Vigésimo Terceiro.

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- Filha?! Você está brincando?

- Você acha que eu mentiria sobre isso? Eu não sou mentirosa! — Luísa praticamente berrou.

- Eu sei, eu sei, não quis dizer isso. Mas... Franz com uma filha, é inacreditável. — Barbara colocou as mãos cobrindo a boca.

- Com certeza, quando os vi, não sabia se era real, por isso pedi que Anton me trouxesse.

- Você achou que ele falaria para as pessoas que você estaria lá? — Manuela questionou. Até aquela altura, a dama de companhia já sabia do que se tratava.

- Não, não, nunca me passou pela cabeça, quer dizer... Não sei de mais nada, Franz nunca tinha me dito que tinha uma filha. — passou as mãos pelos cabelos.

- Realmente, também não pensei que ele pudesse fazer isso.

- Enfim, eu preciso ir trabalhar. Franz é passado. — sorriu um pouco e acenou.

Luísa saiu do quarto direto para as escadas, descendo-as com uma certa pressa, mas sem deixar de cumprimentar as pessoas. Quando chegou a seu gabinete, apenas pediu a agenda do dia para Dieter e pôs-se a trabalhar.

Seus cálculos de aritmética estavam extensos e ela não prestou atenção quando o seu secretário bateu na porta, e por isso, ele teve que abri-la, para a kaiserin percebê-lo.

- Sim, Dieter? — indagou um pouco chateada por ter sido interrompida.

- Perdão, Majestade, mas uma pessoa gostaria de falar com a senhora.

- E quem seria?

- Seu nome é Franz, Majestade. — um arrepio percorreu a espinha de Luísa.

Passou por sua cabeça, pedir que seu secretário o mandasse embora, mas se existe uma coisa que ela aprendeu durante estes meses no poder, é que ela nunca poderia recuar, então pediu que ele entrasse.

O rapaz entrou e surpreendentemente, ou não, Luísa não sentiu nada quando o viu. A típica palpitação, o suor gelado e o frio na barriga não lhe incomodaram, entretanto, ela achou melhor assim.

- Sente-se, herr Ondsteiner. — apontou para a cadeira a sua frente. O antigo guarda pessoal achou estranho, pois Luísa nunca tinha sido tão fria com ele quanto estava sendo agora. Depois de acomodado, a kaiserin arqueiou a sobrancelha e pressionou o cotovelo na mesa. — Sobre o que conversaremos?

- Luísa, mein Liebe, eu pensei que tinha deixado de ser mais do que um simples 'herr' para você. — pegou em suas mãos e a ruiva as puxou com delicadeza.

- herr Ondsteiner, você me conheceu quando eu ainda era uma arquiduquesa. Naquele tempo, eu gostava que as pessoas me chamassem pelo meu nome, e ainda gosto, mas somente para ressaltar, como agora eu sou a kaiserin, é uma regra que você me chame de Majestade. — respondeu em tom polido.

Franz piscou um pouco atordoado, mas acenou com a cabeça, indicando que compreendia.

- Majestade, temos muitas coisas a tratarmos.

- Por favor, seja direto. O senhor me pegou num dia em que eu estou extremamente ocupada.

- A senhora me viu ontem com minha filha e acho que deve ter alguns questionamentos.

- Oh, então ela é sua filha?

- Sim, ela... — Luísa o cortou.

- Eu tenho apenas duas perguntas. Aquela menina já existia antes de você trabalhar para mim?

- Já. — olhou para baixo, constrangido.

- E você tinha conhecimento que ela existia?

O rapaz continuou com a cabeça baixa, afirmando.

Uma Imperatriz em Mim [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora