24 - O ataque!

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- Tente falar sobre Eva, faça alguma coisa! – sussurrou ela.

A mulher voltou, percebiam as duas crianças. Anabel fingiu que estava sonolenta, mas viu que aquela pobre senhora trazia um inocente sorriso no rosto redondo e corado. Coitada.

- Óh! Vejo que nossa garotinha está na mesma. Acho que seria uma boa ideia se eu a levasse para tirar uma soneca lá em cima... Hehehe.

- A senhora acha? – disse Elias

- Ora rapazinho, é preferível que fiquemos aqui, você não esta precisando deitar. Permanecerá aqui comigo e com o... Onde está Eliot?

Elias engoliu em seco, Ana apertou os olhos.

- Eliot deixou vocês aqui sozinhos?

- S-siiim – disse o menino, quase sussurrando.

- Quanto mais velho fica, mais mal educado. Eliot Collins, onde está você?!

Aquela pobre senhora foi procurar (em vão) o marido, gritando seu nome pela casa. Enquanto isso as crianças pensavam tentavam pensar rápido.

- O que está acontecendo? Ele já devia ter voltado.

- Eu sei Elias, Mas, se ele não puder?

Elias começou a tremer, e não era de frio.

- Não, eu não quero ouvir! – disse o garoto, parecendo um tomate maduro.

- Tudo bem, tudo bem. Vamos ser práticos.

- Como assim?

- Lembre-se, temos que falar com Eva! Para encontrar uma pessoa, precisamos saber onde ela está. Ainda podemos fazer isso.

- Como? Não temos pórtico!

- Não importa, vamos até o fim.

- Vamos correr, fugir é muito mais fácil e prático.

- Não!

- Se você não reparou, um homem acabou de fazer uma viagem num pórtico, e provavelmente foi uma viagem só de ida! – Elias tremia, estava vermelho e agora suava também.

- Precisamos de um plano. Pense!

- Não consigo. Você cria um e eu me desespero.

- Precisa conversar com a mulher!

- Pra que?

- Achar Eva, seu burro!

Elias seguiu pelo corredor atrás daquela senhora, olhando as portas entreabertas dos quartos. Ana continuou deitada, mas com os olhos bem abertos. Não entenderia uma única palavra do que aquela mulher dissesse, mas precisavam arrumar uma forma de resolver logo aquela situação. Anabel estava numa sala que mais parecia museu. Para todo lugar que se olhasse, haviam animais empalhados, insetos dentro de placas de vidro, borboletas de vários tamanhos na parede em sua frente, entre duas cabeças de cervos e uma de zebra. Havia ainda livros espalhados pelo chão, bem como fotos do homem ao lado de inúmeras pessoas, arrumadas sobre uma mesa; fotos com aborígenes australianos, hindus, e até esquimós. Ana notou ainda uma aranha enorme, bem viva, numa espécie de casa de vidro, bem ao lado do sofá, sobre um precário banquinho de metal. A menina procurava por algo que pudesse ter o vestígio de Eva quando Elias apareceu novamente. Agora o menino tinha uma cara mais assustada ainda.

- A mulher também desapareceu! – concluiu o menino. - Eu não consigo encontrá-la em lugar algum.

- Tudo bem. O que temos que fazer é ficar juntos, certo? Vamos esperá-la voltar... Temos que esp...

O Sagitário De SamechOnde histórias criam vida. Descubra agora