-Está doendo? – perguntou Trisha cordialmente ao terminar de suturar o flanco de Milla.
-Não, eu senti os beliscões, mas não doeu. Esse remédio é muito bom.
Milla não estava gostando da forma como sua voz estava saindo, já não bastava a dor em sua garganta que persistia mesmo depois de ter tomado alguns analgésicos, sua voz estava rouca demais por causa dos maus tratos em sua garganta. A médica cobriu a ferida com um curativo e entregou à Milla um dos moletons de reposição.
-Venha. – dissera Trisha ajustando a camisa para que Milla passasse a cabeça sem muito esforço. – Evite mover os braços muito rápidos, isso pode abrir seus pontos. Como está a garganta?
-Doendo ainda.
-Muito?
Milla confirmou com um aceno e respirou fundo, estava morta de cansada e dolorida. O olhar preocupado de Trisha não estava lhe ajudando.
-Vou buscar outro remédio, entretanto ele vai te derrubar, recomendo que passe a noite aqui, só por precaução.
-Ah, eu queria ir para casa. – suspirou Milla massageando a garganta tentando aliviar em vão a queimação interna.
O silêncio sem uma resposta de Trisha fez a mulher olhar em direção a médica, notando o olhar cheio de sentimento que ela lhe dera, aquilo deixou Milla confusa por um tempo, imaginando o que se passava pela cabeça da médica.
Houve uma leve batida na porta que sobressaltou ambas as mulheres, o coração de Milla começara a bater rapidamente com o surto de adrenalina pelo susto e pela ansiedade, seus olhos encararam a porta ansiosos e temerosos esperando ver um certo Espécie de cabelos negros, mas uma cabeça masculina de cabelos castanhos escuro entrou com um sorriso torto.
-E ai? – perguntou Arthur fechando a porta atrás de si. – Como estamos?
Trisha o olhou de cima a baixo e voltou sua atenção a pequena mesa de canto ao lado da cama na qual Milla estava sentada pegando a bandeja com os materiais que acabara de usar na sutura e alguns papeis que ela havia trazido.
-No geral, Milla está bem, alguns aranhões feios e hematomas, mas nada muito sério. Vou tirar um pouco de sangue para fazermos um checkup por precaução e trazer um remédio para aliviar a garganta dela.
-Entendo. Obrigado, Doutora.
-Trisha. – corrigiu a mulher saindo da sala sem olhar para trás.
Milla continuou olhando para a porta na qual a médica tinha passado, se perguntando o que tinha dado nela,a poucos instantes Trisha estava toda receptiva e gentil... Talvez ela não vá com a cara do Arthur, pensou a mulher com um sorriso torto.
-Quando acha que vão te liberar? – perguntou Arthur sentando ao lado dela na cama de forma despreocupada.
Ele não carregava sua M4 de estimação e o coldre em sua cintura estava vazio, com um suspiro, Milla examinou cada pedacinho dele que poderia estar armado, ela conhecia os protocolos da Phantom e acima disso, os gostos de seu amigo de longa data.
-Estou desarmado. – retrucou Arthur. – Não quero confusão com esses Espécies...
-Vir com o Dark Cerberus não me parece uma atitude que condiga com essa sua afirmação. - A risada que o homem dera fizera uma parte da preocupação que sentia desaparecer.
-Eu sei, mas você conhece a Emily. Depois que a tia disse que estava sem noticias suas e que a ONE não queria dar nenhum parecer, a garota ficou doida...
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Torrent - Novas espécies
RomanceEssa é uma fanfic baseada na Série "Novas Espécies" da autora Laurann Dohner, todos os direitos aurorais são reservados a ela. Torrent nunca se sentiu totalmente bem entre os seus, sempre se perguntou se havia algo de errado consigo, ou apenas nasc...