Capítulo revisado, 1934 palavras.
Nós nunca estamos preparados para as más notícias, não há como prever as coisas ruins, mas que elas acontecem e machucam. Ah! Isso sim, é previsível.
Ver o meu ateliê em chamas, o meu sonho e o meu lar... Era como se eu estivesse caindo de um penhasco. Tudo acabou! O que eu irei fazer? Como irei recuperar meus bens? Por que isso aconteceu? Se foram os meus quadros, minhas obras-primas, as minhas lembranças, os meus retratos antigos e recentes, tudo! Tudo se foi...
Me sentei no meio fio, apoiando as mãos em minha cabeça, respirando fundo, fazendo de tudo para não chorar. Heitor tentava falar comigo, mas eu me recusava a dizer qualquer coisa. Ao meu redor, tudo estava opaco e as vozes estavam como ecos distantes. Vi quando os bombeiros chegaram, assim como uma viatura da Polícia. Eles isolaram a área, e começaram o trabalho para conter as chamas. Heitor fez alguns telefonas, creio eu que foi para cancelar seus compromissos. Me senti mal por um instante, mas, no fundo, foi bom; era bom saber que eu teria alguém ali num momento tão difícil como este. As chamas destruíram praticamente tudo, incluindo o meu querido carro, que estava trancando na garagem. Levei tanto tempo economizando, tantas coisas que deixei de lado para conquistar cada detalhe, e agora ficaram apenas cinzas.
Dava para ver em meu sobrado, os vidros quebrados, aparentemente apedrejados, indicando que foi um ato criminoso. Heitor quem reparou esse detalhe.
Depois de longas horas, o fogo foi controlado. Os policiais me fizeram algumas perguntas, queriam saber se eu tinha algum inimigo, rixa, ou se sofri algum tipo de ameaça. Contei sobre André e, no fundo, eu sentia que ele poderia mesmo estar envolvido nisso, afinal, ele me ameaçou e mostrou ser um bacaca capaz de qualquer coisa.
Em seguida, um dos oficiais ligou para o seguro da imobiliária, a qual prometeu me ajudar com uma pequena porcentagem, já que o ateliê teve todas as prestações pagas no prazo e eu havia recebido um crédito por isso. Claro que o valor ainda seria pouco, mas era o suficiente para tentar recomeçar.
Durante todo esse tempo Heitor esteve ao meu lado me dando seu apoio, segurando minha mão e me abraçando. Ele foi um fofo, disse que posso contar com o que for preciso e que tudo iria ficar bem. Mas eu estava com medo, pois, se foi mesmo André quem fez isso, quem garante que ele não estava era querendo me matar? E agora que o denunciei, o perigo aumentaria gradativamente.
Após mais algumas horas na delegacia, preenchendo meus dados, fazendo a queixa para o delegado e recebendo instruções, finalmente fui liberada, mas tinha um "porém", aonde eu iria morar? A casa estava comprometida, quase toda queimada, meus pertences, todos perdidos... somente meus documentos estavam a salvo, já que os deixei em minha bolsa, e eu estava com ela no momento. Pensei em ir para casa dos meus pais, voltar para minha família, mas, por outro lado, eu não quero deixar as crianças, muito menos... Heitor.
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Vestígios De Uma Amizade (Concluída)
Romance(Em Revisão) Uma mudança de cidade era a realização de um dos maiores sonhos de Suzana; uma artista plástica, super dedicada e que ama o que faz. Conseguir abrir o próprio negócio não foi tarefa fácil. Mas o destino prega uma peça ou tal...