.
Mercedes ficou quieta por um tempo e percebi que segurava o choro, se tinha uma coisa que herdei dela era esse lado orgulhoso, que não aceitava ajuda e não demonstra fraqueza fácil. Ela soltou alguns anéis de fumaça querendo mostrar seu autocontrole, mas sendo denunciada por suas mãos trêmulas e a pequena camada de suor frio que começava a surgir em sua testa, era evidente que estava em abstinência.
_Está bem, eu preferia curtir essa manhã com minha única filha, mas vejo que está com pressa... Eu estou em um abrigo aqui perto e preciso de algumas coisas, pasta de dente, shampoo essas coisas e como não consegui emprego ainda pensei que você pudesse me emprestar alguma coisa, prometo que pago assim que eu puder. -Falou séria tentando disfarçar sua aflição.
Passei a mão em meus cabelos, evitando responder algo ríspido, eu sabia para o quê ela precisava de dinheiro, eu sabia para o quê elaprecisava de dinheiro, sabia que seeudesse o queela queriapoderia sofrer outra overdose, mas sabia também que se eu não desse,ela surtaria e poderia arruinar destruir tudo que construí com Rubí.Olhei em seus olhos castanhos claros aos quais eu não puxei, sua boca era parecida com a minha, seu queixo lembrava o meu e se não fosse sua debilitação provavelmente eu poderia me ver alguns anos mais velha nela, fora isso não tínhamos nada em comum. Decidi por enquanto a lhe dar o que queria e ela aceitou ansiosa, mas ao mesmo tempo senti sua tristeza e aquilo me feriu ainda mais, deixei meu número para que ela pudesse me ligar e assim não incomodassem meus pais, ela era o meu problema e eu teria que saber lidar com tudo que a envolvia de novo.
_Seu pai ficaria orgulhoso de você agora, se ele pelo menos...
_Por favor não continue, não preciso passar por isso também... - Disse me levantando e indo em direção a minha moto.
_Elisabeth! Filha espera! - Disse ela me gritando e me fazendo parar e encará-la de novo. _ Me desculpe, eu sei que sou tudo que você odeia, mas queria que você soubesse que eu amo você e eu sinto muito orgulho de quem você é... Eu só sinto tanto... - Disse começando um choro sentido.
_Se você se importasse, deixaria eu realmente te ajudar... Olha eu vou me atrasar, se precisar de mais alguma coisa me liga. - Disse montando na moto e colocando o capacete que não deixou que ela visse minhas lágrimas, olhei pelo retrovisor e vi quando ela se ajoelhou no chão para chorar sozinha e eu apenas acelerei a moto para ir embora dali o mais rápido possível...Passei o dia calada e pensativa, sempre que eu fechava meus olhos eu a via chorando então me foquei apenas em ajudar Rubí com Mônica e o nosso caso, claro que teria que ter alguma alfinetada daquele demônio louro, mas até que Rubí se saiu bem, passamos a tarde toda montando relatórios e a reunião que teríamos amanhã a noite com nosso chefe, não tive nem um oi de Luna e foi até melhor que ela não me procurasse, eu não seria uma boa companhia principalmente por telefone, ela e essa viagem que nunca acabava, eu também não poderia cobrar nada dela afinal um beijo ou dois não quer dizer nada, mas eu estava com saudade e precisava do conforto de seu abraço, então eu teria que esperar. Cheguei em casa e me enfiei embaixo do chuveiro onde chorei tudo que guardei o dia todo, amanhã era outro dia e eu teria que continuar firme, talvez eu precisasse voltar ao terapeuta, mas por hoje eu só precisaria chorar até tirar tudo de mim.N/A : As coisas vão começar a se desenrolar agora gente ^^.... Espero que tenham gostado e sofrido um pouco, rsrsr até a próxima!!!

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A Detetive
RomanceSe me perguntassem qual era meu sonho quando eu tinha 12 anos eu diria que seria ser psicóloga como meu pai, porém aos 13 anos eu desisti de entender as pessoas, quando meu pai morreu na minha frente em um assalto esse sonho mudou. A partir de então...