Vigésimo Segundo (Parte II).

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- Talvez, ela só esteja tentando procurar o melhor para nós, já que o exército da França é o melhor do mundo, pode ensinar algo para o nosso. — Luísa respondeu, sentindo uma leve pressão na mão, realizada por Anton.

- Não sei não, moça. Esta nova kaiserin parece que está totalmente relapsa ao que acontece no império. Aliás, ela se parece muito com você... — aproximou-se um pouco dela, e Anton foi para a sua frente.

- Mas o senhor não tem ideia de onde eu possa arranjar um emprego? Eu preciso muito. — tentou desviar a atenção.

- Eu... Acho que sim. Meu irmão é ferreiro e ele tem uma oficina; posso ver se consigo algo para você. — disse, amigável.

- Obrigada, senhor. Agora eu e minha esposa vamos procurar uma casa para morarmos. — e já ia andando, quando o homem os chamou.

- Qual é o nome de vocês?

Anton gelou. Olhou para Luísa e ela o acalmou com o olhar.

- Amália, senhor. Amália e...

- Manfred. — o Grande Mestre falou de supetão, e o homem assentiu.

- E o do senhor? — a kaiserin questionou mais uma vez.

- Hans.

- Até mais ver, senhor Hans! — o rapaz acenou e puxou a mão de Luísa, andando depressa.

Depois que viraram a rua, viram mais mendigos deitados e alguns doentes, perto da morte. Luísa foi inundada pela onda de melancolia que inalava a região e segurou o braço de Anton. Puxou seu capuz e continuou andando, mas ainda conversava.

- Eu estava errada, Anton. O povo me odeia. — disse, arrependida por ter ido até lá. Andava com a cabeça baixa, para não ter que olhar ao redor.

- Eles não odeiam você. Eles odeiam seu papa, e como você é filha deles, eles tendem a tomarem decisões precipitadas. Não desanime. Você começou a governar agora, não pode ser a melhor kaiserin do mundo. — suspirou e assentiu, levantando a cabeça. — Veja, estamos perto deste mercadinho. Quer entrar?

- Sim, eu estou com um pouco de sede.

Demorou pouco tempo para eles entrarem. Assim que subiram a calçada, um po avermelhado subiu fazendo com que Luísa espirrasse. A pequena venda não tinha piso, e assim, toda vez que alguém caminhava, a areia afetava seus narizes.

- Por favor, senhor, eu sei que já pedi outras vezes, mas é só essa! Eu preciso alimentar a minha família, tenha piedade de nós. — uma senhora pediu humildemente. Luísa olhou sem entender para aquela cena. Anton pediu que ela esperasse.

- Eu tenho muita pena por você, Sra. Szpilman. Mas, a minha venda não está tendo lucro o bastante, além de ter poucos itens. Se eu vendesse algo, para pagar-me depois, eu poderia deixar de receber de quem pode pagar. É com isso que eu posso sustentar a minha família. — respondeu em um tom de desculpas.

A ruiva se deu conta do que estava vendo. Aquela velha senhora não tinha o que dar para seus familiares, algo para comerem. Pela décima vez, sentiu-se impotente.

Mas teve uma ideia que poderia suprir aquilo.

- Anton... — sussurrou e fez com que ele se aproximasse. — Dê este dinheiro para esta senhora. Espere eu sair, aí você o dará.

- Não estava com sede? — perguntou, pegando as moedas de ouro.

- Perdi.

Luísa se levantou suavemente e caminhou até a porta do pequeno mercado. Ela estava nervosa. Tinha que dar um jeito nisso o quanto antes. A Áustria estava definhando debaixo de seus olhos e ela não podia fazer nada. Era...

- Olivia! — a kaiserin ficou pálida.

Reconheceu aquela voz. Não podia ser...

- Olivia! Filha, onde você está?

Sem perceber, Luísa caminhou para muito longe do local onde estava antes, e agora, estava perto de um cortiço. E ela quase desmaiou quando viu o rosto de Franz com uma criança no colo!

- Oh meine Liebe, quase tive uma taquicardia quando não vi você em casa. Não faça mais isso com seu papa, ãn? — apontou o dedo para a criança, que só fez sorrir.

O antigo cavaleiro virou o olhar e viu Luísa escorada em uma parede. Apertou o olhar, e percebeu que era ela mesmo. Entretanto, a Majestade virou o rosto e saiu caminhando.

- Luísa, pelo amor de Gott! Onde estava? Eu pensei que tinha se perdido. Aquela senhora nos agradeceu...

- Me leve para casa, Anton. Por favor.

- O que houve? Alguém lhe reconheceu?

- Não, não, só preciso... Sair daqui. Me leve, por favor.

Anton queria entender por que Luísa estava daquela forma, mas resolveu não perguntar.



Olha um capítulo novo aí, gente!❤

Acho que faz um mês que eu não posto, e fiquei muito feliz quando minha criatividade resolveu dar o ar da graça.

Enfim, espero que gostem; votem e comentem muitooooo para eu saber o que estão achando.

Com amor, Maria. 🐝

Uma Imperatriz em Mim [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora