Capitulo 11

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Novo Começo


Já havia desistido de falar com Carolina, já passava das 15h e nem um sinal, pela primeira vez eu não estava focada em meus afazeres. O telefone da minha mesa tocou e de acordo com as informações que fora passado tudo levava a crer que tínhamos mais um caso, era um bom momento para sair do DP e aproveitei a chance para me focar no meu trabalho como sempre, partimos para o centro da cidade, Lisa estava falando algo que respondi no automático sem me importar de fato com o que dizia, eu só queria que aquele dia acabasse logo. Chegamos ao local do crime onde tudo já estava isolado.

_ Oi eu sou a Detetive Valdez e essa é a agente O'Brien, o que temos? - Disse ao policial que atendeu ao chamado.

_ Homem de em media 48 anos, esfaqueado varias vezes e nada foi roubado, achamos incomum e entramos em contato, a legista já foi chamada também e deve estar a caminho. - Disse o homem me conduzindo ao beco onde fora à cena do crime.

Nos aproximamos do corpo que estava intocado, o homem fora esfaqueado pelo menos cinco vezes na altura do abdômen e tórax, olhei seu corpo e avaliando suas mãos percebi que estavam machucadas o que me fez pensar que o agressor também fora bem machucado, entre os dedos da mão direita havia uma correntinha presa em seus dedos e julguei ser do agressor então a coletei para averiguação de provas, o sangue estava fresco o que levava a pensar que o assassinato fora a pouco tempo, pedi que emitissem um alerta nos hospitais da região para pessoas que apresentassem lesões de luta corporal, se déssemos sorte o assassino poderia ser burro o suficiente para tentar tratar os machucados, enquanto falava com alguns policiais Lisa me chamou para informar que encontrara próximo a lixeira a arma do crime, um canivete ensanguentado e assim que o guardamos como prova do crime ouvimos um barulho próximo as lixeiras mais a frente, vimos um sujeito suspeito correndo e começamos a persegui-lo, gritamos para que parasse, mas o mesmo não queria cooperar, estávamos em uma avenida cheia de becos e vielas e o suspeito nos fez correr por elas esbarrando em pessoas e barracas no meio do caminho, agradeci pelas minhas horas de corridas diárias se não já o teríamos perdido de vista, mas a frente ele se enfiou em uma loja que provavelmente tinha saída pelos fundos então eu e Lisa nos separamos, Lisa foi por dentro o perseguindo enquanto eu dei a volta pelo prédio para tentar interceptá-lo quando tentasse sair por traz. A rua dos fundos do estabelecimento não era mais que uma viela onde ficavam mais lixeiras, o cheiro forte de esgoto me atingiu assim que entrei no local, fui devagar desviando das lixeiras, retirei minha pistola do coldre em minha cintura e comecei a me aproximar devagar, estava próxima a saída da loja quando o suspeito se jogou contra a porta e começou a seguir pelo beco correndo e jogando tudo que via pelo meio do caminho. Continuei gritando para que parasse enquanto corria atrás dele sendo seguida por Lisa logo atrás, assim que viramos no beco em que o suspeito entrara fomos recebidas por tiros e não fomos atingidas por pouco.

_ Esse cara já está me irritando. - Disse em voz alta de um dos lados da parede.

_ O beco parece ser sem saída, ele se escondeu atrás da lixeira a sua esquerda. - Disse Lisa na parede oposta.

_ Ótimo, você está bem? Vou tentar falar com ele. - Disse olhando entre Lisa e o beco, mas sendo recebida por mais tiros.

_ Estou bem, ele não parece querer assunto. -Disse Lisa ofegante pela corrida.

Ficamos quietas por um momento quando ouvimos um grito e nos deparamos com o cara segurando uma garota pelo pescoço e apontando a arma para ela.

_ Apareçam e se tentarem alguma gracinha eu atiro na garota e eu não estou brincando! - Disse o homem alterado.

"só me faltava essa, mas que bela hora para essa garota tirar o lixo" - Pensei respirando fundo.

Lisa me olhou como se me perguntasse o que fazer e eu apenas acenei para que fizesse o que pedia, olhei rápido pelo beco e percebi que ele havia se movimentado mais para onde estávamos, provavelmente pensava em sair de lá com ela como refém , Lisa mostrou a arma e depois apareceu no beco com as mãos levantadas. O homem ainda gritou para que chutasse a arma para longe e percebi que a mesma a chutou mais para perto de onde eu estava, ele ainda gritou para que eu aparecesse e pedimos para que ele ficasse calmo e fiz o que ele pediu, peguei minha arma e desmontei para ganhar tempo e joguei as parte próxima do seu pé, quando ele apontou a arma para Lisa a mesma rolou para a parede e eu aproveitei a brecha para me jogar no chão, pegar a arma que ela havia jogado para perto de mim e atirei, a primeira bala acertou seu joelho e a segunda o ombro do braço que estava apontando a arma, tudo aconteceu muito rápido, mas em minha cabeça era em câmera lenta. A menina gritou e se livrou dele seguindo direto para Lisa enquanto eu ainda com a arma empunho fui me aproximando, o rapaz agonizava de dor e isso era bom, pois mostrava que estava bem vivo. Lisa usou seu rádio para chamar uma ambulância, a menina prestou um pequeno depoimento para um policial e depois foi liberada, andamos lado a lado enquanto voltávamos para o carro para apurarmos melhor a situação, era inegável que fazíamos uma boa dupla, mas ainda não estava pronta para aceitá-la como parceira, conversamos sobre possíveis motivos do assassinato e relembrando o que havia acontecido Lisa conseguiu me fazer rir pela primeira vez no dia.

_ Nossa que belo jeito de passar uma tarde de domingo. - Disse ela alegre.

_ Você tem sérios problemas eu já disse isso? - Disse rindo e balançando a cabeça negativamente.

_O que posso fazer eu amo o que faço. - Disse Lisa dando de ombros.

Encontramos com outros policiais e pedi que pelo menos dois deles seguissem com a ambulância e fizessem à escolta, o suspeito iria responder por desacato e tentativa de homicídio e se alguma coisa o ligasse a cena do crime o mesmo não teria chance nenhuma de sair ileso. Deixamos que os peritos e a legista fizessem seus trabalhos e seguimos novamente para a DP eu precisava tomar um banho e trocar de blusa porque a que usava estava completamente suja depois que me joguei no chão.

Após uma breve ducha no vestiário e pegar uma blusa sobressalente que tinha em meu armário voltei para a minha mesa, o dia estava demorando a passar, Lisa me entregou um copo grande de café e havia comprado rosquinhas, se ela não fosse tão irritante eu até gostaria de ser sua amiga pensei enquanto a ouvia falando sem parar como sempre, seu telefone tocou e ela atendeu sorridente.

_ Olá o que devo a honra de sua ligação? - Disse Lisa galanteadora o que me fez revirar os olhos e se não ouvisse o nome de Carolina eu não teria prestado atenção, mas foi inevitável.

_ Que nada Carolina você não atrapalha... sim claro que está de pé, vou resolver isso ainda hoje e assim que estiver tudo certo eu te dou um retorno.

Lisa continuou sua conversa e eu já estava surtando e cogitando a possibilidade de fazê-la engolir o celular, será que isso era o famoso ciúme? Se não era ciúme era raiva, custava Carolina me retornar pelo menos o "oi"? Fui tirada de meus pensamentos quando Lisa me chamou e veio me entregar o celular.

_ Aqui ela quer falar com você. - Disse sorrindo. "qual o problema dessa garota, ninguém é feliz o tempo todo"

Peguei o telefone e quando Lisa se afastou para sua mesa, coloquei o telefone no ouvido e respirei fundo antes de dizer um "alô" receoso, meu coração estava disparado e quando ouvi o "oi" do outro lado da linha pensei que ele iria explodir.

_ Olá, é... Você viu a minha mensagem? - Perguntei com medo da resposta.

_ Vi há pouco tempo te respondi, mas como você não me respondeu eu liguei, mas deu caixa postal. - Disse ela parecendo incerta, peguei meu telefone e percebi que estava descarregado e bati na minha própria testa.

_Desculpa ele descarregou eu sou uma idiota. - Falei respirando fundo.

_ Por não ter recarregado o celular ou ter fugido ontem a noite? - Disse ela rindo.

_ Dos dois? Sério me desculpa eu... - Comecei a falar, mas a mesma me cortou.

_ Podemos conversar, na minha casa ou na sua? - Falou Carolina divertida.

A frase me fez engolir a seco, e mil coisas passou por minha cabeça antes de responder e dessa vez eu não poderia bancar a idiota, estava disposta enfrentar minha covardia e me permitir a ver até onde aquela atração iria.

_ Meu plantão acaba as 23h se você não se importar pode ser na minha?- Disse o mais firme que podia.

Carolina concordou e marcamos meia noite em minha casa, passei o endereço e depois que ela anotou comentei sobre Arthur e a mesma me informou que já o haviam buscado então seriam só nós duas, o que me fez sentir meu estômago embrulhar de nervoso, desligamos e comecei a olhar para o relógio com uma frequência quase obscena, faltando quinze minutos para o fim do expediente eu já estava em meu carro dando partida, eu estava nervosa e não sabia se minha casa estava apresentável ou se havia algo na geladeira que não fosse cerveja e algum queijo então passei em um mercado 24h e comprei algumas coisas para fazer e beber e me repreendia por não ter feito uma compra descente. Cheguei e antes de tomar um banho demorado, deixei a lasanha no fogo e dei uma pequena arrumada em algumas coisas que estavam jogadas pela casa. Vesti uma regata branca e uma calça preta de moletom fino e deixei meus cabelos soltos, tinha acabado de tirar a lasanha do forno quando a campainha tocou, todo meu corpo gelou, mas me forcei a abrir a porta, assim que a porta foi aberta Carolina me encarou e sorriu e foi naquele momento que percebi que eu estava muito ferrada.

Notas da Autora:

Oláa.. só avisando que o clima irá esquentar... espero que gostem e foi mal por ser curtinho, mas melhor curtinho do que não ter não é? Relaxem na madrugada de domingo tem mais.... Obrigada por ler e até a próxima...

OBS: Erros vou corrigir depois ^^

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