Quarenta e Cinco

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Capítulo não revisado, 6255 palavras.

Heitor

Nunca pensei que reservar um dia para organizar uma simples viagem, da qual irá durar apenas um fim de semana demorasse tanto tempo.

Mas a culpa é da minha querida namorada que não quer se desgrudar das crianças. Todas estão chorando, se despedindo como se ela estivesse indo pra outro Planeta. Eu não sei se fico emocionado, ou acho graça nisso tudo.

— Eu não queria deixá-los. São tão pequenos e indefesos sem mim. — Suzana choraminga, me entregando uma mochila pesada para guardar no carro.

— Serão apenas dois dias. Não precisa se sentir assim. Iremos curtir em um lugar paradisíaco, somente nós dois... — A abraço e deposito um beijo em sua bochecha.

— É, vai ser incrível.

Sorrio pra ela, e Suzana me retribui.

O percurso até a minha casa da praia levou uma hora e meia. Pegamos estrada às 09h e agora faltam uns dez minutos para às onze da manhã.

Durante o mesmo, nós conversamos sobre qual seria a nossa rotina nesses dois dias. Claro que na minha cabeça já estava tudo planejado para a surpresa que quero fazer, mas não sei se será tão fácil quanto imagino.

Pensei em levar Suzana para jantar, passear na praia e, quando fosse fim de tarde, observar o por do sol e então, me ajoelhar diante daquele belo cenário e realizar o pedido.

Ou algo mais organizado, onde eu mesmo prapararia um jantar, colocaria algumas velas perfumadas ou quem sabe algumas rosas no ambiente, faria seu prato favorito e me ajoelharia no meio da sala de jantar a pedindo em casamento.

Ah, são tantas opções e eu não consigo me decidir! Preciso fazer isso o quanto antes, não posso adiar mais.

— Heitor, esta casa é maravilhosa!

Suzana observa tudo com as mãos no rosto, admirada. Estamos parados na varanda, esperando o caseiro destrancar a porta. Aqui mora um senhor que cuida de tudo pra mim, desde a limpeza, vigilância e as plantas que cultivo aos fundos. A praia fica à uma rua daqui, cerca de cinco minutos de caminhada.

— Eu sei, eu amo estar aqui.

— Quando foi que comprou esse lugar?

— É uma longa história, meu anjo.

Essa casa me traz tantas lembranças boas. Eu estava no último ano da faculdade quando meus pais receberam de herança essa propriedade. Alguns parentes de meu pai faleceram, e por terem apenas ele na linhagem, lhe entregaram seu único bem, juntamente com o nome da esposa, minha mãe.

Eles a passaram pro meu nome, e eu pretendo morar aqui quando me casar. Isso se Suzana concordar.

Estou cheio daquela cidade, cansado da mesma rotina e, aqui, tem muito mais espaço do que a minha casa atual. Poderei deixá-la para os meus pais novamente eles poderão ficar ou vender, se quiserem.

O senhor que é o caseiro do local será remunerado pelos anos de serviço. Por falar nele, Germano nos atende no mesmo instante em que coloco nossas coisas no chão da varanda.

— Bom dia, menino Heitor, quanto tempo!? Vejo que trouxe alguém pra cá! Quem é a senhorita? — após me abraçar, Germano a cumprimenta com um aperto de mãos.

— Sou Suzana, namorada dele. É um prazer!

— O prazer é todo meu, querida. — os dois sorriem e eu vejo que essa mulher cativou mais alguém.

Vestígios De Uma Amizade (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora