Capítulo revisado, 1774 palavras.
Sabe quando nos encontramos numa situação da qual não sabemos como reagir e todas as palavras somem? Pois é, era assim que eu estava no momento, com Heitor me envolvendo no seu abraço.
Eu não sabia o que pensar, não sabia o que dizer, eu nem ao menos me mexi. Tudo que fiz foi respirar fundo e chamá-lo com calma.
— Heitor?…Heitor, o que você tem? — nem me importei em romper a formalidade, ele estava tão vulnerável na minha presença que eu tenho certeza de que não faria a menor diferença agora.
Num movimento brusco, ele afasta-se de mim e se vira, tentando esconder o que eu acabei de presenciar.
— Me desculpe, Suzana.
Franzi o cenho, sem compreender nada. Eu sabia que agora, agora eu teria que quebrar qualquer barreira no momento, todo o tipo de receio com ele. Afinal, eu não sou uma pessoa insensível a esse ponto de não me preocupar com alguém chorando na minha frente.
— Te desculpar pelo quê? Você não está bem, Heitor! diga-me, o que aconteceu?
Caminho até ele, tocando nas suas costas. Ele suspira e se esquiva de mim, indo se sentar na beira da cama. O encaro e ele abaixa o olhar, apertando as mãos no colchão.
— Eu só… estou cansado. Cansado de tudo.
— Você quer conversar sobre isso? — cruzo meus braços e espero pacientemente pela sua resposta.
Lentamente, ele ergue a cabeça, me encarando. Ver aqueles olhos transbordados em lágrimas deixou-me ainda mais aflita.
— Se não for incômodo pra você…
Maneio a cabeça e aproximo-me dele. Não seria incômodo, aliás, uma parte de mim, está louca pra saber quais as razões pra ele estar tão mal nesses últimos dias.
— O que tanto te perturba?
Heitor se deita sobre a cama de Stéfany, e eu apenas o observo. Ele já havia parado de chorar, e agora estava, aparentemente, escolhendo as palavras para começar o assunto.
— Eu não sei por onde começar, são tantas coisas..., mas, imagino que você saiba sobre a minha separação, não é? — ele olha pra mim e eu assinto.
— Então, você não quer isso? — sinto uma parte de mim inquieta, como se, de alguma forma, eu não queira que a sua resposta fosse o “não”. Mas trato de eliminar isso.
— Ao contrário, eu deveria estar a soltar fogos por ficar longe da Fernanda.
Sem que eu perceba, eu sento-me ao lado dele, olhando fixamente no seu belo rosto. Heitor olhava para o teto, pensativo e magoado.
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Vestígios De Uma Amizade (Concluída)
Romantizm(Em Revisão) Uma mudança de cidade era a realização de um dos maiores sonhos de Suzana; uma artista plástica, super dedicada e que ama o que faz. Conseguir abrir o próprio negócio não foi tarefa fácil. Mas o destino prega uma peça ou tal...