Quebra cabeça
Eu e Gonzáles chegamos ao bar onde Kevin trabalhava, mas ainda estava fechado àquela hora então como a espera ia ser longa meu amigo resolveu comprar café e rosquinhas para passar o tempo, já se aproximava das 16 horas e o calor que fizera o dia todo já diminuíra bastante e agora soprava uma brisa fresca, as ruas estavam calmas e o céu de um tom de azul lindo, o mesmo tom de azul de certo par de olhos que pelo visto não saía de minha cabeça. Lembrei de meu café da manhã e sorri sozinha, lembrei do sorriso e seu jeito doce e senti um frio na barriga, eu não poderia estar atraída por uma mulher... E se eu estiver? Eu tenho que por minha cabeça no lugar, agora não era hora nem o lugar para isso, eu tinha um caso para resolver e não poderia me distrair assim, sobre Carolina eu com toda certeza não estou a desejando como penso, ela é simpática e parece ser uma boa pessoa e isso deve ser o motivo da minha admiração, provavelmente ela também é heterossexual e estou confundindo sua gentileza com flerte e é isso, não tem motivo para eu me preocupar com nenhuma ideia absurda de atração repentina por mulheres. Sábado vamos sair como amigas e vou me permitir flertar com algum rapaz, vou saciar minha carência e pronto, voltamos à vida real. Mal concluí meu pensamento e meu celular vibrou em uma mensagem:
Numero desconhecido:
Olá Rubí tudo bem? É a Carolina, eu peguei seu celular na sua ficha espero que não se importe.
Bom esse é meu número se quiser salvar na sua agenda... É isso tenha um bom dia...
Li a mensagem e não acreditei... Pegar meu telefone na minha ficha não deveria ser proibido? Essa menina é louca isso é certo, mas no fundo eu gostei daquela loucura e salvei seu número de imediato e a respondi quase que na mesma hora:
Olá, rsrsr, isso não deveria ser proibido? Kkkk..
Seu número está salvo, tenha um bom dia...
Carolina respondeu com um coração rosa e eu sorri ainda mais, porém meu momento foi interrompido com a porta abrindo, travei o celular e retomei minha postura séria enquanto pegava meu café ajudando meu amigo.
_ Nossa estava lotado foi mal pela demora. _ Disse Gonzáles se sentando e pegando uma rosquinha.
_ Tudo bem, nada mudou desde então, relaxa. - Bebi um gole de café que estava muito bom.
Comemos em silêncio e decidimos que o carro estava muito abafado e resolvemos esperar em pé do lado de fora eu sempre odiei esperar, mas não tinha escolha. Observamos algumas pessoas passar e reparei que uma menina passou e claramente me paquerou, ela era até bonita e com um corpo de dar inveja, ela passou em minha frente me encarou e atravessou a rua olhou para trás e sorriu, fiquei nervosa imediatamente e desvie os olhos, mas é claro que isso não passou despercebido ao meu amigo.
_ Nossa, Rubí ganhou para semana toda hein? - disse rindo.
_ Cala a boca Roberto, ela não estava olhando para mim e mesmo que estivesse não estou interessada. - Disse rindo.
_ Bom não parecia já que você estava olhando tanto...- Disse Roberto com ironia.
_ Eu não... Ela estava me encarando... Eu não estava... -Comecei a tentar explicar, mas me embolava ainda mais o que gerou boas gargalhadas ao meu parceiro.
_ Relaxa, não tenho nada contra pelo contrário sou super a favor de você sair do armário e vir para o vale... - Disse gargalhando.
Eu ia explicar que não era lésbica, mas nesse momento vi o bar sendo aberto por um rapaz que poderia ser o nosso suspeito, então encerramos o assunto e fomos até lá bater um papo, coloquei meus óculos escuros e nos aproximamos enquanto o rapaz tentava levantar a porta de ferro do bar.
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A Detetive
RomanceSe me perguntassem qual era meu sonho quando eu tinha 12 anos eu diria que seria ser psicóloga como meu pai, porém aos 13 anos eu desisti de entender as pessoas, quando meu pai morreu na minha frente em um assalto esse sonho mudou. A partir de então...