Novo Começo
Já havia desistido de falar com Carolina, já passava das 15h e nem um sinal, pela primeira vez eu não estava focada em meus afazeres. O telefone da minha mesa tocou e de acordo com as informações que fora passado tudo levava a crer que tínhamos mais um caso, era um bom momento para sair do DP e aproveitei a chance para me focar no meu trabalho como sempre, partimos para o centro da cidade, Lisa estava falando algo que respondi no automático sem me importar de fato com o que dizia, eu só queria que aquele dia acabasse logo. Chegamos ao local do crime onde tudo já estava isolado.
_ Oi eu sou a Detetive Valdez e essa é a agente O'Brien, o que temos? - Disse ao policial que atendeu ao chamado.
_ Homem de em media 48 anos, esfaqueado varias vezes e nada foi roubado, achamos incomum e entramos em contato, a legista já foi chamada também e deve estar a caminho. - Disse o homem me conduzindo ao beco onde fora à cena do crime.
Nos aproximamos do corpo que estava intocado, o homem fora esfaqueado pelo menos cinco vezes na altura do abdômen e tórax, olhei seu corpo e avaliando suas mãos percebi que estavam machucadas o que me fez pensar que o agressor também fora bem machucado, entre os dedos da mão direita havia uma correntinha presa em seus dedos e julguei ser do agressor então a coletei para averiguação de provas, o sangue estava fresco o que levava a pensar que o assassinato fora a pouco tempo, pedi que emitissem um alerta nos hospitais da região para pessoas que apresentassem lesões de luta corporal, se déssemos sorte o assassino poderia ser burro o suficiente para tentar tratar os machucados, enquanto falava com alguns policiais Lisa me chamou para informar que encontrara próximo a lixeira a arma do crime, um canivete ensanguentado e assim que o guardamos como prova do crime ouvimos um barulho próximo as lixeiras mais a frente, vimos um sujeito suspeito correndo e começamos a persegui-lo, gritamos para que parasse, mas o mesmo não queria cooperar, estávamos em uma avenida cheia de becos e vielas e o suspeito nos fez correr por elas esbarrando em pessoas e barracas no meio do caminho, agradeci pelas minhas horas de corridas diárias se não já o teríamos perdido de vista, mas a frente ele se enfiou em uma loja que provavelmente tinha saída pelos fundos então eu e Lisa nos separamos, Lisa foi por dentro o perseguindo enquanto eu dei a volta pelo prédio para tentar interceptá-lo quando tentasse sair por traz. A rua dos fundos do estabelecimento não era mais que uma viela onde ficavam mais lixeiras, o cheiro forte de esgoto me atingiu assim que entrei no local, fui devagar desviando das lixeiras, retirei minha pistola do coldre em minha cintura e comecei a me aproximar devagar, estava próxima a saída da loja quando o suspeito se jogou contra a porta e começou a seguir pelo beco correndo e jogando tudo que via pelo meio do caminho. Continuei gritando para que parasse enquanto corria atrás dele sendo seguida por Lisa logo atrás, assim que viramos no beco em que o suspeito entrara fomos recebidas por tiros e não fomos atingidas por pouco.
_ Esse cara já está me irritando. - Disse em voz alta de um dos lados da parede.
_ O beco parece ser sem saída, ele se escondeu atrás da lixeira a sua esquerda. - Disse Lisa na parede oposta.
_ Ótimo, você está bem? Vou tentar falar com ele. - Disse olhando entre Lisa e o beco, mas sendo recebida por mais tiros.
_ Estou bem, ele não parece querer assunto. -Disse Lisa ofegante pela corrida.
Ficamos quietas por um momento quando ouvimos um grito e nos deparamos com o cara segurando uma garota pelo pescoço e apontando a arma para ela.
_ Apareçam e se tentarem alguma gracinha eu atiro na garota e eu não estou brincando! - Disse o homem alterado.
"só me faltava essa, mas que bela hora para essa garota tirar o lixo" - Pensei respirando fundo.
Lisa me olhou como se me perguntasse o que fazer e eu apenas acenei para que fizesse o que pedia, olhei rápido pelo beco e percebi que ele havia se movimentado mais para onde estávamos, provavelmente pensava em sair de lá com ela como refém , Lisa mostrou a arma e depois apareceu no beco com as mãos levantadas. O homem ainda gritou para que chutasse a arma para longe e percebi que a mesma a chutou mais para perto de onde eu estava, ele ainda gritou para que eu aparecesse e pedimos para que ele ficasse calmo e fiz o que ele pediu, peguei minha arma e desmontei para ganhar tempo e joguei as parte próxima do seu pé, quando ele apontou a arma para Lisa a mesma rolou para a parede e eu aproveitei a brecha para me jogar no chão, pegar a arma que ela havia jogado para perto de mim e atirei, a primeira bala acertou seu joelho e a segunda o ombro do braço que estava apontando a arma, tudo aconteceu muito rápido, mas em minha cabeça era em câmera lenta. A menina gritou e se livrou dele seguindo direto para Lisa enquanto eu ainda com a arma empunho fui me aproximando, o rapaz agonizava de dor e isso era bom, pois mostrava que estava bem vivo. Lisa usou seu rádio para chamar uma ambulância, a menina prestou um pequeno depoimento para um policial e depois foi liberada, andamos lado a lado enquanto voltávamos para o carro para apurarmos melhor a situação, era inegável que fazíamos uma boa dupla, mas ainda não estava pronta para aceitá-la como parceira, conversamos sobre possíveis motivos do assassinato e relembrando o que havia acontecido Lisa conseguiu me fazer rir pela primeira vez no dia.
