GLOSSÁRIO:
Eivar - Cidade-estado satélite localizada na América do sul, em algum lugar na fronteira entre Uruguai e Argentina. Sua existência foi mantida em sigilo, com sucesso, através de sucessivos tratados e ocultações místicas ao longo de anos e anos. Devido a isso, um sujeito que jamais tenha ido à Eivar, caso não sendo levado por alguém que já conhece o caminho, jamais visualizará os muros externos, tão importantes para a cidade. E que indicam sua entrada.
Lêudo ( leudosius catitus ).- Animal felpudo, que se assemelha a um texugo, geralmente na cor branca. Conhecido por sua preguiça peculiar e capacidade de bocejos ininterruptos por até dez minutos.
Lugar Nenhum - Prisão para criminosos eivarinos, já sob a forma espectral. Sua localização exata só é conhecida pelos cidadãos que trabalham lá.
Zefriha - Ninguém faz a mínima ideia do que significa tal palavra.
...
Logo era de manhã. Uma manhã calma onde o único barulho que se ouvia eram cigarras e pássaros, mas bem ao longe. Pela primeira vez em muito tempo, a pequena Anabel pôde dormir até tarde. Na sala, o relógio já marcava onze horas, a "hora do Leprechaun nervoso" em Eivar, quando ela finalmente levantou. Seus avós não ficaram sentados do lado da cama, como Alex queria, pois aquilo pareceu um pouco de exagero e poderia assustá-la. Apenas esperaram Ana levantar por si própria, e quando ela abriu a porta do quarto, deparou-se com os dois. Estavam sentados naquelas poltronas verdes e fofas, lado a lado.
- Como foi sua noite, querida? - Perguntou Laura.
Os movimentos da pequena eram vagarosos, porém comedidos.
- Huuum... Huuum... Foi... Normal.
- Está se sentindo bem?
- ?!
Anabel ficou parada olhando para os dois, como se fossem dois loucos. Só notou mais tarde, mas sua avó vestiu nela um pijama rosa, cor que detestava. Alex e Laura continuavam sorrindo, só esperando o que a neta iria falar. Ela tinha muito que perguntar mesmo. Naqueles instantes, intermináveis para Alex e Laura, permaneceu olhando o teto, as paredes, e o resto da casa em seu campo de visão.
- Vocês conhecem a Srta. Teles?
- Não querida - Respondeu Alex. - Nunca fui até lá. Eu a conheci agora, depois de procurar você por muito, muito tempo.
- Teria lembrado se o visse - agora a pequena esfregava os olhos.
- Bom, e você querida, conte-nos como se sente. Dormiu bastante! Acho que deve ter descansado como merecia.
A pirralha olhou bem para ambos, com um olhar extremamente curioso, enquanto mordia o canto do lábio inferior, parecendo até prender a respiração, e perguntou algo que lhe indicava ser o mais obvio naquele momento:
- Vocês me deram comida. Estão me engordando por algum motivo sinistro?
Alex e Laura se entreolharam.
- Estão me sequestrando?
- Não! - disse Alex surpreso.
- Não sequestramos você, querida - disse a mulher, vermelha e ao mesmo tempo prendendo o riso.
- Não?! E quem são vocês? Eu devo estar sonhando de novo!
- Digamos que somos pessoas que procuraram você por bastante tempo, e que têm muita coisa para fazer e organizar agora, claro, se você me entende... Se você quiser.
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O Sagitário De Samech
FantasyEnquanto monstros antigos são evocados, espectros malignos fogem, bruxas cruéis surgem e magos poderosos tentam se esconder, Anabel está apenas se preparando para o Natal, e suas maiores preocupações são: o que irá comer na ceia, e qual desculpa usa...