Capítulo 11

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Torrent por fim conseguiu se afastar de Milla, sentir o cheiro da excitação dela o havia deixado mais próximo da loucura. Os poucos centímetros que os separavam parecia não existir, ainda conseguia sentir o calor do corpo feminino junto ao seu, o toque macio de sua mão havia trilhado rastros de fogo em sua pele, a respiração quente dela em seu peito havia deixado-o arrepiado como o inferno... tudo o que ele queria agora era apenas levantar a sua fêmea no balcão próximo e explorar cada pedacinho dela, estava babando para sentir seu corpo em sua boca.

A toalha caiu no chão sem fazer nenhum som, ver aquele corpo maravilhoso diante de si era demais para ele aguentar, respirar fundo não ajudava já que o cheiro dela estava em todos os lugares. Levou todas as gramas de seu controle para conseguir se afastar mais um pouco da fêmea, virou de costas e obrigou seu corpo a andar até a geladeira.

Torrent sabia que sua fêmea era humana, pequena e frágil, ele não poderia pegá-la como desejava, pelo menos não agora, precisava acostumar ela à ele, ir de vagar e carinhosamente era o caminho certo, e iria fazer isso pelo bem dos dois.

Milla viu que Torrent não estava tão bem, notara sua respiração pesada e os leves tremores em seu corpo, perguntava-se se era alguma espécie de reação Nova Espécie. Ela queria conhecê-lo melhor, de todas as formas possíveis. Assim que se afastaram, a toalha caiu ao chão, o rosto já vermelho da mulher ficara ainda mais, com o recuo de Torrent, Milla pôde pegar a toalha do chão e enrolar-se melhor.

- O que quer comer? - perguntou ele sem encará-la, abrindo a geladeira. - Costumamos manter as habitações sempre bem abastecidas, então acho que dá para fazer bastante coisa... apesar de que eu não sei cozinhar muito bem...

-O que você quiser, para mim está bom.

A mulher andou até a bancada e sentou-se em um dos banquinhos de cozinha, tomando muito cuidado para a toalha não cair, e se mostrar muito de seu corpo. Viu que Torrent tirava uma barra de chocolate de dentro da geladeira, abriu e colocou na bancada em frente a ela, pegou uma coluna e colocou inteira dentro da boca.

-Você pode comer chocolate? Não faz mal?

-Adoro chocolate. Isso faz alguns de nós passar mal, mas eu não sou um desses.

-Então qualquer dia, faço um bolo de chocolate para você, é minha especialidade!

-Vai cozinhar para mim? - perguntou ele, e Milla pôde ver alguma emoção na voz do macho.

-Claro, espero que você goste.

-Qualquer coisa que você faça, sei que vai ser gostoso.

Milla sorriu encantada com o elogio, adorando a sinceridade do macho. Torrent voltou a encarar a geladeira, sem saber o que fazer, algum tempo depois ele votou com uma lasanha pronta congelada, preparou e colocou no microondas, virou-se e começou a encará-la.

-Tem alguma pergunta para me fazer? - perguntou ela por fim, ficando um pouco sem jeito por ser encarada por tanto tempo.

-Sou um Espécie. - Milla viu que ele estava ficando um pouco nervoso, e perguntou-se qual era o problema.

-É, eu sei.

-Sou diferente dos seus homens...

-Eu não tenho "homens". - riu ela fazendo aspas com as mãos. - Mas sei que você é diferente dos outros homens.

-Eu sou diferente até dos da minha espécie. - disse ele desviando o olhar para baixo.

-Ser diferente, é normal Torrent. Qual o problema?

Milla viu como ele começava a olhar para todas as direções, tentando encontrar as palavras para usar, achou a confusão em que ele se encontrava um tanto quanto fofa, apesar de ele aparentar estar sofrendo um pouco.

-Sabe, Torrent. - começou ela, tentando tranquilizá-lo. - Eu também sou diferente dos outros. As coisas dos nossos passados, moldam quem somos hoje, sei que você teve um passado dificil... Eu realmente não posso imaginar pelo que você passou, o que você sofreu, mas eu comecei a conhecer o seu Eu de agora, e seja ele estranho ou não, gosto do jeitinho que é. Então não se preocupe...

-Milla...

-Seja você um homem, ou um Espécie, um macho ou não, ainda é humano, o mesmo sangue que corre nas suas veias, corre nas minhas então somos iguais. O coração que bate no seu peito, também bate no meu, somos iguais.

Milla deu uma risadinha e continuou.

-E mesmo que aja algumas diferenças, eu gosto delas. - riu novamente - faz você ser mais interessante.

Torrent andou a passos largos até Milla, abraçou-a com força fazendo ela as costelas dela doerem um pouco, mas não de um jeito ruim, era um abraço que dizia tudo, ele estava feliz pela aceitação dela e ela sabia disso, em sua mente uma canção soou tão alta e clara e ela não conseguiu segurar a língua

-Scar tissue that I wish you saw

-Sarcastic mister know it all

-Close your eyes and I'll kiss you 'cause

-With the birds I'll share

-With the birds I'll share

-This lonely view

-With the birds I'll share

-This lonely view.

Torrent a olhou de maneira estranha, ela não conseguia entender quais os sentimentos que ele estava transmitindo, mas parecia um misto de espanto e admiração.

-Scar Tissue, Red Rot. É assim que somos, cheios de cicatrizes.

-Eu nunca beijei na minha vida. - sussurrou ele segurando o rosto da mulher com as duas mãos, aproximando seu próprio rosto ao dela. - Mas eu quero te beijar agora...

-Vá em frente, senhor Sabe-Tudo. - sussurrou ela com um sorrisinho aproximando seu rosto até triscar os lábios contra os dele. - Me faça sua.


Torrent - Novas espéciesOnde histórias criam vida. Descubra agora