Seis

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Capítulo revisado, 3001 palavras.

Já se passaram duas semanas e até agora não consegui mais que quatrocentos reais por apenas duas telas vendidas

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Já se passaram duas semanas e até agora não consegui mais que quatrocentos reais por apenas duas telas vendidas. A arte não está sendo mais valorizada como nos séculos passados.

Enviei meu currículo para todos os e-mails das escolas da região, mas por enquanto ninguém me chamou. Agora estou precisando urgentemente de um novo emprego, afinal de contas, André está morando comigo.
Depois de uma longa conversa, decidi dar uma chance e ver se isso daria certo, o que eu não esperava era que as despesas fossem multiplicar tão rapidamente…

Estou quase terminando um novo quadro. Uma moça me pediu que eu fizesse uma foto da família dela. Estou há exatos três dias criando essa tela, não vejo a hora de acabar.

— Cheguei, amor! — André entra fazendo seu escândalo de sempre. Olho para a porta e o vejo colocar duas sacolas na mesa.

— O que tem aí? — foco minha atenção na tela e lhe dou mais alguns retoques nos contornos.

— Nosso almoço, sei que você está muito ocupada para cozinhar e, bom, eu sou péssimo na cozinha, você sabe.

— Como você é modesto. — André sorri e, por uns segundos o admiro, enquanto ele começa a organizar os talheres.

Está usando uma regata que realça bem seus longos braços, da qual também está marcando bem os seus músculos e barriga.

Sinto um leve arrepio ao ver seu olhar em mim por ter sido pega no flagra.

André se aproxima, retirando os pincéis da minha mão. Sem dificuldades, ele gira a cadeira em que estou sentada, beijando suavemente os meus lábios, deixando um rastro de perfume ao meu redor.

Ele sorri entre o beijo e eu acompanho, já entendendo no que ele quer chegar.

Apesar do desejo arder dentro de mim, eu não sentia nada empolgante ao estar em seus braços.

Estava muito preocupada com meus negócios, não conseguia me deixar levar pelos sinais de seu corpo.

Eu juro que tentei imaginar qualquer coisa e me concentrar na sua respiração em minha pele exposta do pescoço. Tentei sentir novamente aquele arrepio. Ou algum frio na barriga quando suas mãos percorreram e apertaram minha cintura.

— Estou com saudades de você.

Ele sorri pra mim e eu lhe devolvo, um tanto relutante.

Estou sentada sobre minha mesa, e André me aperta em seus braços.

— Você está bem? — pergunta ao notar que me remexi de forma desconfortável outra vez.

Encaro seus olhos, brilhantes de desejo e apenas assenti.

Vestígios De Uma Amizade (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora