Capítulo 12

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Ao tocarem seus lábios, algo que nenhum dos dois jamais sentira antes aconteceu, o mundo ao sue redor sumiu, tudo o que existia agora era Milla e Torrent como um, a mescla da essência dos dois, algo que marcá-los-ia para sempre, algo que jamais aconteceria com outros. Torrent amou a mulher em seus braços, seus beijos eram famintos, uma fome que jamais soube que tinha, os lábios femininos eram incrivelmente macios e doces, quanto mais a beijava, mais sentia necessidade de tê-la mais e mais.

Milla o agarrou, suas mãos foram de encontro ao pescoço de Torrent segurando-o para evitar que ele escapasse. Aquela fome por alguém era um sentimento desconhecido para ela, e ao mesmo passo em que lhe surpreendeu, a assustou. Ela não saberia dizer quanto tempo passaram se beijando, se foram minutos, horas ou dias, o tempo simplesmente se perdeu para a grandeza do momento, seu coração batia tão forte que se perguntou se Torrent conseguiria ouvir.

Ao fim, quando nenhum dos dois aguentava mais a falta de ar, separaram-se, mas sem se soltar. Milla arfava buscando ar, a cabeça descansava no peito do macho, Torrent apoiava a cabeça na cabeça de sua fêmea, sentindo o cheiro maravilhoso de seus cabelos, acariciando-a com o nariz. Nenhum dos dois conseguia falar, mas não havia necessidade de palavras, novamente estavam sincronizados, apoiando um ao outro.

Ela era sua fêmea, agora sem sombra de duvidas, ele sabia disso. Torrent se perguntava se era isso que os outros machos acasalados sentiam ao estar com suas fêmeas, agora entendia o porque deles agirem de forma tão diferente quando o assunto era suas fêmeas... pensar em perder Milla o assustava de uma maneira que jamais sentira, nem mesmo quando era refém de Marcelli...

O piar do microondas avisando que a lasanha estava pronta assustou aos dois, Torrent não queria soltá-la jamais, mas sabia que sua fêmea estava faminta, pelo bem dela, ele se afastaria um pouco,para alimentá-la. Milla o deixou sair, se sentia zonza e fraca, era quase como se Torrent houvesse lhe exaurido.

Ela observou como ele andou pela cozinha buscando os pratos, talheres e bebidas, algo nele parecia tão mexido quanto ela, até a forma como andava estava diferente, e isso a fez sorrir.

Esse macho, lindo e maravilhoso me quer... eu imperfeita como sou. Eu o altero, tanto quanto ele me altera...

Torrent preparou a mesa rapidamente e Milla os serviu, o cheiro maravilhoso da lasanha estava afetando seu estômago fazendo-o roncar cada vez mais alto. Gemeu de prazer ao colocar a primeira garfada na boca, jamais tina comido algo tão bom, se perguntava se o saber era assim mesmo, ou se as endorfinas em seu corpo estavam alterando seu senso comum. Torrent a observava comer, comendo sua própria porção.

-Sua voz é linda. - disse ele depois de tomar um gole de seu refrigerante. - Quero ouvi-la sempre.

Milla dera uma risada, tampando a boca com a mão, quase se engasgando.

-Não sou tão boa assim.

-Nunca ouvi ninguém cantar tão bem assim...

-Minha mãe é uma cantora, ou melhor... era, ela não canta mais.

-Me fale mais sobre seus pais...

Milla parou de comer e pensou no que dizer. Se perguntava se esse assunto poderia machucá-lo, já que ele não tivera pais normais.

-Minha mãe é descendente de japoneses. - isso pareceu surpreendê-lo. - Eu realmente puxei muito pouco a ela, a não ser o meu tamanho reduzido. - dizer isso fez a mulher dar risada. - mas sou mais a cara do meu pai. Minha mãe veio para a America para se tornar uma cantora profissional, mas foi só um sonho de adolescentes, no final das contas a voz dela encantou um fazendeiro rico e eles se casaram, esse era meu pai.

-Tenho de agradecer sua mãe por tê-la feito tão bem. - comentou Torrent sério. Milla deu risada não conseguindo se controlar.

-Meu pai era um SEAL que herdou muito dinheiro dos seus pais, ele poderia viver até a velhice sem precisar trabalhar, mas era viciado em adrenalina. - a voz de Milla diminuiu e uma pitada de tristeza a tomou. - Ele foi morto por um mercenário quando eu tinha 12 anos. Minha mãe se casou de novo a uns 5 anos atrás, meu padrasto era o melhor amigo do meu pai.

-Sinto muito por seu pai.

Milla deu de ombros, querendo esquecer certas memorias que insistiam em querer voltar, empurrou-as para o fundo e focou em Torrent.

-Minha mãe me ensinou a cantar e a tocar alguns instrumentos, como o Koto, Sangen, Piano e Violino, ela diz que eu teria um futuro promissor na música, mas eu sempre gostei de animais, até porque cresci em uma fazenda, cuidando de cavalos, ovelhas e vacas.

-Temos um piano no Boliche, quero ouvi-la tocar.

-Faço um show especial só para você então.

Os dois ainda conversaram sobre assuntos aleatórios, Torrent não deixou que ela lavasse as louças, ele mesmo limpou e guardou rapidamente, ao fim o macho parou à alguns passos de Milla, olhando-a sério.

-Eu... Eu quero dormir com você hoje.

Com um sorrisinho torto, Milla assentiu com a cabeça, afinal de contas ela também desejava isso, desejava mais do que conseguia acreditar.

-Quero que durma comigo... quero compartilhar sexo com você.

Novamente Milla assentiu

Torrent parecia que queria dizer mais, mas deixou para lá e se aproximou mais até abraçar Milla e levantá-la em seu peito, um pouco nervosa, a mulher abraçou o pescoço do macho e rodeou-o o máximo que pôde com as pernas, ele agarrou sua bunda com as duas mãos e começou a andar, constrangida demais para olhar, Milla escondeu seu rosto no largo pescoço masculinho, até sentir o mundo inclinar e o tecido da sua cama roçar em suas costas.

O macho Nova Espécie havia deitado-a na cama e subido com ela, ficando por cima, prendendo-a abaixo dele com seu corpo, mas sem esmagar a pequena. O coração acelerado de Milla parecia que ia sair de sua boca a qualquer momento, levou algumas respirações até conseguir se acalmar um pouco mais.

-Quero que me veja. - sussurrou ele aproximando seu rosto cada vez mais. - Quero que veja que sou eu que está possuindo você... que sou o seu macho.

Milla assentiu novamente deixando que todo o nervosismo que sentia, fosse exaurido pelo azul dos olhos de Torrent. Milla o olharia, iria ver a todo o momento quem estava com ela, e expurgaria os fantasmas do seu passado, iria aceitar o homem diante de se, pois sua corpo e alma já o aceitara... por ele, ela tentaria superar um tabu, por ele, ela iria quebrar barreiras que jamais teve força ou vontade para quebrar.

Respirando fundo, Milla assentiu novamente, acariciando Torrent de forma íntima. Ela o queria de todas as formas, e teria agora.

-Me faça sua, baby.

-Minha fêmea... - foi a ultima coisa que Milla ouviu, antes de seu corpo e alma pegarem fogo, com a luxúria que os tomou, tão forte quando a erupção de um vulcão ... Como gasolina e fogo!.


Torrent - Novas espéciesOnde histórias criam vida. Descubra agora