27 - A penúmbra

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Alex acordou na mais completa escuridão. Suas mãos haviam sido presas nas costas e ele se sentia imobilizado por alguma energia estranha, não lembrando quando tinha desmaiado. A última coisa que recordava era de receber um forte golpe na cabeça, depois de terem desaparecido com o pórtico, Alex e Leila. Sabia que se encontrava num estado vulnerável e em qualquer coisa que lhe acontecesse, qualquer tortura que lhe fosse infligida, não ofereceria nenhuma resistência. Aquele ambiente era úmido e possuía um cheiro de mofo. Dava para ouvir as pingueiras gotejando sobre o chão frio e esburacado...

- Quem está ai? 

Por alguns minutos tudo o que Alex ouviu foi o eco de sua própria voz, até que uma estranha perturbação no ar o fez perceber que não estava só.

- Você dorme bastante.

- Quem é? – Alex estava na escuridão total e não reconhecia aquela voz.

- Alex... De certa forma, eu acho que se deixou levar. Não vejo outra explicação para tamanha burrice. Veja você, é o líder desse maldito conselho, eu não consigo imaginar como pode ser tão fácil de capturar! Prefiro acreditar que facilitou isso, pelo respeito que possuo à sua carcaça.

As luzes acenderam: irritantes e avermelhadas. Alex estava sentado, com as mãos presas em suas costas por algum tipo de algema ou corrente que ele não podia ver. Estava em um salão não muito comprido, mas estranho. Um lugar que nunca vira em toda a sua vida. As paredes pareciam ter sido pintadas de preto, as lâmpadas não eram muito grandes, mas ainda assim irritantes. Agora podia descobrir quem era aquele que lhe falava: o espectro!

- Então é você que está por trás disso, hein? – disse Alex, ainda com os olhos fechados, protegendo-se da luminosidade. O espectro soltou uma gargalhada. Era uma sombra fantasmagórica.

- Vai fazer o que agora, hein velho?!

- Do que está falando espectro? Já se esqueceu de sua posição, sombra?

- Você é muito atrevido para alguém que já passou da idade! – Aquele clima estava criando uma sensação tenebrosa. – Aqui podemos visualizar uma paisagem semelhante à minha amada prisão, mas agora você é que é apenas um prisioneiro, como eu fui por tanto tempo. Se não tomar cuidado poderei lhe causar sofrimento mais grave do que imagina!

- O que fez com Leila? Onde ela está?

- Cale-se. Você e seus princípios imundos que só se aplicam a essa cidade de hipócritas não terão voz. Nunca mais! Nem aqui nem em lugar algum!

Alex tentava mexer as mãos, e elas pareciam estar muito bem presas.

- É muito simples, velho. Vocês pensaram todo o tempo que eu desapareceria só pelo fato de estarem atrás de mim, com seus aparelhos de rastreamento inúteis! Só que isso foi algo que eu mal tomei conhecimento. Nada daquilo que foi usado para me encontrar teve êxito, pelo simples fato de que... Deixar de ser um espectro tornou-se fácil! Hahahahaha!

Alex tentava entender o que as palavras do espectro podiam significar, mas eleparecia estar louco, tão louco quanto Leila!

- Então aprendeu a burlar os equipamentos do conselho?

- É claro, mas essa não é a melhor parte da historia – O espectro cuspia aquelas palavras. - No inicio, havia sido uma boa ideia pegar o zae, mas com o tempo isso se mostrou não tão urgente. Depois de conquistado o território, ele torna-se muito melhor para ser saqueado. Poderemos pegar muitas coisas, assim que o seu querido prédio do conselho se transformar numa grande pilha de escombros.

O Sagitário De SamechOnde histórias criam vida. Descubra agora