33 - Um jantar ultrajante

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Todos a cumprimentaram com sorrisos. Childa teve outra crise de tosse, mas sua irmã deu um soco em suas costas, fazendo-a ficar quieta de uma vez.

- Queridos, algumas coisas acontecem de forma completamente misteriosa, inexplicável, mas acontecem. Acho que nossos amigos, os que não puderam estar aqui agora, andaram perdendo algumas aulas de defesa contra sagitários!

- Alex, que historia é essa? – perguntou Laura, sem entender absolutamente nada.

- Nunca houve aulas de defesa contra sagitários, Alex. E você sabe muito bem disso! – disse Erasmus, encarando-o com uma expressão tensa.

- Hahahaha! Francamente, nunca me diverti assim!

- Alex, eu quero que pare! Pare agora! – pediu novamente Laura.

- Deixe-me falar! Era apenas um corpo, isso era tudo o que o maldito espectro queria. Pobres almas burras, ele se passou por nosso "vizinho bondoso": O homem que você chama para jantar na sua casa, mas que na verdade quer apunhala-lo pelas costas, assim como ele fez comigo. Com aquele maldito lingueste! Mas nós não éramos bons o suficiente pra ele, não éramos...

- Está indo longe demais com isso – continuou Erasmus. – Com todo o respeito Alex, não acho que esteja em seu pleno juízo!

- Brilhante observação, amigo Erasmus!

- Chega!

Erasmus levantou furioso, se dirigindo até a porta. O jantar mal havia começado e já chegava ao fim. Não para Childa, claro.

- Alex, eu entendo que o que se passou com você foi algo muito ruim, foi para todos nós. Mas acho que não deve agir dessa forma. – Disse Mud, tentando manter a calma dos outros.

- Ah, Mud! Você é realmente um homem bom.

- Senhor, nós já vamos que ocorram mais discussões vãs. O senhor precisa descansar! – disseram Sigfried e Alfred, enquanto os outros, inclusive Eva e Laura, continuaram encarando Alex, assustadas e sem entender.

- Será que a verdade dói em você, Erasmus? Por isso é que vai embora e não quer ouvir?

Erasmus continuava andando.

- Alex... Acho que não está bem, depois do que aconteceu ontem. Eu entendo –dizia Liam, mas Alex o ignorou e continuou a falar:

- É demasiado difícil para nós encararmos a verdade, e é por isso que tudo isso aconteceu, e aconteceu com Orejas!

Erasmus voltou furioso, olhando para o avô de Ana, com os punhos fechados. Então Alex bateu palmas – duas vezes – de uma forma lenta e pesada, e todos, incluindo o próprio Erasmus, assustaram-se com o barulho que ouviram a seguir. O homem soltou uma gargalhada sinistra.

- Agora!

Todas as trancas e fechaduras da casa, portas e até as cortinas se fecharam sozinhas. As janelas trancaram, revestindo-se com uma estranha blindagem dourada, projetada e construída pelo próprio Alex dois anos antes. Com exceção da porta principal, tudo estava lacrado. Todas as luzes da casa acenderam sozinhas, automaticamente, enquanto ele repetia:

- Ninguém poderá sair, nenhum pórtico ou limo galvanês poderá funcionar agora, entenderam?

Diante daquelas palavras, os convidados tremeram. Laura estava atônita, pois não entendia nada, e começava a ter certeza de seu marido poderia ter se tornado um lunático afetado pelo espectro, pois era o que ele estava demonstrando naquele momento. Momento em que ninguém podia sair sem a permissão dele!

O Sagitário De SamechOnde histórias criam vida. Descubra agora