Primeiro.

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          Cavalgar, de fato, era uma das atividades preferidas de Luísa. Adorava apostar uma corrida com seu irmão favorito, Vagner.

- Você já está velho, Vagner! Nunca mais ganhará de mim. — zombou a arquiduquesa acariciando o pêlo de sua égua.

- Não estou velho, e sim, mais preocupado. — passou a mão nos cabelos castanhos. — São muitos afazeres que tenho que dar conta, e minha cabeça está prestes a explodir. Só tenho 6 meses para aprender tudo, formar alianças com reinos...

Luísa aproximou-se.

- Tenho certeza que será um ótimo kaiser, meu irmão. — pegou em sua mão, coberta pelas luvas.

- Eu sei. Mas tenho certeza que você não ganhará mais essas cavalgadas! — chicoteou o cavalo, que galopou depressa.

- Vagner! — Luísa gritou, galopando atrás dele. 

Os cavalos galopavam depressa, e os dois irmãos se protegiam dos galhos secos das árvores. Vagner, estava na frente e Luísa praguejava atrás dele.

Papa! — a arquiduquesa gritou e parou com a égua, levantando seu tronco e relichando. Com Vagner, também foi a mesma coisa.

O arquiduque desceu do cavalo, e em gesto de cavalheirismo, pegou a irmã pela cintura e a desceu.

- Meus filhos! — o kaiser Rainer cumprimentou-os. Abraçou seu primogênito e beijou sua filha mais velha. — Sempre com estas manias de cavalgarem cedo. Acordam todos com suas gritarias, sim?

Os irmãos sorriram e entrelaçaram os braços.

- Aconteceu alguma coisa, papa? — Vagner perguntou.

- Não, somente vim ver meus filhos. Apesar de vivermos na mesma casa, sinto muita saudade de vocês. — sentar-se na braçadeira e os filhos o acompanham.

- Papa. Aconteceu alguma coisa, você não tem o hábito de acordar cedo, a não ser quando tem serviços reais. — Luísa afirmou e seu papa suspirou fundo.

- Impossível mentir para você, não é querida? Sim, aconteceu. Charlotte e eu brigamos. — passa a mão nos cabelos castanhos, que estavam quase grisalhos.

- Foi coisa séria? — Vagner pousou as mãos nas pernas, com um semblante preocupado.

- Somente besteiras, meu filho. Quando se casar, você conhecerá tudo isto. — bateu em suas pernas e Vagner sorriu, desconfortável.

- Vamos deixar de falar destes assuntos, por favor? Estes vocês falam no gabinete. — Luísa reclamou e os dois homens sorriram.

- Será que podemos entrar? Estou congelando aqui fora. — o kaiser apertou seu casaco.

- Sim, vamos. — levantaram-se e andaram sob a escolta de dois guardas, até o Palácio de Hofburg.

O Palácio de Hofburg era o símbolo do poder dos Habsburgo; construído há mais de 300 anos, era um dos palácios preferidos de Luísa.

- Luísa? - Vagner a chamou e ela olhou. — Estava olhando para nossa casa, parada.

- Não houve nada. Só pensei em algumas coisas. — entrelaçou novamente, seus braços.

- Posso saber o que se passa aí dentro? 

- Não era nada, só estava pensando o quanto este palácio é bonito. 

Vagner assentiu e percebeu que a dama de companhia de sua irmã se aproximava.

- Veja! Barbara vem vindo. — mostrou a garota à irmã, que não tardou a se aproximar.

Uma Imperatriz em Mim [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora