Epílogo

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Suzana

Ah, os quinze anos de uma garota. O que falar dessa data tão especial?

Stéfany estava se preparando pra essa festa desde os 11 anos, que foi quando a mesma descobriu sobre ela.

Heitor não queria realizar a festa no início. Com o passar dos anos, ele tem se tornado um pai muito ciumento. Não só com a mais velha, mais com Bruno e Milena também.

Lembro-me do dia em que Stéfany chegou em casa completamente vermelha e sorrindo de orelha a orelha. Quando perguntamos o que havia acontecido, ela nos contou que o garoto que ela gostava a tinha beijado. O primeiro beijo da minha princesa.

Heitor ficou louco! Quis saber quem era o pobre do garoto, o por quê do que fez e prometeu falar com os pais dele e ainda lhe daria um sermão. Claro que Stéfany não gostou nada, ficou chateada e se trancou no quarto. Precisei conversar com ela e convencer Heitor a mudar aquela ideia absurda.

Também me recordo de algo que ocorreu ano passado; Stéfany decidiu mudar o visual. Ela saiu para ir à uma lojinha, e disse que só iria comprar utensílios de beleza.

Mas quando retornou, ela conseguio nos surpreender. A garota havia repicado os longos e louros cabelos, pintado-os de roxo, com mechas mais escuras do que as outras.

Eu achei um charme, e ela era livre pra fazer o que quisesse com o cabelo, sempre a deixei à vontade sobre suas escolhas. Apenas me preocupei em saber se aquilo não iria danificar os fios.
E, como de esperado, Heitor não estava acreditando no que via.

— Mas o que é isso em seu cabelo, Stéfany?!

E, no maior deboche do mundo, ela apenas respondeu:

— Se chama tinta, pai. E não se preocupe, logo irá sair.

Claro que essa atitude não me agradou, eu não havia a ensinado a agir assim com ninguém, muito menos com o pai dela, que a ama mais do que qualquer coisa.

Também levei a tarde toda conversando, explicando sobre o que era e pra que serviam os limites.

Mas no fim, ela cresceu e se tornou uma moça muito doce e gentil, esforçada e dedicada, que sempre será a minha garotinha.

Além de ter se tornado uma super protetora para os irmãos caçulas.

Por falar nesses dois pequenos, quem não os conhecem podem dizer que são gêmeos. Apesar da diferença de um ano de idade, (Bruno está com dez e Milena com nove) ambos estão com o mesmo tamanho, com oss cabelos escuros e encaracolados na altura dos ombros, e são a cara do pai, uma verdadeira cópia.

São meus grandes amores.

A vida de casada tem sido difícil. No primeiro ano, quando nos mudamos para a casa de praia, Heitor e eu tivemos alguns desentendimentos, chegamos até a dormir separados durante um mês. Mas aos poucos fomos nos acostumando e criando entendimento de que uma boa relação não é construida do dia pra noite.

A minha escola ganhou reconhecimento e, agora, tenho mais duas instituições na cidade. Alguns empresários que viraram meus clientes, gostaram do meu trabalho artístico e me auxiliaram para a construção de outras escolas. Agora posso levar meu conhecimento para mais crianças e, oferecer mais emprego para aprendizes da área da educação também.

— Amor, você viu as crianças por aí? Não as acho em lugar algum. — Heitor entra no nosso quarto, todo preocupado, ajeitando a gravata.

Estou finalizando meu cabelo para irmos até o salão onde ocorrerá a festa. Preciso ver se Stéfany já está pronta.

Vestígios De Uma Amizade (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora