Novas pistas
Terça-feira 05h10min e já estou alongada e descendo as escadas correndo para aquecer, coloquei meus fones, dei bom dia para o rapaz da portaria que hoje parecia mais disposto e corri em direção ao parque como sempre concentrada na minha respiração, o clima estava quente indicando o auge do verão então saí apenas de top e um short curto leve próprio para corrida.
Enquanto fazia meu trajeto fui revivendo os fatos sobre o caso para tentar abrir uma brecha ou achar alguma coisa que deixei passar, lembrei dos detalhes sobre o diretor que Lisa havia me passado por e-mail.
Ponto um: ele era casado á 25 anos, tinha 42 anos e sem filhos.
Ponto dois: ele tinha uma casa na parte nobre, era graduado em historia da arte e dera aulas naquela instituição depois de formado.
Ponto três: seu maior hobby era colecionar miniaturas de barcos em garrafas e miniaturas de carros antigos.
Resumindo não havia nada de errado com o cara, faltava verificar o ex-namorado da vítima, Kevin o namorado ciumento e possessivo, será que seu ciúme o fez matar uma pessoa Kevin? E as roupas em baixo da cama eram algum fetiche da vítima ou ela estava participando de algo maior?
Muitas perguntas e poucas respostas e elas já estavam me deixando louca, cruzei o parque em velocidade máxima, dei mais uma volta antes de tomar fôlego para voltar. Já havia dado a hora da cafeteria abrir e isso era o que valia mais a pena estar fora de casa tão cedo.
Entrei na cafeteria e havia pelo menos quatro pessoas na minha frente, ainda estava ofegante e bebia minha água enquanto apreciava a voz de Astrid S cantando Paper Thin quando alguém tocou meu braço, então retirei meus fones para ouvir o que a pessoa queria e a vi sorrindo. Carolina conseguiu estar com seus olhos ainda mais claros do que quando a vi da última vez, seus olhos estavam claros como o céu em um dia de verão, seus lábios tinha uma tonalidade rosada natural e foi então que percebi que ela dizia algo.
_ Perdão o que dizia?- Disse tentando disfarçar meu momento de transe.
_ Eu disse que foi uma coincidência te encontrar aqui hoje. - Disse Carolina sorrindo.
_ Na verdade não muita, eu costumo vir aqui quase todo dia, mas nunca te vi por aqui antes até aquele dia, você costuma vir sempre? - Perguntei tentando disfarçar o nervosismo e tomei um longo gole de água, mais para ter o que fazer com as mãos do que pela sede, a cada vez em que ela olhava de meus olhos para minha boca eu tinha vontade de sair correndo.
_ Naquele dia em que nos... esbarramos foi a primeira vez que decidi vir aqui, ai eu meio que gostei e decidi voltar hoje antes de ir trabalhar. E por falar em trabalho, eu deixei meu terninho no seu carro no sábado? Não o encontro em lugar nenhum.
"Como vou saber!!! Eu mal raciocino com você perto de mim inferno"
_ Na verdade eu não sei, mas posso dar uma olhada e depois te entrego se estiver lá. - Disse me virando para o balcão para fazer o meu pedido.
_ O de sempre Rubí? - Disse a garçonete.
_ Sim, por favor.
_ Para a viagem? - Disse a garçonete olhando para Carolina e nesse momento também a encarei como se me desse conta que ela poderia querer tomar café comigo e só essa possibilidade já me deixou aflita.
_ Bom se você não estiver com muita pressa poderíamos conversar um pouco. Disse Carolina em um tom que me pareceu ansioso.
"Na verdade estou ocupadíssima"
_ Não, eu até que tenho um tempo antes de ir trabalhar. - Disse ignorando minha própria consciência e aceitei tomar café com ela.
Após ela fazer o seu pedido, sentamos em uma mesa nos fundos da cafeteria, Carolina conduzia a conversa sobre como estava calor e como prefere o frio e coisas do tipo enquanto eu havia perdido completamente o dom da fala, tudo que eu pensava era em como ela ficava bonita de roupa social ou em como seu sorriso era cativante. Tinha algo muito errado comigo, fiquei rememorando se em algum momento de minha vida eu já me senti atraída por mulheres e não achei nenhum momento em especial, com certeza era só mais um daqueles surtos onde eu fico fascinada com a delicadeza e a feminilidade. Eu viajava em meus pensamentos, para variar, quando percebi que ela perguntava algo.

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A Detetive
RomanceSe me perguntassem qual era meu sonho quando eu tinha 12 anos eu diria que seria ser psicóloga como meu pai, porém aos 13 anos eu desisti de entender as pessoas, quando meu pai morreu na minha frente em um assalto esse sonho mudou. A partir de então...