Nono.

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          - In nomine Patris, et Filii et Spirictus Santi, Amen. — O clérigo fez o sinal da cruz, sendo imitado por todos que estavam na Basílica. 

Luísa via o caixão de seu irmão, sendo enterrado em um mausoléu que era especial para todos os que eram da Família Real. Por entre seu véu negro, que cobria o rosto, ela podia ver poucas coisas, mas ainda dava para ver. Ela estava no meio das gêmeas, amparando-as e dizendo palavras de carinho. As três estavam no segundo banco da Igreja, atrás de Charlotte, Sylvia, Natália e Rainer, que continuava com o mesmo pensamento de ontem.

Chovia no momento. O céu estava nublado e sem cor e vida, como a alma de todos ali também. Luísa sentia frio, e tinha se agasalhado muito bem antes de sair de casa. Suas roupas, que eram negras, contavam com um vestido cheio de bordados e miçangas, luvas pretas que vinham até o cotovelo, um xale, o véu negro dito anteriormente, que estava por cima de sua coroa, cravejada de diamantes e esmeraldas, e seu indispensável colar de cruz, que demonstrava toda sua fé católica.

- Luísa, acho que não estou passando bem. — Cecília resmungou, sentando-se nos bancos de madeira, seguida por Luísa.

- O que sente, Lia? — perguntou, preocupada.

- Dor, muita dor. — chorou ainda mais um pouco.

- Aonde? Me diga aonde, que posso pedir ajuda. — a arquiduquesa ficou deveras preocupada, sua irmã estava morrendo de dor e ela tinha que fazer algo.

- Ninguém pode me ajudar Luísa. Eu sinto dor em meu coração. — chorou e Luísa também. Mesmo com o véu, cada uma podia ver as lágrimas da outra. A mais velha puxou a mais nova, e Clarissa também se sentou, sendo afagada por Luísa.

Logo, o clérigo chamou os pais de Vagner e as duas filhas mais velhas.

- Por que não podemos ir? — Sylvia questionou levemente.

- Não sei, Sylvia. São estas regras... — Natália respondeu a irmã.

- Mas eu trouxe flores para Vagner! — Sophie exclamou, chateada.

- Você quer que eu deixe estas flores para você? — Luísa questionou, levantando a cabeça, e Sophie assentiu.

- Deixe as minhas também, Luísa. — Sylvia pediu. 

Luísa pegou calmamente as flores e acomodou-as em seus braços, junto com a sua.

- Eu e Cecília fizemos um texto para Vagner, leve, por favor. — Clarissa entregou e Luísa tentou acomodar todas as coisas em seus braços, sem deixar cair.

Seus pais já haviam saído, demoraram pouco tempo e saíram.

Natália entrou primeiro e Luísa esperou um pouco. Ela já não podia conter suas lágrimas e aproveitou que estava de véu, para derramar todas as que estava retendo. 

A irmã de Luísa saiu, limpando as lágrimas e a ruiva suspirou profundamente.

Passou pela porta e viu o túmulo com o nome escrito no caixão marrom. Passou os dedos e pousou todas as flores em cima deste.

- Vagner... — retirou o véu para tentar ver nitidamente — Meu irmão, só passou um dia que você se foi e eu já estou morrendo de saudade... — fungou e se abraçou no caixão. — Como eu vou passar os dias sem escutar seus conselhos? Seus medos? Os nossos medos? Ah, Vagner... — soltou um grito, mas do lado de fora ninguém escutou.

- Oh, quase esqueci! As gêmeas fizeram um texto para você. Onde posso colocá-lo? — olhou para os lados do caixão e viu algo como se fosse tipo uma abertura. Colocou o texto naquele lugar e não se atreveu a ler. — Acho que se alguém entrasse aqui, poderia achar que eu estou ficando louca. 

Uma Imperatriz em Mim [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora