13 - Onde está?

19 13 8
                                    


- O que foi? – estranhou Anabel.

- Eu não sei – disse ele quase com cara de medo. - Não consigo encontrar!

- Como assim? Não está com ele?

- Não, ele está bem aqui! Ele estava!

Passaram a andar em círculos, tentando desesperadamente encontrar o objeto que os levaria de volta para casa, mas nem mesmo com o campo bem iluminado se via a sombra do tal pórtico. Crianças brincavam ao longe. Anabel percebeu pelo barulho de risos e gritos. Poderiam ser pequenos delinquentes:

- Aquelas crianças, ali!

- Não. Não acho que saibam de alguma coisa – disse Elias abanando a cabeça. - Não as vi por perto em momento algum.

- Nem quando estava ameaçando sujar as calças?

- Não. E eu não ameacei sujar as calças.

- Vamos procurar a partir do lugar aonde chegamos, ora.

- Estamos fazendo isso.

- Já sei! – Gritou Ana. Elias tomou um susto com o grito repentino da garota (depois da montanha russa, ele se assustava facilmente com qualquer coisa). - Nós podíamos deitar na grama novamente e, olhando para o céu como você ensinou e imaginar um pórtico. Ele surge, e nós o usamos para voltar.

- É uma boa ideia, mas provavelmente vai desaparecer assim que chegarmos em casa. As coisas daqui só existem ou funcionam aqui. E eu passaria a ter que dar explicações a todos, quando chegássemos.

O pórtico tinha a função de levar eivarinos de lugar em lugar num curto espaço de tempo. Era o pórtico da casa e a ideia de pegá-lo fora de Elias, portanto a responsabilidade também era. Ele enfiaria até o nariz na grama para farejar, se fosse necessário virar um cão.

- Não estamos encontrando – disse Anabel. - Vamos fazer o que eu disse e voltar logo pra casa e amanhã poderemos voltar aqui para procurar melhor! Os minutos estão passando e só vejo grama e mais grama.

- Não, seu avô vai precisar do pórtico amanhã, isso se não estiver procurando agora, não é?! E eu vou precisar do meu couro, Caso você não se importe.

- Você acha que meu avô vai ligar para isso?

- Seu avô eu não sei, mas minha mãe vai – Enquanto dizia isso Elias já tinha grama no cabelo e nas orelhas. Não por exagero, mas por conveniência.

- É o meu fim – pensou o menino. E talvez ele tivesse razão. Foi então que se ouviu uma voz conhecida. Estranha também, mas conhecida:

- Hei pequena zefriha, o que faz aqui numa hora dessas? Lhe vi de novo e não acreditei!

- Quem está falando?

- Sou eu, Mul!

- Mul?! - perguntou Elias surpreso.

- Sim, eu sou Mul! Posso carregar duas mil vezes o meu peso e pular três mil vezes a minha altura. Sou mais rápido que uma aranha de corrida e mais esperto que um rato com fome. Olá garoto Elias. Estou fazendo uma excursão como as pulgas nômades de Heinar! Vieram brincar no parque. Que bom, já está aprendendo os caminhos não é Anabela?

- Acho que sim - Ana não enxergava a pulga e falava com a grama. - Mas meu nome é Anabel. Nós perdemos nosso pórtico, não estamos encontrando. Mas onde você está?

O Sagitário De SamechOnde histórias criam vida. Descubra agora