_ Nossa que belo jeito de passar uma tarde de domingo. - Disse ela alegre.
_ Você tem sérios problemas eu já disse isso? - Disse rindo e balançando a cabeça negativamente.
_O que posso fazer eu amo o que faço. - Disse Lisa dando de ombros.
Encontramos com outros policiais e pedi que pelo menos dois deles seguissem com a ambulância e fizessem à escolta, o suspeito iria responder por desacato e tentativa de homicídio e se alguma coisa o ligasse a cena do crime o mesmo não teria chance nenhuma de sair ileso. Deixamos que os peritos e a legista fizessem seus trabalhos e seguimos novamente para a DP eu precisava tomar um banho e trocar de blusa porque a que usava estava completamente suja depois que me joguei no chão.
Após uma breve ducha no vestiário e pegar uma blusa sobressalente que tinha em meu armário voltei para a minha mesa, o dia estava demorando a passar, Lisa me entregou um copo grande de café e havia comprado rosquinhas, se ela não fosse tão irritante eu até gostaria de ser sua amiga pensei enquanto a ouvia falando sem parar como sempre, seu telefone tocou e ela atendeu sorridente.
_ Olá o que devo a honra de sua ligação? - Disse Lisa galanteadora o que me fez revirar os olhos e se não ouvisse o nome de Carolina eu não teria prestado atenção, mas foi inevitável.
_ Que nada Carolina você não atrapalha... sim claro que está de pé, vou resolver isso ainda hoje e assim que estiver tudo certo eu te dou um retorno.
Lisa continuou sua conversa e eu já estava surtando e cogitando a possibilidade de fazê-la engolir o celular, será que isso era o famoso ciúme? Se não era ciúme era raiva, custava Carolina me retornar pelo menos o "oi"? Fui tirada de meus pensamentos quando Lisa me chamou e veio me entregar o celular.
_ Aqui ela quer falar com você. - Disse sorrindo. "qual o problema dessa garota, ninguém é feliz o tempo todo"
Peguei o telefone e quando Lisa se afastou para sua mesa, coloquei o telefone no ouvido e respirei fundo antes de dizer um "alô" receoso, meu coração estava disparado e quando ouvi o "oi" do outro lado da linha pensei que ele iria explodir.
_ Olá, é... Você viu a minha mensagem? - Perguntei com medo da resposta.
_ Vi há pouco tempo te respondi, mas como você não me respondeu eu liguei, mas deu caixa postal. - Disse ela parecendo incerta, peguei meu telefone e percebi que estava descarregado e bati na minha própria testa.
_Desculpa ele descarregou eu sou uma idiota. - Falei respirando fundo.
_ Por não ter recarregado o celular ou ter fugido ontem a noite? - Disse ela rindo.
_ Dos dois? Sério me desculpa eu... - Comecei a falar, mas a mesma me cortou.
_ Podemos conversar, na minha casa ou na sua? - Falou Carolina divertida.
A frase me fez engolir a seco, e mil coisas passou por minha cabeça antes de responder e dessa vez eu não poderia bancar a idiota, estava disposta enfrentar minha covardia e me permitir a ver até onde aquela atração iria.
_ Meu plantão acaba as 23h se você não se importar pode ser na minha?- Disse o mais firme que podia.
Carolina concordou e marcamos meia noite em minha casa, passei o endereço e depois que ela anotou comentei sobre Arthur e a mesma me informou que já o haviam buscado então seriam só nós duas, o que me fez sentir meu estômago embrulhar de nervoso, desligamos e comecei a olhar para o relógio com uma frequência quase obscena, faltando quinze minutos para o fim do expediente eu já estava em meu carro dando partida, eu estava nervosa e não sabia se minha casa estava apresentável ou se havia algo na geladeira que não fosse cerveja e algum queijo então passei em um mercado 24h e comprei algumas coisas para fazer e beber e me repreendia por não ter feito uma compra descente. Cheguei e antes de tomar um banho demorado, deixei a lasanha no fogo e dei uma pequena arrumada em algumas coisas que estavam jogadas pela casa. Vesti uma regata branca e uma calça preta de moletom fino e deixei meus cabelos soltos, tinha acabado de tirar a lasanha do forno quando a campainha tocou, todo meu corpo gelou, mas me forcei a abrir a porta, assim que a porta foi aberta Carolina me encarou e sorriu e foi naquele momento que percebi que eu estava muito ferrada.
Notas da Autora:
Oláa.. só avisando que o clima irá esquentar... espero que gostem e foi mal por ser curtinho, mas melhor curtinho do que não ter não é? Relaxem na madrugada de domingo tem mais.... Obrigada por ler e até a próxima...
OBS: Erros vou corrigir depois ^^

VOCÊ ESTÁ LENDO
A Detetive
RomanceSe me perguntassem qual era meu sonho quando eu tinha 12 anos eu diria que seria ser psicóloga como meu pai, porém aos 13 anos eu desisti de entender as pessoas, quando meu pai morreu na minha frente em um assalto esse sonho mudou. A partir de então...